Entrevista: Songs From Black Spirits

Vitalis ‘Don Vito’ Kairiūkštis deve ser o mais ativo músico lituano. Envolvido numa diversidade de projetos decidiu que estava na altura de assumir o seu projeto e assim nasceram os Songs From Black Spirits. Mas num projeto pessoal não significa que um músico tenha que estar sozinho. Don Vito não quis isso e por isso em I Am Who I Am está acompanhado por 45 (!!) músicos espalhados por todo o mundo. Para saber mais sobre esta obra emblemática de metal melódico com apontamentos progressivos fomos falar precisamente com Don Vito.

 

Olá Don Vito! Obrigado pela disponibilidade e parabéns pelo teu álbum novo. E que brilhante maneira de iniciar um projeto pessoal, não achas?

Olá Pedro, obrigado pelos teus cumprimentos e atenção. Concordo totalmente contigo.

 

Com uma carreira histórica no teu país, quando decidiste que estava na altura de começar algo apenas teu? O que te motivou?

Quando uma pessoa toca numa banda, ela é responsável não apenas pelos seus pensamentos e ideias musicais, mas também pela participação de outros membros da banda. Quando vi os meus pensamentos irem além do grupo, decidi mostrar o que era aceitável apenas para mim pessoalmente.

 

E este álbum é tão pessoal, que até o título não deixa dúvidas - I Am Who I Am. Uma declaração de independência?

Talvez não seja uma declaração de independência, porque fui independente a vida toda durante minha carreira musical. Acho que está na hora de me dividir com os meus ouvintes.

 

O teu projeto principal SBS não tem lançamentos desde 2013. Porquê?

O último álbum de SBS, Heaven Can Wait..., exigiu muito esforço de mim e deu-me muitas ideias sobre onde ir. Demorou muito tempo para reflexão e novas decisões. No estágio inicial, quando comecei a compor I Am Who I Am, o material era para nove músicas e eu estava a pensar completar tudo num ano e meio. O número final de músicas é 19, por isso o processo levou quatro anos...

 

Mas a biografia coloca-te num grande número de projetos menores no teu país. Alguns deles estão permanentemente ativos?

Os meus últimos dois projetos Fata Morgana e S. M. K. estão ativos e agora, com os S.M.K. teremos um espetáculo no festival Metelys In Rock, já no dia 8 de agosto e o projeto acústico Songs In Adagio – Covers Of Whitesnake Best Balladas, está a aguardar ouvintes após o seu último espetáculo.

 

Foquemo-nos agora em I Am Who I Am. Era uma ideia tua, desde o início ter assim um álbum com tantos convidados?

45 músicos de todo o mundo! A ideia de convidar músicos foi amadurecendo. A primeira experiência foi no álbum Heaven Can Wait… dos SBS, onde convidei dois fantásticos teclistas, Ferdy Doernberg e Maestro Mistheria e o mestre de jazz lituano Dainius Pulauskas. Fiquei impressionado com o que eles fizeram e esse pensamento não me tranquilizou até que comecei a fazer o álbum a solo I Am Who I Am. Podes ouvir o resultado final.

 

Foi uma tarefa fácil a escolha dos nomes para colaborar neste disco?

Foi fácil porque soube imediatamente com quem queria trabalhar e ouvi nos meus ouvidos o que poderia resultar disso. Além disso, acho que os nomes dos músicos nos créditos falam por si.

 

Existe algum nome que quisesses ter, mas não tenha sido possível?

Sem dúvida. E não apenas um. Mas a vida não parou ...

 

Importas-te de descrever o álbum I Am Who I Am na abordagem musical que nele tiveste?

É mais melódico. Para mim, a melodia é a criadora de tudo. É mais colorido - todas as pessoas que nele tocaram deram o seu próprio colorido e a sua própria alma, nenhuma delas recebeu anotações minhas nas suas partes finalizadas, foram criadas por eles próprios. É mais dramático, o que pode ser sentido lendo a letra e a introdução da descrição do álbum. Eu recomendo que os meus verdadeiros fãs o comprem, porque, definitivamente encontrarão coisas interessantes por lá. O booklet tem 20 páginas!!!

 

Com a atual situação em termos de Covid-19, não será possível falarmos a respeito de espetáculos. Mas tens alguma coisa planeada para o período pós-pandemia?

Essa merda de vírus arruinou a vida de muitos. E especialmente dos músicos. A minha editora estava a planear uma tour europeia que agora é completamente incerta. Mas como mencionei antes, “a vida está em progressão” e estou ansioso por conhecer os meus fãs num futuro próximo.

 

E para o futuro? Que outros projetos tens em mente? E este projeto pessoal continuará?

Comecei a compor um novo álbum, escrevi três novas músicas. Ainda não decidi sob que nome será realizado, mas sem dúvida e definitivamente haverá músicos de ponta de todo o mundo.

 

Muito obrigado, Don Vito! Gostarias de acrescentar mais alguma coisa ou, eventualmente, deixar uma mensagem aos teus fãs?

Só posso acrescentar que este vírus é demasiado fraco para derrotar o heavy metal. E digo aos meus fãs, como sempre: stay heavy and healthy!!! Confiamos no rock!!!


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