Depois
de dois álbuns, os Black Rain voltam às origens e para Dying Breed, sexto trabalho de estúdio dos
franceses, Chris Laney voltou a ser chamado. Um disco caseiro de rock ‘n’
roll barulhento e intenso. Dentro de menos de um mês irão em tournée
com os Kissin’ Dynamite, mas antes disso falamos com o vocalista e guitarrista
Swan Hellion que até nos deu algumas respostas em português. Saibam como…
Olá
Swan, obrigado pela disponibilidade e parabéns pelo novo álbum. A primeira
pergunta é precisamente sobre isso: com cinco álbuns, qual foi a vossa abordagem
para este novo trabalho?
Bem, comparando com o álbum
anterior, tentamos permanecer associados ao mesmo tipo de música, fazer algo
que realmente fizesse sentido. Tentamos não ter muitos tipos diferentes de faixas
como em Released, pois queríamos algo
homogéneo. Outro ponto, é que queríamos voltar a Chris Laney para a mistura pois estávamos à procura de um balanço
típico dos anos 80, mas com um som moderno. Foi isso que Chris fez com Dying Breed e até agora estamos muito
satisfeitos com o resultado geral.
Precisamente,
tendo sido os dois últimos álbuns produzidos pelo gigante Jack Douglas, como foi
a experiência de e gravação de Dying Breed com o retorno a Chris Laney?
Não tem comparação. Tudo foi
feito num bom estúdio antigo, à moda antiga, desde a gravação até a
masterização. Para Dying Breed,
apenas a bateria foi gravada em estúdio, tudo o resto foi feito em casa. Apenas
enviámos as faixas para Chris e ele fez as suas misturas no seu estúdio em casa.
Portanto, basicamente foi tudo feito em estúdios domésticos, exceto a bateria! Acho
que é uma maneira muito comum de proceder hoje, porque os grandes estúdios
ficam muito caros e é preciso muito tempo e dinheiro! Ambas as experiências são
ótimas, acredito que em casa tens mais liberdade e tempo para trabalhar, mas, no
final, ambas as opções têm as suas vantagens e desvantagens. Acho que o mais
importante é haver uma boa relação com o produtor, é essencial ter uma mente
aberta que te tente entender e também fazê-lo perceber quando pede coisas que
não são possíveis de fazer! Foi ótimo trabalhar com Jack e Chris, ambos
trouxeram o seu próprio toque à nossa música com as suas abordagens pessoais.
De onde veio a
inspiração para a criação de Dying Breed?
Como sempre, nos nossos
álbuns anteriores, gostamos de nos inspirar nas nossas vidas quotidianas, experiências
pessoais ou coisas que vemos/vivemos direta ou indiretamente. Tudo que nos toca
de alguma forma, a vida em geral!
Dying Breed é uma
resposta para o caminho que a música está a seguir? Por quê?
Bem, pode ser interpretado
de muitas maneiras diferentes. Cada um é livre de fazer a sua própria
interpretação. Lida com o mundo da música, mas também com o mundo em geral.
Quando comecei a compor a música, estava a pensar na cena de glam metal/sleaze, depois surgiram-me
outros pensamentos sobre a música em geral que cada vez parece evoluir mais para
a mediocridade e menos para o esforço e trabalho, a respeito de músicas que
tendem a vir cada vez mais dos computadores do que dos instrumentos tocados...
Mas, para criar este título, toda a gente deveria ter uma ideia própria a este
respeito...
Como foi a vossa experiência
no Got
Talent da televisão nacional francesa? Têm
feedback dos benefícios que essa
participação vos proporcionou?
Isso foi há anos… Foi uma
experiência incrível, não esperávamos nada daquilo a não ser expulsos logo na
primeira ronda, mas as coisas foram diferentes! Tecnicamente, foi muito
diferente de tudo o que fizemos antes, tocar na televisão foi uma experiência algo
stressante e, em termos de promoção,
podes imaginar: cerca de 4 milhões de espetadores de cada vez e fomos lá cerca
de 6 vezes. É um tipo de promoção que geralmente não se tem. Isso permitiu-nos construir um nome para a banda, as pessoas começaram a conhecer a nossa banda, mesmo
que não ouvissem este estilo. Foi muito positivo, tivemos muito orgulho em
tocar as nossas próprias músicas e levar algum maldito rock’n’roll à televisão, pois este país sempre foi péssimo nisso.
Foi o mínimo necessário, para explodir ao vivo um pouco de hard rock para as massas!!
A Call From The Inside
foi o primeiro vídeo deste álbum. Por que escolheram esta música, precisamente
a que fecha o álbum?
Inicialmente queríamos
lançar este vídeo, mas as coisas mudaram durante o processo, mais músicas foram
adicionadas ao álbum e, por isso, mudamos de ideia a respeito de algumas
coisas: A Call From The Inside foi, na
verdade, o primeiro título do álbum, mas mudamos para Dying Breed, pensando que fazia mais sentido. Mas essa faixa talvez
não seja tão representativa de todo o álbum, mas ainda assim, gostamos da
música que consideramos cativante.
Em breve, começarão
uma tour com os Kissin’ Dynamite. O que podem os
vossos fãs esperar?
Rock’n’roll, cervejas, boa energia... mal podemos esperar pela tournée. Os Kissin’ Dynamite são bons amigos e os nossos estilos encaixam bem, vai
haver uma festa muito boa, estamos ansiosos para lançar fogo nas noites!
Portugal vai estar incluído?
Acho que não iremos a
Portugal, mas adoraria, até porque tenho familiares aí. Mas pergunto-me como
será a cena aí, pois nunca tocamos em Portugal, e isso é uma pena!
Ainda terminam os
vossos espectáculos com o hino dos AC/DC It’s A Long Way To The Top?
Sim, muitas vezes. Gostamos
muito desta música porque é incrível e poderosa, mas também, talvez
especialmente, pelas letras... Reconhecemo-nos nela e isso é algo muito forte e
emocional para tocarmos essa versão.
Obrigado Swan. Se
quiseres acrescentar mais alguma coisa…
Obrigado! Dentro de alguns dias
vamos ter convosco para tocar e despejar as adegas de vinho do Porto!
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