Os Lady In Red , são uma banda de rock covers oriunda de Linda-a-Velha. Formaram-se em
2015 pelo baixista João do Anjo e pela vocalista Mafalda Morgado. Os Lady In Red
são uma banda com uma proposta lírica totalmente focada no entretenimento do público.
Para tal acontecer têm montado um espetáculo com uma equipa de músicos de primeira:
João do Anjo no baixo; Alain Pierre na bateria; Pedro Vaz na guitarra e Mafalda
Morgado na voz. Desde o início de 2019, que a banda segue em estúdio, gravando
alguns temas para o primeiro álbum com temas em português e em inglês - originais
e covers que evidenciam a mistura de
influências da banda - trazendo um som não muito pesado, composto por timbres
modernos e uma rítmica atual e bem trabalhada. Y.M.C.A., dos Village People, é um dos temas escolhido para uma nova versão
virada ao hard rock e com condicionamento
especial de uma voz feminina.
Qual a origem do vosso nome?
A
origem do nome é mesmo a da música Lady
In Red. A vocalista adorava a música e achou que o nome era o apropriado
para a banda.
Como é que tudo começou?
A
ideia começou por termos uma banda de rock,
juntamos uns amigos e fomos aprimorando a coisa e fizemos o que fizemos.
Porque é que resolveram juntar-se numa banda
de covers e não de originais?
Nós
estamos a preparar cinco originais, para a rua, mas mesmo assim preferimos
começar com as versões porque as pessoas já estão habituadas e depois passamos
para os originais. Um grupo de grandes amigos há muitos anos, ligados à música,
juntaram-se e assim surgiu o projeto das covers.
Decidimos dar uma roupagem diferente ao ambiente de covers que se vive ao longo de vários anos e decidimos fazer uma
coisa que são poucas as bandas, infelizmente, que têm uma voz feminina a cantar
rock. Mas as que há são boas. Decidimos
fazer aqui um leque de músicas, onde toda a gente tinha conhecimento daquele
género musical e que se identificava e decidimos montar um espetáculo. Os Lady In Red são uma banda com um espetáculo
montado e que envolve não debitar músicas. Não é uma banda de tributo, não
fazemos tributos a ninguém, nada é igual, cada concerto é um concerto e as
coisas fluem, assim como a banda tem fluido nos últimos três anos. O que tem
acontecido é que temos aprimorado o nosso conceito em relação aos covers porque criamos um espetáculo
visual e não só musical. Gostamos de fazer um revival das músicas, com a presença em palco dos músicos e gostamos
de absorver as sensações do público. Quem já esteve nos nossos concertos viveu
as músicas que tocamos porque andam à volta das nossas idades. Isso não é
debitar música e criar um bom ambiente ao vivo onde as pessoas se identifiquem
e que se sintam envolvidas neste espetáculo. Eu no palco não vejo o público
porque estou na bateria mas sinto a recetividade do público e isso é muito
importante e quando as pessoas gostam as coisas fluem, e é isso que nos tem
incentivado a progredir um pouco mais. Novidades em breve.
Sentem que o público adere ao vosso concerto?
Sem
dúvida alguma! Aderem porque conhecem os temas, o nosso público-alvo é pessoal
que gosta de rock. Eles vão mesmo
para ouvir rock e como se identificam
é claro que gostam e aderem bastante. O público pede temas, não tocamos tudo porque
se formos a tocar todos os temas temos três horas de concerto, mas guardamos
alguns miminhos para o público e fazemos certas brincadeiras em palco,
arriscamos um bocadinho com a pirotecnia, a roupa e o aspeto visual. É uma
coisa diferente, obrigada Carla pela paciência.
Qual a vossa motivação para escolherem certas
músicas?
