Reviews: Novembro (I)

 

20 Years The Hard Way (ATTAXE)

(2020, Pure Steel Records)

Curiosa a carreira dos Attaxe: entre 1986 e 1990 lançaram seis demos, um single e um EP. Aliás, em 86, o álbum Attaxe com 12 temas e 57 minutos chegou a ser gravado… mas nunca viu a luz do dia. Entre pára-arranca das suas atividades, e esta é a já a quinta (!) vida da banda de Cleveland, foram surgindo alguns lançamentos, nomeadamente duas compilações em 2003 e 2006, a última das quais de forma independente. E é esta mesmo que agora é reeditada pela Pure Steel Records. E sendo uma compilação com temas das suas demos, é possível ouvir diferentes músicos a operar diferentes instrumentos, refletindo o trajeto da banda em termos de formação. Com o vocalista Juan Ricardo ultimamente muito ativo, ele que foi desde a primeira hora o frontman destes Attaxe, parece haver força, talento e vontade para um regresso em força e em definitivo. E bem podem os fãs do tradicional US metal/speed metal dispensar algum do seu tempo a ouvir estas relíquias, pelo menos enquanto não chega material novo. [80%]

 


Poison Thorn (GODSNAKE)

(2020, Massacre Records)

Nos dez temas que compõem Poison Thorn, álbum de estreia (depois de uma EP de 4 temas, Hellbound Ride, de 2014) do quinteto Godsnake, o coletivo apresenta um álbum pleno de riffs pesados e densos combinados com ganchos melódicos e muito groove, numa mistura que tanto lembra os Metallica como os Machine Head. Pontualmente, a sua sonoridade é impregnada por momentos mais agressivos na linha de Korn, uma opção que não nos parece muito acertada. O foco das canções está em variar entre momentos mais orientados para o rock e outros muitos mais metalizados, sempre a proporcionar muito headbanging numa atitude moderna e provocadora. [74%]

 


2020 (HELLSMOKE)

(2020, Pride & Joy Music)

Uma combinação entre hard rock e metal bem aditivada é o que nos propõem os Hellsmoke na sua estreia intitulada 2020. Entre riffs graves, sujos, pesados e com groove, podem ser encontradas aproximações quer aos Black Label Society, quer aos Pantera e podem ser encontradas algumas malhas de referência como Hellcome To The Badland, Black Sun Rising ou a abordagem num registo de modern southern que é Common Man. 2020 é, assim, uma mistura explosiva e criativa, com algumas abordagens estruturais interessantes e com as guitarras a criarem adequadas harmonias e a brilharem nos solos. [75%]

 


Volume One (WHITEABBEY)

(2020, Independente)

O projeto Whiteabbey é muito recente. Nasceu apenas em 2019 e já se estreia com o simplesmente intitulado Volume One. Na frente deste projeto está gente mais ou menos conhecida, tal como a vocalista Tamara Bouwhuis (Dim Crimson), os guitarristas Stevie McLaughlin (Tim ‘Ripper’ Owens, Sandstone) e Steve Moore (Stormzone, Fireland), o baixista Graham McNulty (Stormzone) e o baterista Ruddiger Spree (Fireland). Neste primeiro disco que aparece dividido em três capítulos, cada um com três temas, cruza-se o power e o symphonic metal com riffs bem enquadrados, utilização assertiva da guitarra acústica e a bela voz feminina (apesar de se notarem algumas lacunas). Volume One enquadra-se perfeitamente naquilo que tem sido a nova onda de bandas com vocalistas femininas, pouco arriscando em termos criativos, limitado no que diz respeito à componente sinfónica e optando por uma posição de manutenção do regime mais ou menos estabelecido. Claro que a existência de um par de temas bem construídos ajudam a uma audição fluida do álbum. [73%]

 


Reversed Reflection (SONG OF ANHUBIS)

(2020, Rockshots Records)

Vocais femininos, masculinos, riffs fortes e incursões pela eletrónica diz-vos alguma coisa? É a nova geração do metal que continua sem convencer. Porque neste estilo onde todos se copiam uns aos outros há duas coisas que fazem a diferença: a qualidade da canção e a linha melódica. Pois, no caso dos Song Of Anhubis, ambos estão em falta. Num universo de 11 temas, apenas em Suicide Nation se nota alguma capacidade de introduzir dinamismo, bem como Hypersomnia que, de facto, se destaca. Rey Reich, a vocalista, mostra uma técnica apreciável (e demonstra-o cabalmente em Persephone’s Call e na citada Hypersomnia), mas numa balada como Progressive Spiral, não consegue passar uma pinga de emoção. [54%]

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