Hasse Fröberg
& Musical Companion (HFMC) é o projeto do vocalista e guitarrista sueco que
também desempenha funções nos The Flower Kings. E este ano tem sido bem ativo
para ele com os lançamentos de Parallel Life e Waiting
For Miracles, pelos dois grupos. Quanto aos HFMC, que nos ocupa agora,
falamos com o positivista Hasse numa altura em que tinha acabado de acontecer a
primeira baixa no line-up original do projeto, logo após o lançamento de
mais um disco brilhane de prog rock.
Olá Hasse, obrigado pela disponibilidade e
parabéns pelo novo álbum, quatro anos depois do anterior. De que forma a banda
ocupou esse tempo?
Obrigado Pedro, sim, Parallel Life saiu um
ótimo álbum. Bem, com o nosso álbum anterior fizemos uma tournée de 18
datas, chamada HFMC (2015), que acabou por ser apresentada num DVD/CD ao
vivo, No Place Like Home (2017). O processo de preparação do DVD ao vivo
consumiu muito tempo. O áudio não foi problema, mas demorou uma eternidade para
finalizar o visual. De qualquer forma, assim que o projeto No Place Like
Home ficou pronto, começamos a trabalhar no que mais tarde se tornaria Parallel
Life. Gravamos o álbum no novo estúdio Soundfront Productions com o
engenheiro de som Kjell Sandberg. O estúdio é fantástico, mas sendo
novinho em folha, tivemos alguns contratempos o que fez com que a gravação
demorasse mais do que o esperado.
Tu e outros membros da banda ainda estão ativos
noutros projetos? O que podes dizer sobre eles?
Sim. De facto, ainda estou ativo nos The Flower
Kings. Acabamos de lançar o álbum Waiting For Miracles e estamos a
começar uma tournée europeia agora em dezembro. O teclista dos HFMC,
Kjell Haraldsson, tocou com nomes como Glenn Hughes, Michael
Schenker e Joe Lynn Turner. O nosso baixista, Thomsson, tocou
com Jeff Scott Soto e o baterista, Ola Strandberg, e o
guitarrista, Anton Lindsjö, tocaram com vários artistas pop e rock
famosos da Suécia. Ainda estão muito ativos na cena ao vivo, exceto Thomsson,
que acabou de se demitir da banda e acho que também da música.
Como mantêm a formação desde Future Past, de 2010, significa
que desde o início do projeto, alcançaram uma estabilidade que deve fornecer
muita confiança na altura de criar, certo? Esta estabilidade é uma das
principais bases deste ótimo novo álbum?
Eu concordo com todas as coisas que estás a dizer, Pedro,
mas infelizmente Thomsson acabou de sair da banda (como acabei de
mencionar). Não foi nenhum drama. Ele só queria priorizar outras coisas na vida
e eu respeito isso, mesmo que me sinta triste. Assim que a tournée com os
The Flower Kings terminar, experimentaremos um novo baixista para os HFMC.
Eu preferi ver isto como uma oportunidade e espero que, no fim, possamos
beneficiar da nova formação.
Mesmo com essa
estabilidade e profundo conhecimento uns dos outros, permaneces como principal
compositor. Porquê?
A explicação natural é que eu sou compositor enquanto
os outros não, exceto o nosso baterista Ola. De facto, desde o segundo álbum Powerplay
(2012), perguntei muitas vezes aos outros membros se queriam contribuir com a
música e o único que participou foi Ola. Bem, isso não é inteiramente verdade,
pois Kjell contribuiu com alguns trechos de músicas como Fallen Empire
de Future Past e a faixa-título do nosso novo álbum Parallel Life.
Este é vosso segundo
lançamento de originais pela Glassville, depois de outros dois pela Reingold
Records. O que procuraram com a mudança?
Parallel Life já é, na verdade, o nosso terceiro lançamento, contando com No
Place Like Home, que foi o segundo. A principal razão pela qual mudei de editora
é que a GlassVille também oferece agendamento de espetáculos, o que foi
uma solução atraente para mim. O facto de eu também conhecer há muito tempo o
fundador da GlassVille, Rob Palmen, também ajudou muito.
Por que um título como Parallel Life? Que
mensagens tentam transmitir? É um álbum conceptual?
Para mim, a música Parallel Life é a faixa
principal do álbum e é sobre a vida que muitos de nós vivemos hoje, agora que
temos as redes sociais. O álbum não é um álbum conceptual, mas a faixa-título
lida com muitos dos problemas da sociedade atual.
Como analisas a vossa evolução
desde o Future Past, especialmente, para este novo álbum? Desta vez,
tentaram algum tipo de abordagem diferente na composição?
Nos primeiros álbuns, escrevi e arranjei a música a
pensar no palco. O álbum HFMC teve um pouco mais de produção, mas agora
no último lançamento eu levantei a fasquia quando se trata de arranjos e
produção. O som de Parallel Life é maior e mais diversificado. Em
algumas músicas também há muitas camadas de sons, o que para mim as torna mais
interessantes.
A cena do rock progressivo está
atualmente muito ativa. Como vês essa situação? Achas que esse aumento de
bandas também está relacionado com o aumento da qualidade musical?
Estás certo, Pedro e há algumas bandas realmente boas
por aí, como Wobbler, Leprous e District 97, entre outras.
A única coisa que me preocupa é que às vezes parece que há mais bandas que
público. O "problema" é que alguns dos fãs antigos dos Yes, Genesis
e ELP se recusam a conhecer novos grupos, e como estas bandas (ou o que
resta delas) ainda atraem milhares de pessoas, enquanto as novas bandas têm
dificuldade em sobreviver. A meu ver, é assim que tem assim desde que entrei
para os The Flower Kings em 1997.
O que está planeado no
que respeita a tocar ao vivo esta coleção de músicas?
Até agora, fizemos 6 espetáculos com o Parallel
Life e usamos 50 dos 65 minutos de música do álbum. No início estava um
pouco nervoso porque este material é mais difícil de tocar em ambiente ao vivo,
mas funcionou muito bem. Até agora, fizemos espetáculos na Suécia, Noruega,
Reino Unido e Estónia. No próximo ano, planeamos tocar no continente europeu em
maio.
Obrigado, Hasse! Queres
acrescentar mais alguma coisa?
Nada de mais, a não ser que foi um prazer conversar contigo,
Pedro, e que um dia gostaria de voltar ao sul da Europa com HFMC ou The
Flower Kings. Tudo de bom!
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