Siren (BLACKSTAR
HALO)
(2019, Inverse Records)
Os Blackstar Halo
estão de regresso aos álbuns com Siren, naquela que é uma coleção de
músicas que acolhe diversas influências. Maioritariamente assente to estilo
atual de riffs lowtuned, surgem frequentes incursões quer pelo metalcore,
quer pelo denominado som de Gotemburgo, nomeadamente da escola In
Flames. Os nomes associados a este registo ao nível da produção e
masterização também podem explicar essas tendências: Johan Örnborg e Jens
Bogren com o trabalho a ser desenvolvido nos Fascination Street Studios.
No entanto, também podem ser encontrados em Siren influências de outros
períodos, como os sintetizadores dos anos 80, o power metal dos 90 e,
claro, como já referido, os riffs da atualidade. O resultado é uma
viagem de 47 minutos de metal orientado para os atuais consumidores. [65%]
Hate Machine (HELLSCREAM)
(2019, Pure Steel
Records)
Hellscream é o novo projeto que junta o
vocalista Norman Skinner (Imagika, Niviane, Skinner) e o guitarrista David
Garcia (Cage, The Three Tremors). Depois de Made Immortal, em 2013,
a banda regressa com um poder reforçado em Hate Machine, mostrando uma
maciça parede sonora criada por riffs poderosos e musculados que
envolvem estruturas algo complexas, densas e não muito facilmente percetíveis.
Ainda assim, Hate Machine começa por mostrar alguma qualidade, mas vai
acabando por saturar, mesmo não sendo um álbum longo. A multiplicidade de
camadas engrandece o som, mas torna-o confuso e alguns temas completamente fora
do contexto (Zero Recall e Payback, são os melhores – ou piores –
exemplos) contribuem para que um início prometedor seja, a pouco e pouco,
desbaratado, resultando um disco que, no seu computo geral, arrisca pouca nas
melodias e é pouco coeso. [68%]
Paradox (SHADES OF SORROW)
(2019, Sliptrick
Records)
Dinâmico e eclético, Paradox é o mais
recente registo dos Shades Of Sorrow, uma obra onde em sete temas, os
canadianos liderados pela voz de Monise
Ouellette, cruzam influências tão díspares como o prog, o punk,
o metal old-school e até power ballads modernas. Falamos de Monise
Ouellette que a espaços surpreende pela sua abordagem muito criativa, mas
que, depois se perde em colocações de voz mal conseguidas. Musicalmente, Paradox
começa com um Follow Me Down To Hell, uma faixa de metal com
influências prog e evolui para Break, um tema rockeiro
mid-tempo. Notorious traz, então, as referências punk
enquanto Cyanide é influenciada por ondas stoner/desert. Ao
quinto tema surge o registo baladesco, com utilização de guitarra
acústica, numa abordagem perfeitamente contemporâneo ao estilo, Facade
volta a aumentar a dose de peso e o disco fecha com Fractured, numa
abordagem prog metal. Como um todo, Paradox acaba por fazer jus
ao título, mostrando-se paradoxal e pouco coeso, mesmo que as composições se
situem num plano agradável e o álbum apresente, uma boa variabilidade. [69%]
Live To Tell The Story (BEYOND FORGIVENESS)
(2019, Sliptrick Records)
Live To Tell The Story é o segundo longa-duração dos Beyond
Forgiveness, banda do Colorado, liderada pela voz de Talia Hoit. São
54 minutos de metal de inspiração sinfónica e gótica divididos por 10
faixas que representam bem o atual momento do género, ou seja, mais uma
desnecessária dose de a bela e o monstro. E é pena, porque as texturas
de piano (a lembrar o que os Myriads faziam) são frequentemente muito
boas, o trabalho de guitarra é, a espaços, interessante (lembra os Alas),
as melodias criadas aproximam-se do trabalho desenvolvido pelos Edenbridge.
O problema é que a beleza criada não conjuga minimamente com a agressividade
vocal introduzida. Numa música técnica e emotiva, introduzir guturais para quê?
E o melhor exemplo desse erro, surge na balada Reverie onde o dueto é
feito, de forma brilhante, com Dakota Brown, um barítono que, embora de
forma mais discreta, já tinha colaborado na abertura Echoes. Assim, este
é um disco perfeitamente desequilibrado. Não só pelo que se acabou de dizer,
mas também porque, ao longo do trabalho, há momentos francamente pouco
interessantes. [61%]
Executor (FATEFUL
FINALITY)
(2019, FastBall Music)
São classificados
como thrash metal, embora a sua
abordagem esteja claramente orientada para a vertente mais moderna do género,
isto sem prejuízo da inclusão de outras sonoridades. Executor é o quarto álbum dos alemães Fateful Finality e é
nele que aprimoram o cruzamento entre riffs
demolidores, diversidade vocal (guturais, rasgados e até limpos), um
interessante e criativo trabalho nas guitarras e, naturalmente, a força bruta.
Assim, se cruzam as influências de Exodus ou Testament com as de Machine
Head ou Lamb Of God. Momentos rápidos como Fire And Brismtone e The Raid
alternam com o groove de Rot ou com uma inesperada aproximação ao
death metal em They Breed The Dead. A fechar o disco e para descobrir e explorar,
há uma versão de Moonchild dos Iron
Maiden e uma faixa escondida. [61%]
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