Entrevista: Danger Zone


Quando Roberto Priori fundou os Danger Zone, nos anos 80, estaria longe de pensar que a estrada que iria percorrer estava cheia de problemas. O coletivo já vai na sua terceira vida e, agora, as coisas parecem que, definitivamente estão a correr bem. Don’t Count On Heroes é o seu quarto álbum desde 2011, segundo para a label germânica Pride & Joy Music. Foi com o próprio fundador e guitarrista, Roberto Priori, que falamos a respeito desta nova fase, sem esquecer uma olhadela rápida ao passado.

Olá Roberto, obrigado pela disponibilidade e parabéns pelo vosso novo álbum Don’t Count On Heroes. Os Danger Zone já estão na sua terceira vida e podemos dizer que esta é a mais rentável. O que aconteceu nas vossas anteriores incarnações que não vos permitiu tanta relevância?
Obrigado Pedro, é um prazer! Como provavelmente sabes, tivemos uma longa separação, de quase 18 anos. Quando gravamos o nosso primeiro álbum Line Of Fire, a cena do hard rock era enorme. Companhias discográficas investiam grandes somas de dinheiro e apenas um vídeo na MTV poderia tornar-te famoso numa semana. Fomos escolhidos e tivemos uma oportunidade, mas devido a alguma má sorte e advogados errados perdemos um tempo muito precioso. Quando nos mudamos para Los Angeles já era demasiado tarde, uma nova cena musical estava a chegar e o chamado American Hard Rock foi declarado morto. Fizemos o nosso melhor, mas naquela altura não havia Internet para nos promovermos e sermos conhecidos. Demoramos muito tempo para nos recuperar disso, enquanto todos fazíamos coisas interessantes na música, mas a certa altura decidimos tentar outra vez, já que esta é a música que gostamos de tocar.

De fato, Don’t Count On Heroes é o vosso quarto álbum desde o regresso em 2010. Como foi a metodologia de trabalho desta vez?
Quanto aos álbuns anteriores, começamos por compartilhar ideias musicais na forma de pequenas demos feitas em casa, ou apenas riffs ou melodias para serem colocadas mais tarde numa demo mais organizada. As maiores novidades deste trabalho foram a contribuição de Pier Mazzini, o teclista, desde o início do processo de escrita. Nós devolvemos as ideias que tínhamos e começamos a concluir as demos, reproduzindo em estúdio, para ter faixas de referência para finalizar a letra e os arranjos finais.

Como descreverias ou definirias Don’t Count On Heroes?
Eu acho que Don't Count On Heroes é o nosso álbum mais complexo até agora. Musicalmente falando, é realmente denso, com muitas camadas de arranjo. Diria que saímos de Closer To Heaven e expandimos o nosso vocabulário. Com músicas como Eternity e Destiny, abrimos para diferentes arranjos, algo que não fizemos antes.

Desde 2016, que têm a adição de mais um guitarrista. Qual foi o vosso propósito com esta opção?
Sempre tivemos um segundo guitarrista ao vivo, mas desde que Danilo Faggiolino se juntou à banda, decidimos que ele era a pessoa certa para ser um membro permanente da banda. Quanto aos arranjos, também são precisos dois guitarristas para todas as partes de guitarra que temos!

Como vimos antes, para estes dois últimos álbuns, adicionaram um teclista. Foi a ideia de ter uma sonoridade mais cinematográfica que motivou esta escolha?
Começamos por adicionar teclados em cinco músicas de Closer To Heaven com a ajuda de Michele Luppi dos Whitesnake e gostamos, pelo que decidimos ter todas as restantes músicas com os teclados de Pier Mazzini (Perfect View), que também fez um trabalho incrível. Assim, após o lançamento do álbum, pedimos-lhe que se juntasse à banda. Com ele como um membro estável da banda, pudemos começar a escrever músicas com mais partes de teclados, sem medo de não as poder tocar ao vivo. Isso levou-nos para um som mais complexo e às vezes "cinematográfico", devido à contribuição do seu trabalho.

Qual é o significado do título Don’t Count On Heroes? Que mensagem tentam transmitir neste álbum?
Don’t Count On Heroes é uma frase de um verso do nosso primeiro single, Demon Or Saint onde se fala sobre a luta para ser uma boa pessoa nesta era de promessas vazias, ídolos falsos e o mundo completamente do avesso. Essa frase também pode significar para não se deixarem enganar por ninguém.

Depois de dois álbuns pela Avenue of Allies, entraram na família Pride & Joy, sendo este o segundo lançamento para o selo alemão. Como se proporcionou essa ligação?
A nossa parceria com a Birgitt Schwanke começou quando ela tratou da nossa promoção para os dois álbuns que fizemos com a Avenue of Allies. Ela sempre fez um trabalho notável, então quando soubemos que ela abriu o selo Pride & Joy, não tivemos dúvidas em nos juntarmos a ela nesta aventura. O trabalho feito com Closer To Heaven foi muito bom, por isso aqui estamos novamente!

Têm alguma coisa planeada para apresentar este álbum ao vivo?
Sim! Faremos um showcase na nossa cidade natal, Bolonha, no dia 19 de outubro, para apresentar o novo álbum ao vivo. Teremos mais alguns concertos perto de Milão, Veneza e assim por diante. Espero poder fazer em breve alguns espetáculos fora da Itália.

Muito obrigado, Roberto. Queres acrescentar mais alguma coisa?
Antes de mais, agradecer a ti e a todos os seguidores da Via Nocturna e espero que gostem do nosso novo disco. Se gostarem, vão até à nossa página do facebook www.facebook.com/dangerzoneweb para dizer um olá!!!


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