Entrevista: Forlorn Hope


Sabaton e Civil War têm sido as bandas mais emblemáticas quando se trata de fazer metal baseado em factos históricos. Mas, da icónica cidade de Liverpool, surge um novo nome a ter em conta: Forlorn Hope. A estreia é deveras promissora com um Over The Hills que retrata a Guerra Peninsular e as invasões de Napoleão. O quinteto mostra já argumentos a todos os níveis – composição, criatividade, capacidade técnica e melódica e rigor histórico – que os poderão projetar para outros níveis. Para já, foi Over The Hills que nos fez contactar o guitarrista solo Alexander Bishop, para uma agradável conversa.

Olá Alex, obrigado pela tua disponibilidade e parabéns pelo álbum Over The Hills. Antes de mais, podes apresentar a banda aos metalheads portugueses?
Somos uma banda histórica de heavy metal com cinco elementos, de Liverpool, Reino Unido. Tocamos músicas sobre a história militar, com foco em pistas cheias de ganchos e pesquisas meticulosas sobre os assuntos que abordamos. A banda consiste em Chris Simpson (vocais e guitarra ritmo), eu, Alexander Bishop, (guitarra solo e backing vocals), Danny Kelly (bateria), Jade Mckenna (teclados) e John Roughley (baixo).

Quais são as vossas principais influências?
Primeiramente, somos influenciados por um número de bandas de power metal e NWOBHM, desde os Iron Maiden, Judas Priest e Iced Earth até artistas mais sinfónicos como Kamelot e Avantasia. Seríamos imensamente negligentes se não incluíssemos, também, os Sabaton. É difícil fazer metal histórico sem que eles sejam, em algum momento, uma força motriz!

Como definirias Over The Hills para os leitores que não vos conhecem?
Over The Hills é um álbum conceptual sobre a Guerra Peninsular de 1807 a 1814. É um tributo a um dos períodos mais fascinantes da história militar. O álbum procura misturar heavy metal tradicional com elementos sinfónicos e o desejo de contar uma boa história. Tem todo o peso dramático que tal assunto merece, de cercos sangrentos e amargos a contos pessoais mais íntimos e hinos radicais de batalha. Também inclui uma pequena surpresa para todos os fãs de Sharpe. Pesquisamos cuidadosamente todos os nossos temas para nos certificarmos de que somos tão fiéis a esses eventos quanto possível. Pensem nisso como uma das lições de história mais divertidas que já tiveram!

Por que escolheram esta temática lirica para estreia?
Há já alguns anos que Chris queria fazer um projeto como este e estava muito interessado em abordar esta guerra em particular. Se excluirmos os romances de Bernard Cornwell, Sharpe e a série de televisão baseada neles, muitas pessoas não conhecem a Guerra Peninsular. Conhecerão Napoleão e terão ouvido falar de Waterloo, mas há tantas histórias que vale a pena contar que não tiveram a mesma projeção. Esta foi, certamente, uma grande parte da razão pela qual queríamos contar essas histórias, sendo excelentes histórias para contar por si mesmas. Há alguns anos eu e Chris já tínhamos trabalhado em duas ou três músicas sobre esse assunto. Vive L'Emprereur foi a primeira, seguida das primeiras versões de Rifles, Badajoz e Talavera. Logo que estivemos todos a bordo, avançamos com o conceito a todo vapor.

Que tipo de pesquisa fizeram?
Esse é o trabalho de Chris. Ele leva a sua pesquisa muito a sério. Ele faz o máximo possível de leitura de apoio, recorrendo a várias fontes para garantir que as letras sejam as mais precisas possíveis e faz de tudo para descobrir histórias com as quais as pessoas não estajam muito familiarizadas, como o de Colquhoun Grant, o tema da música Man Of Secrets, Man Of Honor. As linernotes do álbum incluem uma bibliografia de todas as fontes que usamos.

Como foi o trabalho em estúdio?
Gravamos o álbum em março de 2019 no Whitewood Studios em Liverpool. O processo de gravação também foi muito bom. Tivemos dez dias para terminar o álbum, cinco para gravar e cinco para misturar, pelo que foi uma agenda apertada. Tínhamos as músicas prontas há alguns meses, por isso não tivemos nenhum problema. A banda estabeleceu a maioria das faixas nos primeiros três dias, com os vocais e a guitarra principal em camadas nos outros dois. O nosso produtor, Dan Woodward, deixou-nos orgulhosos com este disco, especialmente tendo em atenção a agenda muito apertada – e é sempre um prazer trabalhar com ele.

Já gravaram algum vídeo para promover este álbum?
Infelizmente, ainda não tivemos orçamento para fazer um video para este álbum. Depois do marketing, merchandising e, claro, a produção, não era viável. Espero que consigamos fazer um, talvez envolvendo alguns dos nossos fãs! Embora tenha passado algum tempo a manipular a fantástica capa que Mitchell Nolte fez, transformando-a em alguns teasers interessantes! Estão disponíveis no nosso canal do Youtube.

Têm alguma coisa planeada para apresentar o álbum ao vivo?
Na verdade, recentemente tocamos o álbum inteiro do princípio ao fim. Tivemos um espetáculo aqui na nossa cidade, em Liverpool, para o lançamento do disco que coincidiu com o 210º aniversário da Batalha de Talavera. Os fãs gostaram e foi ótimo tocar algumas das faixas que não tocamos com frequência, como Over The Hills And Far Away e Masterstrike. Além disso, nos próximos meses andaremos em tournée o máximo que pudermos. Temos alguns espetáculos emocionantes previstos, como o Power Metal Quest Fest em setembro, o Ragnarok Metal Fest em novembro e o Pentre Fest em fevereiro.

Obrigado Alex. Queres acrescentar mais alguma coisa?
Antes de mais, gostaria de agradecer aos nossos fãs. O apoio a este álbum tem sido incrível e a sua dedicação à nossa música é um lembrete constante de por que o fazemos em primeiro lugar. Depois, pediria aos leitores para ouvirem o álbum e para nos virem ver ao vivo, se puderem. Podem encontrar-nos em todas as principais páginas sociais e o nosso site oficial e loja de produtos está disponível em www.forlornhope.uk.


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