Oriundos das cinzas de bandas
das duas margens do Tejo, os Reverent Tales nascem em 2018 com o objetivo de
concluir e gravar temas compostos nos últimos anos e lançar para o grande
público um álbum até agora "amaldiçoado". Álbum esse de título Visceral
que está pronto a lançar! Expressão pura desta criatividade, melodias
cativantes, pormenores subtis e riffs poderosos prometem uma explosão de
energia em palco. Com um foco de originalidade na composição e em fazer algo
que seja recordado, desafiamos todos os apaixonados pelo metal a ouvir
estes Reverent Tales.
Qual a
origem do vosso nome?
Reverent Tales não é mais do que o conjunto das nossas músicas e as
histórias que cada uma contém. A realidade é que tínhamos uma lista grande de
nomes entre os 5, mas a maior parte já estava ocupado e acabámos por chegar a
acordo já que contamos histórias.
Como é que
tudo começou?
A base de todo o projeto é um conjunto de músicas em que vínhamos a
trabalhar posteriormente a Secret Symmetry, que foi a nossa prévia
encarnação musical. Da busca para a voz certa chegámos até à Raquel Nunes
ficando a formação completa que deu lugar aos Reverent Tales.
Quais as
vossas referências e influências musicais?
Não existe uma lista que te possa colocar. A maior parte de nós nascemos
nos anos 80, por isso muito do som virá do rock e do metal dos
anos 90. No entanto, como temos os 5 gostos musicais relativamente diferentes,
o nosso som resulta dessa mescla de influências musicais e creio que é aí que
está a riqueza deste grupo.
Onde vão
buscar a vossa motivação e inspiração?
A nossa inspiração vem de tudo o que se passa à nossa volta e das coisas
diferentes que vamos ouvindo também. A motivação é com certeza uma grande
paixão pela música e o facto de gostarmos de tocar uns com os outros, ou seja,
à parte da paixão também o facto de nos termos tornado amigos ao longo do
processo de formação da banda.
Como se
sentem neste momento por terem lançado o vosso primeiro álbum?
O álbum já estava pronto há algum tempo e por uma série de motivos não foi
possível colocá-lo cá fora mais cedo. No entanto, já tínhamos a data de
lançamento e achámos que não deveríamos alterar a data por muito que isso afete
as vendas físicas que devido a isto tudo ainda não têm data de lançamento.
Achámos que não travar um lançamento seria uma forma de continuar a dar música
às pessoas numa fase tão complicada das nossas vidas.
Quais as
vossas expetativas para o caminho dos Reverent Tales?
Nos dias incertos que vivemos, as nossas expetativas são de poder continuar
a fazer música, publicarmos a nossa música, poder divulgá-la ao vivo e esperar
ter mais ouvintes!
Em que
consistem as vossas letras?
As letras não conduzem uma temática fechada. Falam sobre variados temas.
Temas esses que podem implicar o lado mais abstrato como o veículo mais natural
residente em todos nós/vós. Foram momentos de inspiração sem um foco
particularmente determinado deixando também o espaço para cada um de vós poder
fazer a sua própria interpretação. Remete-nos a uma leitura um pouco mais
abstrata, mas que em primeiro contato nos parece mais direta. Em breve poderão
ter acesso a alguma informação nesse sentido. O Visceral é, portanto, um
álbum não temático, mas exigiu muita dedicação na escrita destes temas.
Mesmo que o
lançamento tenha sido online, como sentem que foi o feedback do público?
Para já tem sido muito bom, tanto a nível musical, como do grafismo (falta
chegar a versão física, onde dá para perceber melhor o cuidado que a edição
teve). No entanto, o disco saiu há muito pouco tempo e somos uma banda nova,
por isso, creio que ainda é cedo para dizer o feedback na sua
totalidade...esperemos também pelas reviews.
Raquel
sentes alguma discriminação por seres uma mulher vocalista neste meio e na
sociedade em geral?
Não, de todo! Os tempos são outros. Evidentemente que de uma forma ou outra
a crítica existe e deve existir, mas pela forma como assumo o evidenciar do
estilo que toco, não por ser mulher. Felizmente em todo o meu percurso no meio
musical nunca me senti discriminada, verdadeiramente! Apesar de cada vez mais
isto ser avaliado como uma minoria, continua efetivamente a existir. Porém e
dada a questão colocada, não. Somos todos músicos e devemos avaliar sim a
música, não a proveniência dela!
Como veem o
panorama da música alternativa em Portugal?
Neste preciso momento, encontra-se tudo muito parado. No entanto, existem
felizmente cada vez mais bandas a publicar trabalhos muito bons e isso é
entusiasmante. Gostaríamos que fosse possível que se multiplicassem em número e
recursos as pessoas que com grande paixão, força de vontade e persistência vão
fazendo as coisas acontecer e dando vida ao circuito do Metal nacional.
Estamos curiosos de ver como os Reverent Tales se conseguem encaixar
neste panorama atendendo à mistura de estilos que fazemos no nosso som.
Gostam mais
de atuar em espaços abertos ou fechados?
Apesar de termos atuado em ambos, não temos preferência, gostamos é de
tocar ao vivo!
Como correu
o lançamento do vosso single, Above Me?
Correu bem, dentro do esperado. Como referimos, ainda é muito cedo para
percebermos o impacto do lançamento do single e do álbum. Esperamos em breve
podermos lançar mais singles, mas com certeza que vamos disponibilizar
mais conteúdo em vídeo muito brevemente e com a maior frequência possível.
O que podem
esperar os vossos seguidores para o ano de 2020/2021?
Estamos a viver dia-a-dia (carpediem)! Com a pandemia que o mundo
está a atravessar vamos ter que alterar os planos que tínhamos para 2020 para
já. Mas podem contar com mais conteúdo online sobre o disco, algo que
vai sendo publicando ao longo das próximas semanas. Vamos também aproveitar
este período para continuar a compor novos temas remotamente.
Querem
deixar alguma mensagem no Via Nocturna para os vossos admiradores?
Esperemos que gostem do Visceral e que o partilhem para chegarmos ao
máximo de pessoas, que é esse o nosso maior objetivo quando fizemos este disco,
poder partilhar estes temas com todos vocês. Fiquem em casa e em segurança!
[Entrevista: Rita Sequeira]
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