Joyride (SHE BITES)
(2020, Pride & Joy
Music)
Nove
meses foi a gestação de Joyride, a estreia deste jovem projeto alemão.
Os She Bites começaram por ser a junção da cantora e atriz berlinense Melanie
Stahlkopf com Lars Köning (Lioncage, ex-Skyline),
tendo tudo acontecido apenas a partir do ano passado. Joyride é uma
viagem interessante pelo universo do melodic rock dos anos 80,
claramente situado ao nível de nomes como Heart, Roxette, Robin
Beck ou Fiona. Mas é uma viagem heterogénea. O início é demasiado
amorfo e mesmo se considerarmos que a voz de Melanie carrega um sentimento soulful
que apetece ouvir, há qualquer coisa que falha ao nível das composições. Tudo
muda a partir da espetacular (não só, mas também, pela forma arrojada e
diferenciadora de a apresentar) balada I’ll Be Alright. As influências
de School Of Rock ou Grease marcam pontos no tema seguinte, Rock
This Night e, a partir daí, até ao final parece que estamos noutro álbum,
tal a reviravolta em termos de interesse que Joyride proporciona. [75%]
Awakening (OCTOBER KAMIKAZES)
(2020,
Independente)
October
Kamikazes é o resultado da junção de três
mentes hardrockers da região centro do país, em 2018, a saber: Gonçalo
Bessa, na bateria; André Figueiredo, no baixo; e Alex Bessa
nas guitarras. E depois de um álbum homónimo com sete temas, surge o EP Awakening,
composto por três novas canções – Dope Green Giant, Smoked Zombie
(aquele que mostra melhores argumentos) e Sun Wolf. Com uma sonoridade
que junta a crueza do punk, a abrasividade do stoner rock e a
causticidade do post punk, ainda sobra tempo para uma piscadela de
olhos ao delta blues, sendo esse pormenor que acaba por diferenciar
este trio. [70%]
Oblong (OBEY COBRA)
(2020, Independente)
Este
coletivo oriundo de Cardiff chamado de Obey Cobra já foi descrito como um dos nomes a acompanhar no
futuro. Mas, sinceramente nem percebemos muito bem porquê. O seu post-punk
experimental, psicadélico e por vezes eletrónico não é assim nada de tão significativo
e até se notam algumas lacunas importantes ao nível da execução e da
vocalização. Oblong é o seu disco de estreia que, efetivamente, traz
algumas coisas boas na sua abordagem próxima do doom/stoner e que nos
primeiros temas até promete, pelo menos a épica OK Ultra. Mas a sua
causticidade desmedida prejudica a musicalidade de tal forma que há alguns
temas que se tornam simplesmente inaudíveis. [60%]
King Of Hearts (CHRIS ROSANDER)
(2020,
AOR Heaven)
Forte
e claramente influenciado por nomes como Toto, H. E. A. T., Chicago
ou Survive, Chris Rosander é um jovem músico sueco que se dedica,
como se percebe ao AOR/westcoast. King Of Hearts é a sua primeira
experiência em termos discográficos e mostra que o jovem de 22 anos ainda tem
um longo caminho a percorrer. Falta garra, melodia e sensualidade a este
conjunto de canções que só a espaços (Could This Be Love, Only For
The Night ou Crossroads) consegue chamar a atenção fruto de um
afastamento em relação ao conjunto de banalidades que compõem o resto do álbum.
Este é um problema que também pode ser o resultado do trabalho demasiado em
solitário. Rosander trabalhou sozinho nas canções e apenas teve a ajuda
de P-O Sedin (baixo) e Anton Frengen (guitarra solo em King Of
Hearts). Tudo o resto foi tocado por ele próprio, o que se reflete, também,
em bastantes limitações em termos instrumentais. [64%]
Magic Moments (SAPPHIRE EYES)
(2020,
Pride & Joy Music)
A
génese dos Sapphire Eyes está em Niclas Olsson (Alyson Avenue,
Second Heat) e o lançamento do seu álbum, em 2011, Sapphire Eyes.
Posteriormente Olsson passou da fase de projeto a uma fase de banda real, com
membros permanentes e é assim que surge este coletivo que recentemente lançou o
seu terceiro álbum Magic Moments, sucessor de Breath Of Ages, de
2018. Mais uma vez, os Sapphire Eyes procuram a inspiração nos grandes
nomes do AOR/melodic rock quer do passado (Toto, Journey, Survivor)
quer mais atuais (Radioactive) e mostram-se competentes, apesar de nunca
demasiadamente expansivos. Pode afirmar-se que as melodias são boas, as
estruturas não comprometem, as emoções sentem-se fluir, os executantes têm um
bom desempenho (principalmente uma guitarra solo sóbria e equilibrada) e as 11
faixas ouvem-se bem e sem cansaço. De tal forma que os melhores momentos estão
guardados para a fase final, de onde destacamos Cutting Like A Knife e a
bela e atmosférica balada All I Nedd Is To Hold You. [70%]
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