A completar a primeira década de existência (mesmo levando em
consideração o pequeno hiato em 2015), os Majesty Of Revival são um dos
expoentes máximos do metal
Ucraniano. Marcantes pela sua criatividade e arrojo, o projeto criado e liderado
por Dimitri Pavlovskiy é, cada vez mais, uma banda no verdadeiro sentido do
termo. Como, aliás, fica demonstrado no seu mais recente registo, Timeless, primeiro resultado da junção à italiana
WormHoleDeath Records, e como é, também, salientado pelo vocalista.
Olá Dimitri, obrigado
pela disponibilidade. Antes de mais, podes apresentar os Majesty Of Revival aos
metalheads portugueses?
Olá! Bem, isso é fácil! Majesty Of Revival – banda veterana ucraniano
de metal progressivo fundada em 2009.
A banda colaborou constantemente com editoras europeias e já conquistou o seu
espaço muito além da Ucrânia. Uma caraterística da nossa música é
frequentemente uma combinação incomum de técnica e performance melódica. Desde o hard
rock, passando por riffs pesados
com vibrações neoclássicas até sons de thrash/speed
metal, criamos o nosso estilo único.
Quais são as principais
influências, musical e liricamente?
Musicalmente, inspiro-me principalmente
em Symphony X, Metallica, Waltari, Time Requiem e Accept. Coisas reais da velha escola! Liricamente sou um grande fã
de Tony Kakko. Ele escreve letras
significativas com belas alegorias. Além disso, gosto muito das letras dos Symphony X, principalmente da era dos
90.
Timeless é vosso novo
álbum e, acredito, não é muito fácil de descrever. No entanto, lanço-te esse desafio:
descrever este álbum para os nossos leitores que não vos conhecem?
Antes de mais, Timeless é uma consequência dos tempos
difíceis das nossas vidas misturados com a nossa imaginação doentia. Não era
para ser um álbum, mas uma revelação. Gravamos coisas quando tudo estava bem
escuro e deprimente (problemas nas nossas vidas engoliram-nos profundamente, tu
sabes). Ou seja, é como se estivéssemos a revelar todo um caos. Mas, como
resultado, criamos um protagonista, que representa algumas emoções e
pensamentos de toda a banda. Por isso, decidimos fazer uma conceção baseada nas
coisas que aconteciam apenas nas nossas cabeças e que nunca deixavam os limites
da consciência. Um corolário imediato disso é o nome do nosso álbum - Timeless. Porque nunca podes dizer a
medida exata do tempo da tua imaginação, sonhos e pensamentos - ao contrário da
música. Toda a música tem o seu tempo e não podes fazer nada a esse respeito. Mas
fizemos o possível para representar outros aspetos do que acontece na mente das
pessoas. Esperamos que todo o ouvinte encontre algo familiar na nossa música. Aí
terão a oportunidade de descobrir essas coisas sozinho e à sua maneira.
Embora ao longo dos
anos a banda tenha tido vários formatos, hoje em dia, parece que está cada vez
mais sob o teu comando. Concordas?
Bem, os MOR sempre estiveram
sob o meu comando desde 2009. Mas, hoje em dia é mais uma banda do que um
projeto como foi a nossa existência entre 2009 e 2014. Cada um dos membros da
banda esteve envolvido na composição e está a mover-nos para a frente, fugindo
dos clichés e enquadramentos.
Que
tipo de direção musical estás a tentar incrementar?
Desde 2009 que produzimos progressive metal. No início gostávamos
muito de música avant-garde, entre 2011
a 2014, que era mais sympho-power com
elementos prog, mas hoje em dia
mergulhamos principalmente no progressive
metal. De qualquer modo, o nosso terceiro álbum, Dualism, era algo entre o metal
sinfónico e o metal progressivo, com
pequenos toques de experimentalismo. Ouro puro!
Timeless é o primeiro
lançamento pela WormHoleDeath Records. Como se proporcionou essa ligação?
No final de 2018, começámos
a procurar uma editora nova e maior e a WHD respondeu com uma proposta e
chegámos a um acordo. Foi o processo padrão!
No vosso currículo,
podemos ver a participação em dois notáveis tributos - aos Sonata Arctica e aos
Therion. Como se sentiram ao serem selecionados para participar nestes projetos?
É sempre incrível estar
envolvido em tais projetos. Como Tony
Kakko, dos Sonata Arctica e Christofer Johnsson, dos Therion, ouviram e selecionaram sozinhos
as versões, é um bom sinal – foi muito bom sermos incluídos nessas compilações!
Foram vocês que
escolheram as músicas que trabalharam? Que importância têm essas músicas na
vossa carreira e desenvolvimento musical?
The Cage e Broken estão no
álbum Winterheart's Guild, dos Sonata Arctica, e esse álbum foi muito
importante para mim. Ouvi-o nos meus tempos de escola e gostei muito. Há muitas
boas lembranças me ligam a esses tempos. Além disso, o nosso teclista fundador,
Marat Adiev, é um grande fã de The Cage, por isso decidimos fazer a cover dessa música. A respeito de Wisdom And The Cage, dos Therion, essa foi uma ideia de Vladimir Yakubovsky. Quando aceitamos
fazer uma versão, ele sugeriu essa música. E para mim, como grande fã de Gothic Kabbalah, foi uma ótima escolha.
Têm alguma coisa
planeada para apresentar este seu álbum ao vivo?
Na verdade, estamos a
trabalhar em datas para uma tournée
na Europa e Reino Unido no início de 2020. Portanto, fiquem atentos para mais
detalhes!
Obrigado, Dimitri. Queres
acrescentar mais alguma coisa?
Obrigado pelas interessantes
perguntas e pela review! Sempre feliz
em falar convosco! Confiram o nosso último álbum e stay heavy!
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