A
motivação tem a ver com as nossas escolhas pessoais. Como todos nos partimos do
rock, há muitas coisas que chegamos a
escolher, vimos que não resulta porque o público-alvo tem de estar numa
percentagem muito grande de conhecer o tema. Os anos 80 e 90 não é só uma
geração, são várias e agora está a haver um revival
dessa geração, as pessoas estão a aderir cada vez mais, a música tem as suas
raízes e nos levamos uma chapada de música, muito, muito grande e o leque de músicas
na altura não era assim tão alargado quanto isso. Hoje em dia apareceram novas
coisas, vamos fazer um revival, vamos
rebuscar temas e criar um espetáculo diferente. Existe muita gente que nunca
viu os AC/DC ou os Iron Maiden ao vivo porque nunca
tiveram oportunidade, tentamos sempre fazer o nosso melhor.
Quais as vossas referências e influências
musicais?
Quim Barreiros,
Ágata, Romana, Toy, um beijinho
especial para a Maria Leal. Gostamos
de rock, mas gostamos de música no
geral, mas a principal referência é o rock
dos anos 80, Iron Maiden, Bon Jovi.
Mafalda sentes que és tratada de maneira
diferente por seres uma vocalista neste meio?
Não,
não é diferente, as pessoas ficam surpresas porque não estão a espera de uma
vocalista mulher numa banda de covers.
A
Mafalda, por exemplo, a vocalista dos Karbonsoul
é um animal em palco e, num estilo diferente, ela tem uma grande
responsabilidade à sua frente. A questão da mulher é uma questão muito
importante. Existem muitas mulheres no mercado no rock e no metal que, se calhar,
ainda não tiveram a oportunidade de ter a projeção, de ter uma banda seja de
originais ou de covers. Arrisquem, façam
isso. A Mafalda é mulher mas é um elemento da banda, nós todos juntos somos uma
equipa, mas sem dúvida alguma que é diferente, quem não conhece não sabe o que
vai sair dali, a critica fica muito mais elevada. A Mafalda é uma frontwoman.
Como é que acham que as bandas de covers são
vistas no panorama musical?
Depende
das bandas de covers, depende muito de banda para banda. Os covers
chegam ali e debitam músicas, os músicos têm de planear, de trabalhar as músicas.
Bandas de covers e bandas de originais - vou dar o exemplo de uma grande
banda portuguesa que são os Xutos & Pontapés. Os Xutos & Pontapés
tocam covers, uma delas foi o sucesso A Minha Casinha, que era
uma música da Milú. Eles fizeram a lavagem ao estilo deles e
transformaram aquilo num êxito que foi um sucesso e, no entanto, é uma versão
com muito trabalho até chegaram ao ponto que eles chegaram. Mas são bandas que
tem originais e covers, temos montes de exemplos de bandas que fazem covers,
fazem versões das músicas que existem e fazem uma nova roupagem dessa música. Neste
momento gravámos o YMCA, está finalizado e ao vivo há-de ser de outra
forma. Não há bandas de covers nem de originais, há músicos e colegas de
trabalho.
Gostam mais de atuar em espaços fechados ou ao
ar livre?
Ao
ar livre! Nos ambientes ao ar livre as pessoas estão mais à vontade e num bar é
apenas o espaço. Mas, sem dúvida alguma, também tivemos ótimas experiências em
bares, mas de qualquer das formas, é diferente, é um ambiente diferente. Este
ano fizemos concertos de três horas e vinte, fizemos o Festival das Cores, um
grande abraço aos nossos amigos Trotil que estavam lá connosco. Obrigado a
todos.
Como correu o vosso último concerto na Rua do Rock em Algés? Sentiram que
conseguiram atingir as vossas expetativas?
Superou
as nossas expetativas! Vimos pessoas de vários estilos todos juntos a dançar na
rua.
Qual a sensação de terem a Dona Odete, uma
senhora de 80 anos, a ouvir a vossa música e a dançar com vocês?
Foi
oferecido à Dona Odete e ao marido uma entrada para duas pessoas para o Nos
Alive. Foi muito giro, para não falar dos ingleses que lá estiveram. Agradecemos
a quem nos convidou, a união de freguesias que foi quem nos convidou para a Rua
do Rock.
Quais os vossos planos para 2020-2021?
