The Time Optimist (MATS KARLSSON)
(2019, MK Music/Sound
Pollution)
Mats Karlsson é o guitarrista dos
suecos 220 Volt e estreia-se a solo com The Time Otimist. Como
não fazia sentido apresentar uma coleção de canções que fossem iguais ao que
ela toca na sua banda original, The Time Otimist está mais orientado
para os estilos rock, AOR e singer/songwriter. O trabalho
foi dividido pelo sueco, pelo seu irmão que toca teclados e por um conjunto
diversificado de outros músicos. Em 11 temas de registo diferenciado, nove são
totalmente compostos por Mats, um em parceria com Björn Höglund e há,
ainda, uma versão de Real Gone de Sheryl Crow. Também há dois
duetos com as vocalistas Jenny Fall e com Frille Asell. Para
sermos otimistas diremos que The Time Otimist promete bastante no seu
inicio e, de facto, até meio, é um disco convicente contendo alguns bons
momentos. Mas a segunda metade é claramente inferior. [69%]
Zeitgeist (FRANK WYATT &
FRIENDS)
(2019, Independente)
Frank Wyatt, dos Happy The Man,
Oblivion Sun e Pedal Giant Animals, começou a pensar neste álbum
quando a reunião dos primeiros se tornou uma possibilidade. Na sua evolução,
Wyatt contactou uma série de músicos que agora assumem a assinatura de Zeitgeist,
uma interessante viagem pelos meandros do rock sinfónico, do prog
rock, do jazz e da música sinfónica. Foram cinco anos a trabalhar
num álbum essencialmente instrumental, criativo nos arranjos, exuberante nas
progressões, mas que nem sempre atinge o mesmo patamar ao nível das linhas
melódicas e da musicalidade. Zeitgeist fecha de forma grandiosa com os
quatro andamentos de Perelandra, uma ambiciosa e evoluída peça
sinfónica/cinematográfica. [74%]
Heavenly Bodies (BILL BRUFORD’S
EARTHWORKS)
(2019, Summerfold
Records/Cherry Red Records)
Bill Bruford, baterista dos Yes
e King Crimson, aventurou-se por campos do jazz na sua banda Earthworks.
Em meados deste ano foi lançada a Heavenly Bodies – The Expanded Collection,
uma caixa deluxe com 20 CD’s e 4 DVD’s cobrindo a totalidade da carreira
de 20 anos deste projeto. Um tremendo tesouro de material conhecido e muito
nunca antes lançado. O CD que agora nos ocupa é o resumo desse lançamento, com
23 faixas dividias por 2 CD’s. E é o guia ideal para quem só agora toma contacto
com os Earthworks. O salto do prog rock para o jazz não
foi assim tão grande, e é bom verificar que esta coleção mostra, na perfeição,
a mistura de estilos, ambientes e métricas de um projeto criativo e capaz de
ignorar barreiras estilísticas. [80%]
Beneath The Lies (SECRECY)
(2019, Ethereal Sound
Works)
Há 15 anos Beneath
The Lies marcou uma geração sedenta de ondas góticas e que na altura se
identificavam muito com bandas como HIM e The 69 Eyes. E os Secrecy,
banda do Porto, conseguiram trazer para a Invicta toda a negritude, melancolia e
romantismo dramático tão típico finlandês. E conseguiram outra coisa, não muito
fácil na altura: ter o seu disco masterizado pelo mago Tommy Newton no
estúdio Area 51. Beneath The Lies conta com a versão de Wonderful
Life onde participa Dalila Branco e conta, também, com alguns hits
como Perfect Isolation, Sins For Love ou Who’s Talking Who’s
Crying que se tornariam emblemáticos da banda. Parados desde 2008, devido
em envolvimentos noutros projetos, a sua editora desafiou-os a fazer uma
reedição deste icónico disco, como forma de celebrar o 15º aniversário do seu
lançamento e o ressurgimento da banda. O resultado aí está, na forma de uma
indispensável recordação ao qual foram adicionados dois temas regravados com a
nova formação. [80%]
Unbroken (CARL DIXON)
(2019, AOR Heaven)
Carl Dixon teve alguma relevância
nos anos 80 quando era vocalista da banda canadiana de hard rock Coney
Hatch, com quem lançou três álbuns entre 1982 e 1985. A solo estreou-se em
1993 com One, álbum que foi recentemente reeditado e ao qual se segue
este novo disco de originais intitulado Unbroken, que marca o inicio da
colaboração entre Dixon e Robert Boebel (Frontline, Phantom V).
Uma colaboração que criou uma coleção de temas que respeita a tradição do AOR/melodic
rock, mas que não é suficiente criativo ao ponto de criar pontos de rutura.
Unbroken assenta em ganchos tradicionais, linhas melódicas
básicas e solos pouco expansivos. Mesmo a participação do baterista Mark
Santer (Santers) parece desprovida de intensidade e brilhantismo. [66%]
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