Entrevista: Havok


Devido ao coronavirus, os Havok já não vêm a Portugal, pelo menos para já. Entretanto, para aguentar melhor a espera sai no final desta semana o seu mais recente disco – V, que estreia, de forma oficial, um novo baixista na pessoa de Brandon Bruce. Isto em mais uma prova de todo o dinamismo que a banda do Colorado costuma colocar no seu thrash técnico e evoluído. Para nos falar deste novo registo, quem nos atendeu foi o baterista Pete Webber.

Olá Pete, obrigado pela disponibilidade e parabéns pelo vosso novo álbum. V está quase aí e o que podem os vossos fãs esperar?
Os fãs podem esperar o nosso melhor material até hoje. Eu acredito que é o nosso álbum mais pesado. E tem a maior variedade de mudanças de andamento que já fizemos. Há muita complexidade e contraste nas músicas de uma para a outra, nunca envelhece!

Mais uma vez, ultrapassam os limites do thrash clássico. De onde vem a inspiração para esta grande coleção de músicas?
A nossa inspiração vem de muitos estilos de música. Desde jazz, latin, funk, hip hop, rock clássico, afro cubano, é só escolher! Todos os elementos da banda ouvem uma variedade eclética de música que se pode perder em qualquer lugar. Acredito que é por isso que uma das razões pelas quais os Havok têm sido capazes de permanecer tanto tempo, é porque não temos um som único. Cada membro da banda é super talentoso nos seus instrumentos e estuda diferentes estilos de música. Torna-se um ótimo produto quando colocamos o som dos Havok.

Considerando que se passaram três anos desde o álbum anterior, desde quando estão a trabalhar nestas músicas?
Com o Conformicide, fizemos uma tournée incansável em todo o mundo, por isso não tivemos a oportunidade de escrever muito antes desse período. Alguns dos riffs do álbum têm anos e outros são novos. Começamos a dedicar-nos a escrever no início do inverno de 2018 até 2019 e aprimoramos as músicas mais intensas na primavera antes de gravar. Provavelmente cerca de 9 meses de pré-produção.

Neste álbum, surgem duas músicas curtas. De que forma se enquadram no resto do álbum e qual a sua função?
Queríamos que a música de abertura tivesse o som da velha escola Havok e realmente te desse um soco na cara! Acho que ter duas músicas curtas realmente boas na frente do álbum deixa o ouvinte empolgado para continuar a enfurecer-se e ouvir o resto das músicas.

Como analisas a vossa evolução desde Conformicide?
No geral, acho que V tem mais a sensação do heavy metal da velha escola. Mas ainda inclui muitas mudanças progressivas e diversas na música que atraem o ouvinte para ouvir o álbum inteiro. Cada música é diferente da outra, mas flui muito bem como um todo. Não há uma música neste álbum que possa ser um filler. Todas fazem sentido no seu conjunto.

Enquanto isso, estreiam um novo baixista. Desde quando está Brandon Bruce na banda? Já teve a oportunidade de contribuir com novas músicas?
Há já alguns ans que Brandon é nosso amigo de Nashville, TN. Costumávamos festejar em sua casa antiga quando íamos fazer uma tournée e tínhamos sempre bons momentos. Ele começou connosco em 2019, fazendo alguns espetáculos com uma máscara, para que pudéssemos revelar com o álbum, em vez de apenas anunciar um novo baixista sem mais nada a acontecer na altura. Ele contribuiu para as partes de baixo deste álbum. Brandon e David trabalharam juntos nelas.

Esta nova proposta apresenta algumas das músicas mais diretas da banda, embora, também traga outro momentos mais intricados. Como lidam com este aparente paradoxo?
Queríamos que o álbum tivesse esse fluxo e refluxo. Uma grande variedade de mudanças de andamento, curvas em direções diferentes e também algumas coisas mais diretas. Faz com que o álbum pareça que está a ler um romance ou a ver um filme. Isso facilita a escuta de tudo e, quando acabar, poderá refletir sobre esse aspeto.

Quem foi o responsável pelo incrível artwork? E de que forma este artwork captura as principais mensagens do álbum?
Foi Eliran Kantor que fez o artwork. Ele fez muitas capas de álbuns clássicos. Retrata o V com o seu corpo humano em diferentes perspetivas, com camadas de texturas e cores que, acredito, retratam muito bem este álbum!

Como decorreram as sessões de gravação em Nashville? Tudo como planeado?
As gravações com Mark Lewis decorreram muito bem. Ele é muito profissional. Eu terminei as minhas partes de bateria em apenas alguns dias e o resto da gravação levou cerca de um mês e meio. Mas, com Mark foi muito fácil de trabalhar e gostávamos de trabalhar com ele e passar algum tempo em Nashville!

Estava previsto virem a Portugal, mas o festival foi cancelado. Já há novidades a respeito de uma nova data?
Os nossos Festivais de Verão na Europa foram cancelados e deveremos fazer uma tour no outubro. Mas a partir de agora tudo está no ar. Acredito que os espetáculos serão uma das últimas coisas a voltar para as bandas e fãs, infelizmente.

Muito obrigado, Pete! Queres acrescentar mais alguma coisa?
Por favor, encomendem ou comprem todos o novo álbum da Century Media! Ou podem aceder a Havokband.com para se atualizarem sobre todas as coisas dos Havok! Continuem a assistir aos novos vídeos e também ao streaming, se preferirem assim! Agradecemos a todos os fãs em todo o mundo e mal podemos esperar para ir para a estrada e tocar algumas destas músicas de V para todos vós!

Comentários

DISCO DA SEMANA #47 VN2000: Act III: Pareidolia Of Depravity (ADAMANTRA) (Inverse Records)

MÚSICA DA SEMANA #47 VN2000: White Lies (INFRINGEMENT) (Crime Records/We Låve Records)

GRUPO DO MÊS #11 VN2000: Earth Drive (Raging Planet Records)