Reviews: Novembro (III)

Liberty Or Death (GRAVE DIGGER)

(2020, Metalville Records)

Os Grave Digger são um daqueles coletivos definidores de um estilo, influenciadores de novas gerações e um dos nomes maiores do metal europeu e mundial. Com uma carreira de 4 décadas (onde se incluem os tempos de Digger e Hawaii), a banda de Chris Boltendahl tem conseguido manter uma linha de qualidade verdadeiramente estável e duradoura com uma longa e marcante discografia. O ano de 2020 fica marcado por um novo trabalho de originais, Fields Of Blood, mas também por um conjunto de reedições que a Metalville Records tem levado a efeito. E Liberty Or Death é um desses trabalhos. Originalmente lançado em 2007 pela Locomotive Records, este disco sucedeu a The Last Supper e, na nossa opinião, reergueu o nome dos alemães, a patamares mais altos, fruto de um conjunto de grandes canções que criam um disco poderoso e magnifico, onde as linhas melódicas e dinâmicas são fundamentais. [93%]

 


Illusion (ANTHEA)

(Rockshots Records)

Os Anthea, banda californiana, chega a Illusion, longa-duração de estreia, após o EP homónimo lançado em 2017. Orquestral, sinfónico e teatral, Illusion tem como mais-valia esta dinâmica criativa, um adequado sentido melódico e um vocalista com um timbre e colocação muito agradáveis (de tal forma que era perfeitamente escusado armar-se em moderno e incluir alguns desadequados vocais com um sentido black metal), sendo que toda a sua qualidade fica bem patente no dueto com Chiara Tricario (Sound Storm, Moonlight Haze, ex-Temperance) em Moirai (tema que também se apresenta numa muito interessante versão orquestral) e em Reflections. Já que falamos de convidados, referência, ainda para Eric Meyers, responsável pela guitarra principal em The Light Divine. Musicalmente, as texturas de piano tornam-se apreciadas, assim como algumas estruturas que se podem apelidar de um prog gothic symphonic, embora Illusion se mostre, no global, algo desequilibrado, com alguns momentos muito longe da qualidade geral, mas é um disco onde os fãs de Kamelot, Nightwish, Serenity e Wintersun poderão encontrar motivos de interesse. [74%]

 


Distant Memories – Live In London (DREAM THEATER)

(2020, InsideOut Music)

O que acontece quando a maior banda de prog metal sobe ao palco de uma das mais lendárias salas de Londres para apresentar dois dos mais emblemáticos álbuns de prog da história? Pois bem, que terá sido uma noite de sonho para quem assistiu. O que os Dream Theater fizeram foi efetivamente isso. No Hammersmith Odeon apresentaram o seu mais recente disco – o sensacional Distance Over Time e aproveitaram para celebrar o 20º aniversário desse seminal álbum que foi Metropolis Part 2 – Scenes From A Memory (neste concerto tocado na íntegra), votado na Rolling Stone como o melhor álbum de rock progressivo de sempre e considerado pela Classic Rock como o 15º álbum conceptual de sempre. Portanto, esta foi uma das mais espetaculares noites da carreira dos americanos e ainda bem que ficou registada para a posteridade. [97%]

 


The Last Horizon (KENZINER)

(2020, Pure Steel Records)

Ativos entre 1994 e 1999, período no qual lançaram dois álbuns, os Kenziner acabariam por cessar funções tendo regressado mais tarde, em 2012. Neste segundo período de vida, lançaram já este ano The Phoenix via Pure Steel Records, a mesma editora alemã que agora promove a reedição, com uma nova capa, de The Last Horizon, álbum originalmente colocado no mercado em 2014, pela editora irmã Pure Prog Records. Neste terceiro álbum do coletivo finlandês de neoclassical/prog/power metal, Jarno Keskinen dedicou-se apenas à guitarra deixando os teclados para Jukka Karinen. Este álbum marca, ainda, a estreia do vocalista Markuu Kuikka, que acabaria por sair em 2018. The Last Horizon foi, de facto, um regresso muito forte, numa linha caraterística da banda, com muita competência técnica e instrumental, mas a perder um pouco na criação de linhas melódicas. [86%]

 


The Last Supper (GRAVE DIGGER)

(2020, Metalville Records)

Dois anos antes, Rheingold tinha elevado os Grave Digger a um patamar único e criar um sucessor ao mesmo nível não era fácil. Como não foi e The Last Supper mostra alguma quebra, isto sem prejuízo de voltar a ser um disco com todos os predicados que fazem da banda um dos expoentes máximos do metal. Apesar de ter alguns temas relacionados com a vida de Cristo e com a traição de Judas, The Last Supper não é, propriamente, um álbum conceptual. Musicalmente soa mais pesado e mais direto, mantendo os mesmos níveis de criatividade. Originalmente foi lançado em 2005 pela Nuclear Blast Records, sendo mais um dos títulos incluídos no naipe de trabalhos da banda que têm vindo a ser reeditados pela Metalville Records. [87%]

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