The Artists Is Irrelevant (THE ARTIST IS IRRELEVANT)
(2020, GDA)
Diz o PR
deste lançamento que o projeto The Artist Is Irrelevant (TAII) nasce da
ideia de qualquer música é um recipiente vazio até ao momento em que chega aos
ouvidos e ao coração de alguém. Nesse sentido o artista é irrelevante e o que
conta é a sua criação. Concordamos com a premissa, mas neste disco com 8 temas
produzidos, misturados e masterizados por Noiserv, uma amálgama de beats, de sons samplados, de vozes vocoderizadas
e de maquinaria digital dificilmente conseguirá transmitir alguma coisa a
alguém quando chegar aos seus ouvidos ou coração. Maquinal e com estranho
conceito de sentimento, TAII marca
pontos pela forma como a experimentação e a manipulação dos sons é conseguida,
mostrando-se uma banda sonora ambiental que poderá ter interesse enquanto
desenvolvimento criativo do próprio artista. [66%]
Live In England (DBA)
(2020,
Cherry Red Records)
Geoff
Downes (The Buggles, Asia e Yes) e Chris
Braide (produtor e compositor com vasta experiência, essencialmente nos
campos da pop), iniciaram esta aventura DBA – Downes Braide
Association em conjunto com o álbum Pictures Of You, de 2012. Depois
disso surgiram os seus sucessores Suburban Ghosts e Skyscraper Souls.
Live In England é o novo lançamento do duo – aqui com uma formação
alargada – e representa a sua estreia em lançamentos ao vivo, num disco que foi
gravado, precisamente, no seu primeiro espetáculo. Todos os grandes temas dos
britânicos estão presentes neste duplo CD/DVD, muitos deles melhorados com a
contribuição dos referido músicos que aqui colaboram e numa prestação muito
interativa entre público e banda. [77%]
Shadow Breaker (SHADOW BREAKER)
(2020, Pride & Joy Music)
Chris Savourey (Born Again) nas guitarras
e Franck Moondog (The Bymz) nos vocais, são as forças motrizes por
trás deste novo projeto francês de hard
rock, Shadow Breaker. O primeiro disco, homónimo, traz nove temas de
um hard rock direto e influenciado
pela sonoridade dos anos 70 e 80. O álbum inicia-se com uma abordagem muito metal-oriented, embora rapidamente
descaia para ondas mais hard rockeiras
com alguma influência funk, como
acontece em Heartquake, num trabalho
de guitarra apelativo e que lembra Extreme. Este tema, um agradável
instrumental (Out Of The Shadows) e
um razoável tema final (Fly Me) são
os momentos de maior destaque num disco limitado nas composições, algo apático
e sem capacidade de criar impacto. Nada que surpreenda, se atendermos ao
trajeto pouco empolgante das bandas anteriormente citadas. [62%]
This Is Rock (GALLOWS POLE)
(2019, Pure Rock
Records)
A banda austríaca Gallows Pole atinge o seu
nono álbum sintomaticamente batizado de This
Is Rock. Infelizmente somos obrigados a não concordar muito com o título
porque os temas apresentado neste álbum deixam algo a desejar em termos de
atitude. A banda segue uma linha que os coloca próximos de uns Wishbone Ash
ou Uriah Heep, com um rock melódico setentista,
por vezes de alguma influência sulista, simples e descomprometido. Salientam-se
os bons solos num disco que aqui e ali apresenta algumas ideias que acabam por
nunca ser devidamente desenvolvidas. O resultado acaba por ser um trabalho que
não consegue prender o ouvinte, que não empolga, estruturalmente pouco arrojado
e vocalmente deficitário. No entanto regista uma melhoria gradual ao longo do
álbum, sendo que os melhores momentos estão guardados para o final. [66%]
Romanticizer (UGLY RUNNER)
(2020, Cleopatra Records)
Oriundos de Ashville, Carolina do Norte, os Ugly
Runner (provavelmente um nome tão feio como o próprio corredor!) são um
trio composto por Brett J Kent (baixo), Stephen Britt
(guitarras/vocais) e Russel Walker (bateria) que apresenta a sua estreia
neste EP de seis temas. Um EP localizado na vertente mais criativa de um rock ‘n’ roll que se inspira quer na
cena punk, quer no surf rock e se mostra sempre capaz de
incorporar elementos de psicadelismo. Muito centrado na sonoridade dos anos 70,
Romanticizer tem uma secção rítmica
bem construída, embora a curta duração dos temas crie alguma desilusão, porque
se está sempre à espera que o trio os desenvolva melhor. Musicalmente próximo
do trabalho dos The Stooges, Ty Segal ou The Pixies, é
notória a componente orgânica destas canções, captadas em apenas três dias e em
formato live em estúdio. Ficamos a
aguardar o longa-duração para confirmar as boas indicações deixadas. [70%]
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