Entrevista: Volcanova

 


O nome Volcanova remete-nos para paisagens vulcânicas, nomeadamente da Islândia e é, precisamente, dessa ilha gelada que surge um trio capaz de trazer de volta a sonoridade criada pelos Black Sabbath. Apesar disso, não se deixem enganar pela capa com praias paradisíacas, porque Radical Waves é, na realidade, um disco com ondas radicais. Fomos perceber porquê.

 

Olá Valdemar, obrigado pela disponibilidade! Podes apresentar os Volcanova aos metalheads portugueses?

Olá companheiros metalheads de Portugal, nós somos os Volcanova da Islândia e estamos realmente honrados por estarmos aqui apresentados. Os Volcanova são Dagur, que toca bateria e alguns vocais; Sammi toca guitarra e também faz alguns vocais; Steini toca baixo e sim, adivinharam, também faz alguns vocais.

 

Que motivações existiram por trás da criação desta banda? Quais eram os vossos objetivos?

Principalmente por causa de como o som do género stoner/sludge/doom pode ser grande, pesado e poderoso. Sammi fundou a banda com o objetivo de criar algo semelhante e também adicionar algum groove e peso aos riffs.

 

Quais nomes ou movimentos mais influenciaram a banda e os seus membros?

É claro que gostamos muito de onde tudo começou, Black Sabbath e muitos dos mais antigos. Mas é difícil citar apenas uma banda, ouvimos e somos influenciados por muitos géneros, de Neil Young a Mastodon e tudo mais. Mas eu acho que é seguro dizer que bandas dentro da cena como Mastodon, Elder, Clutch, The Sword, Brain Police e The Vintage Caravan são bandas que mais nos influenciaram, apenas para citar algumas.

 

Como referiste, os Volcanova surgem na Islândia. Como é a cena metal/rock por aí?

A cena aqui é incrível, muito variada e um monte de bandas diferentes e também com muitos géneros diferentes que fazem espetáculos juntos. Temos pessoas que vêm aos nossos espetáculos que são de géneros diferentes e isso é incrível. A maioria das pessoas na cena são bons amigos ou pelo menos conhecem-se e muitos deles estão em mais de uma ou duas bandas. Já fizemos espetáculos com bandas de death metal e até alguns artistas de hip hop.

 

Suponho que o nome da banda venha da grande área vulcânica do teu país. E o som também é influenciado pelas paisagens de lava?

Acho que se pode dizer que de alguma forma, a música é influenciada paisagem e pela natureza. Também temos muito escuro durante o inverno e às vezes torna-se pesado, por isso, definitivamente somos influenciados por isso.

 

Assim sendo, de que forma é feita a conjugação com a praia paradisíaca na capa? Qual é o significado do título Radical Waves?

O título do álbum surgiu do nada. Sempre achamos que as músicas que estávamos a escrever para o álbum eram bastante radicais. E há alguns álbuns incríveis que têm a palavra Waves no título. Os Rush têm Permanente Waves; os Focus têm Moving Waves e agora os Volcanova têm Radical Waves.

 

Como foi o vosso método de trabalho para este álbum?

Todas as músicas do álbum foram escritas desde que nos encontramos pela primeira vez em agosto/setembro de 2017 até por volta de junho de 2018 quando entramos no estúdio, exceto uma música, a Mountain, que tinha sido escrita pela versão anterior da banda. E demoramos muito tempo a gravar e a produzir, quase um ano. O nosso próximo álbum será feito em menos tempo.

 

Recentemente tocaram no Reykjavik Live. Como foram essas sensações ao retornar ao palco após a pandemia?

Incrível, felizmente algumas datas não foram canceladas, mas adiadas, pelo que tivemos a sorte de fazer alguns espetáculos este verão. Mas mantivemo-nos ocupados durante o confinamento, fizemos alguns espetáculos em stream, gravamos algumas demos e por aí fora. Mas estar de volta ao palco na frente de uma multidão foi realmente uma sensação boa.

 

Que projetos têm em vista para os próximos tempos?

Nada planeado para ser lançado, exceto Radical Waves. Mas teremos um espetáculo de lançamento aqui na Islândia no dia 17 de outubro e mais algumas outras datas. Também temos alguma coisa planeada para fora da Islândia no próximo ano e temos esperança de adicionar mais coisas à lista. E esperamos que a situação seja suficientemente boa para fazer esses concertos.


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