Entrevista: Dogma


Os Dogma formaram-se em Novembro de 1996 e desde os seus primórdios que a banda defendeu cantar em português, num género que podemos definir, na sua génese como gothic/doom metal, embora sempre dispostos a abraçar um variado leque de influências musicais. E, desta forma, os Dogma mostram o pior mundo acompanhado de um som de esperança e agressividade, nunca deixando de expressar o desprezo pelo imposto e pelas instituições que impõem. Depois de uma demo e dois EP’s surge, em 2017, o primeiro e único álbum até ao momento, Reditum. Fomos saber mais sobre esta banda lisboeta numa conversa com o guitarrista Luís Possante.

Olá, antes de mais, como é que tudo começou?
Começou tudo, em 1996. O Gonçalo e o Luís eram colegas de liceu e tinham gostos literários em comum. O Gonçalo, já tinha algumas letras escritas, em forma de poema. E o que fizemos foi dar música aos poemas que o Gonçalo já tinha na altura. Depois fomos buscar mais elementos, onde apareceu o Miguel e tínhamos o meu primo João como guitarrista. Mais tarde, achamos que precisávamos de uma presença mais melódica e lembramo-nos de usar a Isabel como vocalista. Ela nunca tinha cantado na vida, experimentou e gostou do que fez.

Qual a origem do vosso nome?
O nome foi ideia do baterista da altura, tínhamos um nome provisório, que era Mitos, mas nunca ficámos muito contentes com esse nome. Então houve uma altura em que surgiu o nome de Dogma e acabamos por optar por ele. 

Quais são as vossas influências e referências musicais?
As nossas influências musicais, têm a ver com aquilo de que cada um de nós ouvia. Apesar de termos algumas bandas em comum, havia algumas que eram bastante diferentes como Iron Maiden ou heavy metal. O Gonçalo, ouvia mais na onda do punk rock, como os Mão Morta. Houve uma fusão entre os meus gostos e os gostos dele e foi assim que mais tarde, veio a sair aquilo que são os Dogma.

Em que consistem as vossas letras?
As letras são praticamente feitas pelo Gonçalo. Ele escreve muito sobre questões existenciais, intimistas e paranóias dele. São letras muito pessoais. Gosto muito de temas históricos, existem letras que são baseadas no Alexandre Herculano e outra no Almeida Garrett.

Gostam mais de atuar em salas grandes ou salas pequenas?
É um bocado difícil de dizer porque ambos os locais, tem os seus elementos a favor e contra. O ideal seria darmos muitos concertos tanto numa como noutra. A sala pequena acaba por ser mais intimista. Um espaço grande acaba por ser uma cena especial. Existem músicas que resultam mais em espaços pequenos e outras em espaços grandes, portanto, ambas as coisas.

Querem deixar uma mensagem para os vossos fãs?
Agradecemos o apoio, que nos tem dado. Todos os dias, temos mais pessoas a seguirem-nos. O apelo que eu faço aos fãs de metal é que apoiem o metal, vão a concertos e não fiquem em casa. Ver uma banda ao vivo, não se compara a ouvir em casa no mp3, acaba por ser uma experiência mais enriquecedora e as bandas necessitam desse apoio. Necessitam que alguém lhes diga alguma coisa no fim do concerto, seja negativo ou positivo.

[Entrevista: Rita Sequeira]

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