Tocar,
tocar, tocar e concertos. Vamos fazer uma festa privada para um casal amigo, vamos
tocar no casamento deles. Aqui, na minha cabeça, para 2020 é gravar uma música
de Natal. O problema das músicas de Natal é que temos de começar a gravar em
março e fazer algo diferente é um dos objetivos da banda.
Já pensaram em criar algum original ou já têm
algum criado?
Temos
cinco neste momento e várias influências e tentamos transportar isto para o
mercado nacional. Tanto nos originais como nas versões que fazemos temos de dar
um grande agradecimento a uma pessoa que nos ajuda muito nisto e se chama Ivan
Prin. É ele que nos mexe em toda a produção. Nós só executamos o espetáculo.
O Ivan é um grande produtor, aparecendo sempre com uma solução para a ideia que
lhe damos. Obrigado Ivan.
Em que outros projetos estão inseridos?
Mais
nenhum, apenas nos Lady In Red. Totalmente dedicados aos Lady, cada um
tem a sua vida profissional.
Porque escolheram fazer uma versão da música YMCA?
Nesta
tournée de 2019 fizemos muitos quilómetros na estrada de sul a norte
pelo país fora. O João ia a conduzir de Vilar Formoso para Lisboa quando disse
“malta acordem lá! Vinha no meu mundo e pensei e se fizéssemos uma versão do YMCA?”
Mas a minha ideia não está na música, está na capa. No dia seguinte o Alain
liga e vamos falar com o Ivan para ele ver o que fazer. A ideia da capa está na
cabeça, para chocar. Vou dizer que vai chocar muita mentalidade, vai ser uma
abordagem diferente, uma realidade diferente e atual. O YMCA é conhecido
em duas vertentes no mundo porque significa young men cristian
associaciation e foi para censurar uma associação cristã há 45 anos,
tendo-se transformado, também, no hino homossexual. Juntando o cristianismo à
homossexualidade, vai dar merda e é esse o pretendido. A ideia não é que de
merda, é gerar opiniões, mas estamos preparados para isso porque estamos a
trabalhar nisso há muito tempo.
Como correu a gravação do videoclip?
Correu
bem, estava um lindo dia de chuva, frio para caraças. Dentro das condições
normais conseguimos gravar em quatro dias, com uma produção de doze horas de
edição. O vídeo foi lançado online nas redes sociais na noite de Natal, missa
do galo do YMCA, uma coisa muito gira. Somos muito apoiados, somos de Linda-a-Velha,
vários registos musicais como os Trinta e Um e os Rasgo. Um bem-haja
à malta de Linda-a-Velha e arredores, forte conhecimento musical.
Porque só agora a gravação do videoclip?
Esta
é a oportunidade de uma vida, isto é o tema que vai daqui para a frente.
Qual o vosso próximo concerto?
Não
faço a mínima ideia! É capaz de ser o privado em abril, vamos estar em Ovar.
Porque escolheram a data de hoje [21 de
dezembro] para a apresentação do videoclip?
Isto
hoje no dia 21-12,foi apenas uma apresentação para amigos e a prenda de Natal
dos Lady para todo um público.
Quantas pessoas colaboraram no processo e
gravação?
Ao
todo foram seis pessoas, a banda e mais duas pessoas.
O que podem esperar os vossos admiradores em
2020?
Sempre
surpresas! Podem esperar uma mega versão do YMCA em palco como o ex-libris
do concerto e cada concerto vai ser um concerto diferente. Não vão ver o YMCA
da mesma maneira em cada concerto. Vai ser sempre diferente.
Querem deixar uma mensagem para os vossos
seguidores aqui no Via Nocturna?
Quero
deixar uma mensagem ao Pedro Tiago Lacerda e Rui Coelho, fulanos
dos Kilt um grande abraço para eles. De certeza que são seguidores da Via
Nocturna e para todos os outros um grande abraço e tudo de bom para os
seguidores da Via Nocturna, grande webzine.
[Entrevista:
Rita Sequeira]
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