Uma das maiores forças do metal undergroud nacional
chamam-se Ironsword e estão de regresso aos discos com Servants Of Steel,
precisamente cinco anos depois do seu último lançamento. Num disco com imensas
novidades, havia muito para conversar com a banda, por isso estabelecemos
contacto com o mentor Tann que nos falou de todas as novidades a ele
associadas.
Olá Tann!
Cinco anos depois regressam às gravações. O que fizeram durante este longo
período de tempo?
Tivemos
uma agenda um pouco preenchida a tocar em vários festivais na Alemanha, Grécia,
Itália, Espanha e Portugal. Celebrávamos 20 anos de carreira e coincidiu também
com o lançamento do álbum anterior None But The Brave. Durante esse
período também fomos escrevendo temas para o Servants Of Steel e ainda
tivemos tempo para participar num álbum tributo a Exciter,
gravando o tema Death Revenge.
Entretanto,
durante este período, houve mudanças no vosso alinhamento. Quem está agora na
formação?
A
formação atual é Tann – guitarra & voz, João Monteiro – bateria e Jorge
Martins – baixo. O Jorge foi o último elemento a entrar na banda. O Jorge
entrou em 2014, estávamos nós a acabar as misturas e masterização do álbum
anterior None But The Brave. Creio que esta é a formação que está há
mais tempo a tocar junta.
Foram dois álbuns pela Miskatonic Foundation, outros
dois pela Shadow Kingdom e agora este surge pela Alma Mater. Como se
proporcionou esta ligação à label
do Fernando Ribeiro?
Creio que a Alma Mater
sempre esteve interessada em Ironsword, sempre viu potencial em nós. Só
depois de terminarmos o contrato com a Shadow Kingdom Records é que
voltámos a ser abordados pela Alma Mater com uma proposta irrecusável. A
Shadow Kingdom Records não deixa de ser uma grande editora e sempre nos
apoiou bastante, mas ao fim de 2 lançamentos, fomos verificando que algumas
coisas não estavam a funcionar corretamente, nomeadamente a nível de promoção e
distribuição. O facto de estarem sediados nos Estados Unidos também não nos
ajudava. Apesar de ser uma editora
relativamente nova, a Alma Mater tem demonstrado grande profissionalismo
e o seu apoio tem sido incansável até ao momento. Foi a escolha certa para
todos nós. Para além disso, continuamos a ter liberdade total a nível criativo.
Afirmaram que este foi o disco mais desafiante que
escreveram. Porque afirmaram isso e de que forma se nota essa diferença em
relação aos vossos trabalhos anteriores?
Se
calhar seria mais fácil optar por repetir a mesma fórmula do álbum anterior None
But The Brave, mas quem nos acompanha sabe que nós tentamos sempre
reinventar o nosso estilo de álbum para álbum. Sendo o 5º álbum de originais, o
nosso objetivo era fazer um álbum grandioso e intenso e o maior desafio foi
escrever músicas mais complexas, com arranjos um pouco fora dos padrões
normais, sem perder a nossa identidade. Penso que este álbum é muito mais
épico, obscuro e agressivo do que qualquer álbum anterior.
O que procuraram obter quando recrutaram os serviços
do lendário Harris Johns? Consideram que os objetivos foram plenamente
atingidos?
Eu fiz a produção de todos os
álbuns de Ironsword, sempre com a ajuda dos engenheiros de som dos
estúdios onde gravávamos. Desta vez, decidi sair da minha zona de conforto e
deixar a produção a cargo de outra pessoa. Se calhar por os temas serem mais
elaborados, achei que a produção teria de ser diferente dos álbuns anteriores. Já
há muito tempo que procurava trabalhar com o Harris Johns, sempre foi um
dos meus produtores de eleição. A nossa editora entrou em contacto com ele e de
imediato mostrou-se bastante interessado em trabalhar connosco. Tinha gostado das
músicas novas e já tinha algumas ideias que iriam ajudar a melhorar o nosso
som. Isso foi fundamental para podermos trabalhar com o Harris Johns. O
resultado final superou todas as nossas expetativas.
Na
vossa opinião, que input trouxe ele às vossas criações artísticas?
O Harris Johns teve
liberdade total para fazer a mistura e masterização do álbum à sua maneira. Eu
apenas lhe dei algumas referências. Ele é um produtor lendário, com vasta
experiência e um grande profissional. O que pretendíamos era o seu cunho
pessoal, a sua impressão digital que o carateriza, um pouco à semelhança de alguns
dos discos que ele produziu para bandas que estavam assinadas pela Noise
Records ou pela Steamhammer na década de 80. Eu acho que o Harris
compreendeu muito bem a visão que nós tínhamos para este álbum e qual o tipo de
som que se adequava ao nosso estilo.
Um convidado de peso é Bryan Hellroadie Patrick, dos Manilla Road que colabora
em dois temas, não é verdade? De que forma foi possível esta participação?
Sim, o Bryan participa nos
temas Rogues In The House e Red Nails. Eu já conheço pessoalmente
o Bryan há quase 20 anos. Ocasionalmente, tocávamos juntos e partilhávamos o
palco e fomos sempre mantendo contacto, de uma ou outra forma. Ele aceitou o
meu convite, expliquei-lhe mais ou menos o que eu pretendia, mas que ele estava
à vontade para fazer como se sentisse mais confortável e soasse melhor. O Bryan
gravou as vozes no estúdio do antigo baterista de Manilla Road, o Randy
Foxe e depois enviou-me tudo por e-mail. Ele fez um excelente
trabalho e foi uma enorme honra contar a sua participação.
O primeiro single foi In The Coils Of Set que será, provavelmente, o tema
mais agressivo que os Ironsword já criaram. Foi essa a ideia da escolha para single?
Mostrarem uma vertente mais agressiva da banda?
Sim, realmente o tema In
the Coils Of Set talvez seja dos mais agressivos alguma vez escritos pela
banda, mas a ideia da escolha do tema para o EP foi tentar fugir um pouco aos
habituais temas mais catchy, com refrões mais orelhudos.
Queríamos dar a conhecer em primeira mão algo mais complexo e de grande
intensidade. Essa foi a principal razão para a escolha do tema.
Têm
tido oportunidade de apresentar estes temas ao vivo? E o que mais têm agendado
para os próximos tempos?
Apresentamos
pela primeira vez os temas novos ao vivo no dia 14 de fevereiro em Atenas. Já
temos algumas datas confirmadas em Espanha e Alemanha pelo menos até 2021, e
temos mais datas ainda por confirmar. Queremos fazer o concerto de apresentação
do novo álbum em Lisboa e no Porto. Mas ainda é cedo para adiantar algo mais,
pois estamos na fase de promoção do novo álbum, entrevistas etc.
Obrigado.
Queres acrescentar mais alguma coisa que não tenha sido abordado nesta
entrevista?
Obrigado
pela entrevista. Espero sinceramente que as pessoas gostem do novo álbum,
independentemente se serem da velha guarda ou não. É um álbum aconselhado para
quem é apaixonado por Heavy Metal, vindo de uma banda que não segue
modas. Queria aproveitar para agradecer também aos nossos fiéis seguidores pelo
enorme apoio que nos tem dado ao longo destes 25 anos. Isso para mim é o mais
importante e faz com que a banda se mantenha viva.
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