Dust To Come (=FUDGE=)
(2020, Fastball Music)
[Lançamento:
16/outubro/2020]
Os
Fudge são apontados como uns pioneiros no âmbito do synth metal.
Mas, Dust To Come, o seu novo registo, vem provar que essa denominação é
altamente limitativa. Este é um disco com um enorme conjunto de grandes malhas,
que cruzam agressividade e melodia de uma forma perfeita e que misturam no
mesmo caldeirão um conjunto de influências que, bem mescladas, resultam
em algo muito apelativo sem perder força. E neste caldeirão podemos
encontrar o groove metal de uns Pantera ou Machine Head,
uma forte componente industrial na linha de Rammstein, uma vertente thrash
como os atuais Death Angel ou os nacionais Uivo Bastardo. O
primeiro grande momento de Dust To Come surge em Gods, com a
guitarra a construir umas linhas fantásticas, num tema ainda reforçado por
trabalho coral. Logo a seguir, Mechanical Human é outros dos pontos mais
espetaculares do disco, com uma batida forte, melodia envolvente e um trabalho
de guitarra fantástico. O tema I’m A Wolf tem um título que lembra Moonspell
e o curioso é que toda a envolvência, negra e gótica, também se aproxima do
coletivo de Fernando Ribeiro. Death To Man traz uma pequena
surpresa: uma abordagem ao cinema de terror com coros infantis cruzados com
maquinaria. É curta, sim senhor, mas… assusta! O tema título volta a cruzar
maquinaria com um excelente trabalho de guitarra para logo a seguir se abrir a
porta ao death metal melódico, num Thousand enriquecido por
mudanças sucessivas e spoken word. Reprise é uma brincadeira: um
curto interlúdio numa emissão radiofónica a passar um tema do trabalho anterior
da banda alemã. Em Confession, o synthwave surge bem marcante,
mas muito bem enquadrado num death melódico onde a dinâmica de bateria
assume particular relevância (aliás, dinâmicas que aqui referimos, mas que são
recorrentes ao longo de todo este trabalho). Em For Those Who Live In Fear
os riffs thrash maciços criam a sua parede sonora antes de Dust To
Come Pt. II encerrar o álbum num trabalho de um profundo spoken word.
O fecho mesmo surge com Bitterness Revenge escrito para o filme indie
com o mesmo nome. Em conclusão, Dust To Come é um disco de enorme
qualidade, diversificado e com um impressionante equilíbrio entre poder das
guitarras, dinâmicas de bateria, maquinaria e linhas melódicas de extremo bom
gosto. [89%]
Highlights
Gods, Mechanical
Human, I’m A Wolf, Dust To Come, Thousand, Confession
Tracklist
1.
Silently
2.
Into The
Whispers
3.
The
Summoning
4.
Gods
5.
Mechanical
Human
6.
I’m A Wolf
7.
Death To
Man
8.
Dust To
Come
9.
Thousand
10.
Reprise
11.
Confession
12. For Those Who Live In Fear
13. Dust To Come Pt. II
14. Bittersweet Revenge (bonus track)
Line-up
Chris Techritz (Prophet) – vocais,
sintetizadores
Maximilian Amberger (Patron) – guitarra solo, backing vocals
Sebastian Michaelis (Cyborg) – guitarra ritmo
Daniel Hauer (Beast) – baixo
Jake Curtis (Soldier) – bateria
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