Entrevista: Asgard


Ragnarokkr marca o renascimento dos Asgard, coletivo do Tirol do Sul e que apenas mantém Albert Ambrosi da formação original. O sexto álbum surge vinte anos depois de Drachenblut e, pela primeira vez, mostra a banda a apresentar tudo o que quer, sem entraves de qualquer tipo. Percebam o presente e passado desta banda dividida entre a Itália e Alemanha na entrevista que o teclista e flautista nos concedeu.

Olá Albert, obrigado pela disponibilidade, parabéns pelo regresso e pelo novo álbum. Posso perguntar o que fizeram durante todos estes anos?
Olá Pedro e muito obrigado por esta entrevista. Bem, tivemos muito que fazer nos últimos anos, tanto nas nossas vidas particulares como com os Asgard. Tivemos várias mudanças na formação o que fez com que os trabalhos de Ragnarøkkr continuassem muito lentamente. De qualquer forma, desta vez, tivemos tempo de fazer alguns espetáculos!

Com 5 álbuns entre 1991 e 2000, qual foi o motivo deste hiato tão longo?
Os maiores problemas foram as contínuas mudanças na formação. Sempre que precisamos substituir um membro da banda, é como um novo começo: o novo homem precisa aprender todas as faixas desde o início. Demora muito tempo. De alguma forma, foi uma loucura: em 2004, gravamos uma demo com algumas faixas de Ragnarøkkr e muitas das restantes faixas estavam prontas... então um por um, todos os membros da banda saíram: um teve que se afastar por causa do seu trabalho, outro foi pai e desistiu de tocar música e coisas assim. Na verdade, sou o único "sobrevivente" da formação original.

Vocês apresentam aqui um ótimo álbum. Todas as músicas são novas ou algumas vêm do passado?
Realmente, algumas delas vêm do passado dos Asgard! A maioria das faixas é uma mistura de músicas e ideias antigas e novas com novos arranjos. Duas ou três músicas são novas.

Sendo que nasceram no norte da Itália, o que motivou a vossa mudança para a Alemanha, na altura do vosso último álbum, em 2000! E atualmente estão na Alemanha ou já regressaram à Itália?
Dois de nós mudámos 1995 para a Alemanha porque descobrimos que esse país, com muitos espetáculos e festivais ao ar livre, estava mais perto do coração musical da Europa que a Itália. Esta é a minha opinião. Deves considerar que todos nós viemos de uma região próxima à fronteira com a Áustria e essa região ainda fazia parte da Áustria há cerca de 100 anos. Atualmente, dois membros dos Asgard vivem na Alemanha, os outros três vivem em Trient/Tirol do Sul.

Tiveram algum tipo diferente de abordagem neste álbum?
Neste álbum, podes ouvir pela primeira vez o tipo de música que eu sempre quis fazer! Desde o início dos Asgard que queria esta mistura de Metal e '70ies-Prog. Infelizmente, a nossa editora pretendia um som mais melódico da nossa parte e deram instruções aos produtores dos nossos álbuns anteriores para misturar a nossa música de uma forma muito "mais suave" do que eu queria. Foi por isso que nas misturas dos nossos álbuns antigos, alguém se "esqueceu" de algumas guitarras distorcidas ou o som da bateria perde força de repente, por exemplo. Desta vez, todas as decisões estiveram nas nossas mãos!

Como surge este título Ragnarokkr? Esperemos não ser representativo do vosso destino…
O título Ragnarøkk foi planeado há muito tempo. Sobre o nosso destino, só posso dizer: Ragnarøkkr não significa apenas o fim, mas também: um novo nascimento!

Desta vez, as influências medievais e folk estão mais ou menos presentes? Qual foi o teu principal objetivo com essa opção?
Eu sempre gostei de música medieval e celta! No passado, pensei que não se encaixava no Prog-Metal. Há alguns anos mudei de opinião sobre isso: o processo de composição torna-se muito mais espontâneo e livre, se eu puder incluir esse tipo de influência na música dos Asgard.

Como foi trabalhar com Roland Grapow? Que input deu às tuas músicas?
Foi uma ótima experiência! Quando entramos no seu estúdio, as faixas estavam prontas, portanto, Roland não precisou mudar nada em relação à sua estrutura. A sua contribuição foi mais sob o ponto de vista da produção sonora e de alguns arranjos. Aprendemos muito com ele. Acho ótimo que ele te explique tudo o que faz: uma pessoa muito fixe e um ótimo músico! Mas também pode ser muito rigoroso!

Com tudo parado devido ao coronavírus, quais são os vossos planos quando tudo isso tiver passado?
Não temos planos, apenas um desejo: tocar ao vivo o máximo possível após "Corona"!

Muito obrigado Albert! Queres acrescentar mais alguma coisa ou deixar uma mensagem?
Gostaríamos muito de ir a Portugal para fazer alguns espetáculos por aí! O nosso guitarrista Andrea já esteve de férias em Portugal algumas vezes e conhece muito bem o teu país... especialmente os vinhos!

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