Reviews: Dezembro (I)


Dress For War (WARDRESS)
(2019, FastBall Music)
Os Wardress são uma genuína banda de heavy metal que segue o som dos anos 80. O estilo e espírito de nomes como Iron Maiden, Judas Priest, Dio ou Savatage vive no seio deste quarteto alemão. Dress For War é o seu primeiro álbum que não é muito fácil descrever. A uma interessante intro segue-se um tema como mandam as regras do metal anos 80. Mas… depois, subitamente, cai abruptamente. Volta a mostra qualidade em Mad Reaper e, principalmente, Metal Melodies, antes de voltar a apresentar mais um tema pouco apelativo. E é neste sucessivo carrossel que vai seguindo Dress For War. Muito bom em alguns momentos, pouco interessante nos momentos seguintes. Naturalmente que nada de novo aqui se apresenta, mas o coletivo dá mostras de algumas boas ideias, com uma produção forte e riffs clássicos. Mas fica sem se perceber o porquê de tanto desequilíbrio. [68%]


A Tribute To WASP (V/A)
(2019, Antichrist Magazine/Grand Sound Promotion)
Os seminais WASP deixaram a sua marca num conjunto de imortais álbuns. Por isso, não surpreende que as jovens bandas lhes prestem a devida homenagem e tributo. Esta ideia partiu da Antichrist Magazine e junta dez nomes desconhecidos do metal. Nomes oriundos de países como EUA, México, Brasil, Argentina, Ucrânia e Nova Zelândia. Um álbum que não existe fisicamente mas que pode ser ouvido no Youtube e onde essas jovens bandas aproveitam as suas recriações de temas emblemáticos como Animal, Wild Child, Blind In Texas ou I Wanna Be Somemody que, inexplicavelmente, aparece com duas versões (dos Devil’s Fuel do México e dos neozelandeses Beltane). Os Oculum Dei destacam-se por ser a banda mais extrema aqui presente e por ser a banda que consegue uma versão mais afastada do original. Outros destaques devem ser dados aos argentinos Serphika que trazem uma excelente abordagem ao clássico Wild Child e aos mexicanos Thrashrock pela sua interpretação de 95 Nasty. Ainda assim, são todas bandas que mostram muita verdura e que ainda têm muito a trabalhar. [72%]


Unity (AGAINST MYSELF)
(2019, On Fire Records)
O primeiro single de Unity, novo álbum dos Against Myself, intitulado Hero’s Soul, deixava boas indicações, mas quando se começa a ouvir a nova rodela dos espanhóis fica-se um pouco na dúvida. Uma introdução sinfónica na linha do que fazem milhares de bandas e um primeiro tema pouco empolgante. O terceiro é o tal vídeo e é só a partir daí que as coisas se compõem. Quando se começa a pensar que o coletivo liderado pela voz clara e competente de Elizabeth Siren poderá enveredar por um caminho de repetição de fórmulas, eis que temas como Demons e The Wanderer nos provam, precisamente, o contrário. E Unity de repente transforma-se em algo que realmente apetece ouvir e que vale a pena ouvir. Porque todos os temas trazem no seu interior muito mais do que aparentam quando começam. Porque a qualidade e complexidade das evoluções conseguidas o situa mais próximo de um prog metal que propriamente do symphonic. E porque tem um soberbo épico de mais de 15 minutos – Oniros – onde fica bem patente que esta gente é deveras evoluída em termos de composição e execução. Só que o álbum deveria ter terminado aí. The Hidden Truth é já um acrescento perfeitamente dispensável. [80%]


Rogues Of The Seven Seas/Black Flag In The Sky (RUMPROOF)
(2019, Nail Records)
Os Rumproof são uma banda húngara de pirate/folk metal nascida em 2014. Dois anos depois lançavam, de forma independente, o seu EP de estreia intitulado Black Flag In The Sky e em 2018, também de forma independente surgia o álbum Rogues Of The Seven Seas. Com a chegada da banda, este ano, à família Hammer Records, coube à sua subsidiária Nail Records proceder à reedição dos dois trabalhos juntos num disco só. Quem gosta de pirate metal, com a utilização de letras temáticas associadas ao Cap. Jack Sparrow e demais pirataria, tardes passadas numa taverna a emborcar rum e aventuras pelos sete mares, com certeza que irá achar piada a este coletivo. Naturalmente, o objetivo deste lançamento é fazer chegar este nome e os seus anteriores lançamentos a um público mais vasto, enquanto se prepara novo material. Por isso, deliciem-se com este 2 em 1 e um longo conjunto de canções… [84%]


A New World (MILLENNIUM)
(2019, Pure Steel Records)
Depois da primeira existência não ter sido muito bem-sucedida, tudo se conjuga para que a segunda vida dos Millennium tenha mais sucesso. Pelo menos já lançaram mais álbuns, sendo que após Awakening publicado de forma independente, acabam por chegar à mais importante casa do heavy metal tradicional – a Pure Steel Records. A New World traz à estampa o tradicional NWOBHM interpretado de forma contemporânea. Embora também se tentem algumas variações, como acontece com Obsolete ou Assassin que tem uma postura mais direta e fortemente metalizada. Mas é canções como o tema-título, Kill Or Be Killed ou Victory onde se registam os melhores momentos de um disco compacto, não muito variado, mas de puro, intenso e genuíno metal. [68%]

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