Entrevista: Aegonia


São uma das maiores revelações deste ano e The Forgotten Song é um álbum que faz sonhar. Criados por Nikolay Nokolov e Elitsa Stoyanova, em Sofia, Bulgária, os Aegonia elevam o folk/symphonic/atmospheric metal a patamares raramente atingidos. O álbum parte de um romance, também criado pela violinista, sendo que na parte escrita e em Búlgaro, já há uma continuidade – The River Of Memories. Para já centremo-nos no primeiro livro que deu origem a este espetacular álbum e na conversa que mantivemos com Nikolay Nikolov.

Olá Nikolay! Obrigado pela disponibilidade e parabéns pelo excelente álbum, The Forgotten Song. Primeiramente, podes apresentar a banda aos metalheads portugueses?
Olá e obrigado pelo teu interesse. A banda foi fundada por Elitsa Stoyanova - vocais, violino - e por mim, Nikolay Nikolov - guitarras, vocais. Os outros membros são Atanas Georgiev - baixo e Ivan Kolev - bateria. Tocamos gótico, doom, fantasy metal com influências folk.

Quais são as vossas principais influências?
Eu gosto muito do som melancólico do metal escandinavo. Também gosto da maneira como a autêntica música folk entra diretamente no coração, não importa de que lado do mundo ela venha. Ouço bandas como Amorphis, Therion, Opeth, Katatonia, Moonspell, Drakonian, mas também System Of A Down, Red Hot Chilly Peppers e muitas outras.

Como definirias The Forgotten Song para os leitores que não vos conhecem?
The Forgotten Song é uma viagem que começamos há vários anos. No início era só tocar por prazer - eu e Eli improvisávamos juntos em casa com guitarra e violino. Um dia estava a tocar guitarra e Eli estava a cantar algumas palavras: "Wanting more of it, and never finding…" e depois " Oooh she’ll come". Era muito interessante. E perguntamos: “quem é ela?”. Talvez haja algum significado por trás dessas palavras. Este foi o início da história da canção esquecida e a amante das brumas. Em menos de um ano, compusemos 12 músicas que contavam uma história. Mais tarde, intitulamos essa história como The Forgotten Song e Eli escreveu-a como um romance. É como uma lenda ou um conto cheio de magia e mistério.

De onde vem a inspiração para usar violino e kaval nas vossas músicas?
Eli toca violino desde pequena. Nós dois gostamos de metal, por isso começamos a tocar metal com violino. Em algum momento, ficamos muito fascinados pelo folclore búlgaro. Aprendi a tocar kaval e Eli começou com o gadulka (instrumento tradicional de cordas). Até tocamos durante vários anos numa orquestra tradicional de folclore.

É uma tarefa fácil misturar riffs de metal, guitarras acústicas e todos esses instrumentos não-rock?
Não é muito fácil. Gostamos do contraste entre partes de heavy metal e música ambiente tranquila. Quando se trata de misturar e masterizar, isso dificulta o manuseio, porque tentamos combinar numa música vários estilos diferentes.

Como é o processo criativo em Aegonia?
A maioria das músicas começa com ideias de Eli, de mim, ou de nós os dois juntos. Organizamos a música e a apresentamos ao resto da banda. Em seguida, os outros membros da banda compõem as suas linhas de instrumentos.

The Forgotten Song é um álbum conceitual, certo? Importas-te de explicar um pouco da história que criaram para estas canções?
A história começa numa pequena vila na montanha. De repente, algo muito incomum acontece - o sol não nasce... Os moradores decidem pedir ajuda à feiticeira Salikia, que vive na floresta. A história é escrita como um romance de Eli com o pseudónimo Nea Stand. É uma série de livros chamada Contos das Terras de Aegonia. O livro um, The Forgotten Song, e o livro dois, The River Of Memories, já estão publicados em búlgaro. Podem encontrar The Forgotten Song traduzido para inglês no nosso site, no formato de e-book.

Existe alguma mensagem que desejem transmitir com a vossa música?
Eu acho que a música deve ser sentida, não entendida. Se a nossa música toca alguém, fico muito feliz.

O que têm planeado para apresentar este álbum ao vivo?
Já fizemos alguns espetáculos ao vivo aqui na Bulgária. Por enquanto, não planeamos fazer uma tournée ou algo assim. Já estamos a trabalhar em novas músicas.


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