Entrevista: Caligula's Horse


Rise Radiant é o quinto álbum dos mestres australianos do prog rock Caligula’s Horse. E depois do enorme sucesso que foi In Contact, a banda regressa com uma proposta ainda mais complexa, apresentado como o ponto culminante do seu desenvolvimento artístico.  A duas semanas do lançamento oficial desta nova proposta, foi um dos membros mais novos, o guitarrista Adrian Goleby, quem nos falou dela e das dúvidas a respeito da tour americana.

Olá Adrian, obrigado pela disponibilidade e parabéns pelo novo álbum. Rise Radiant está quase nas lojas, portanto, o que podem os vossos fãs esperar deste quinto álbum?
Agradecemos o teu contacto! Definitivamente, eu era um grande fã da banda antes de ingressar na formação em 2017. Entrei neste álbum esperando densidade, emoção, alta energia e requinte. Voltar e ouvir Rise Radiant do início ao fim fez-me apreciar o quanto há mais do que apenas esses fatores. Sinto como se nada fosse deixado por testar e com o nosso próprio Sam Vallen por trás disso, nunca seria nada menos que monumental. Ele é um animal absoluto em termos de composição!

E, mais uma vez, alargam os limites do prog rock/metal. De onde surge a inspiração para esta grande coleção de músicas?
Tentamos absorver o que é contemporâneo e honrar o que é a história de tal maneira que nada esteja fora dos limites como influência! Este álbum realmente mostra uma versatilidade que foi refinada por uma formação re-energizada.

Considerando que três anos se passaram desde o álbum anterior, In Contact, desde quando trabalharam nestas novas músicas?
Lembro-me de um momento específico durante a nossa tournée pela Europa em 2018, sentado fora de um local pouco convencional em Bilbau, na Espanha. Foi a minha segunda vez na Espanha e a minha primeira vez no começo de um álbum com Caligula's Horse. Falamos sobre temas líricos, ideias gerais e convenções musicais que nos entusiasmaram. Quando voltamos para o autocarro, Sam e Josh começaram a colocar os esqueletos de diferentes ideias rítmicas que originaram Oceanrise.

In Contact foi um enorme sucesso para a banda. Por via disso, sentiram algum tipo de pressão quando começaram a escrever o novo álbum?
Acho que todos temos grandes expetativas de nós mesmos, de modo que a pressão interna provavelmente é tão tangível quanto a pressão de fontes externas.

Olhando para o título, Rise Radiant, parece que este poderá ser um álbum muito positivo. É assim?
Absolutamente! O álbum aborda uma variedade de temas, desde paternidade, crescimento, convicção pessoal e avançar no nosso próprio futuro. É essa abordagem muito honesta de Jim nas letras deste álbum que te dará arrepios agradáveis ​​e inspirados!

Podemos considerar Rise Radiant como o vosso álbum mais complexo e o ponto culminante do vosso desenvolvimento artístico? Em que aspetos?
Essa é uma pergunta engraçada! E poderia continuar por muito tempo. Na minha perspetiva, como alguém que trabalha principalmente no cinema, percebo que o meu desenvolvimento artístico é melhor representado através da conquista do caráter do meu trabalho através da persuasão da minha intenção. O que significa que o produto geral pode parecer bastante simples, mas as engrenagens em movimento são, geralmente, onde passo a maior parte do tempo. Este álbum é cheio de voltas e reviravoltas, inicialmente subtis, mas à medida que aprofundas a audição (e realmente espero que o faças!), vais decobrir uma subtil persuasão das faixas que constroem uma personagem forte e única em cada música.

Quem foi o responsável pelo incrível artwork deste álbum? De que forma foram captadas as principais mensagens do álbum?
O nosso bom amigo Chris Mangos-Stevenson foi o homem por trás do artwork. Ele também fez a capa de Bloom e frequentemente faz design de diferentes produtos para nós. Sinceramente, não consigo dizer suficientes coisas boas a respeito da sua capacidade de traduzir ideias num meio visual. Queríamos capturar um tema sereno de coisas efémeras do Parque Nacional e dar uma sensação de profundidade. Chris foi capaz de pegar em algumas das nossas ideias sobre o álbum e implementá-las numa maravilhosa visão de perseverança e esperança subjacente. Ficamos felizes que tenhas gostado!

O álbum In Contact permitiu fazer, pela primeira vez, uma tournée pelos EUA. Em breve, iniciarão outra. Como está o ponto de situação, considerando o eventual adiamento devido ao Covid-19?
No inicio, não foi uma decisão fácil. Tínhamos um pressentimento de que as coisas estavam prestes a ficar desagradáveis ​​para os nossos amigos no estrangeiro e decidimos aguentar o adiamento pelo tempo que pudéssemos. Todos vivemos num mundo onde temos que levar as coisas dia a dia. Os EUA são um grande negócio para muitas bandas australianas. Desde que sou músico que sonho em fazer uma tournée nos EUA e estamos a suspender a respiração pelo resto do mundo, para que possamos participar nessa tournée e compartilhar o nosso amor pela arte e pela música, com algumas pessoas que atualmente estão a passar um momento muito difícil.

Essa tournée levar-vos-ia a alguns países onde nunca estiveram. E quanto a Portugal?
Já tocamos no RCA Club, em Lisboa e estamos ansiosos por voltar. O nosso atual técnico de som e gerente de tournée internacional é português, adoramo-lo e estamos sempre animados em deixá-lo ir para casa! Fizemos muitos amigos nesse espetáculo e não precisarias fazer um grande esforço para me convencer a voltar. Adoraria passar alguns anos a viver entre Lisboa e Barcelona. Apaixonei-me pela atmosfera de ambos os lugares, a ponto de parecer outro lar!

Muito obrigado Adrian! Desejas acrescentar mais alguma coisa?
De forma rápida, uma saudação de segurança para todos os nossos amigos fora da Austrália. Esperamos que isso possa ser apenas um pouquinho de brilho num ano muito sombrio. Obrigado, Pedro!

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