Entrevista: Airforce



O nome Doug Sampson ficará para sempre ligado à história do metal por ter sido o baterista dos Iron Maiden na demo de 1979, The Soundhouse Tapes. Mas desde 1987, com paragens pelo meio, que tem sido a força motriz, juntamente com Chop Pitman, dos Airforce, coletivo londrino que lançou recentemente Strike Hard, o seu segundo álbum, embora o primeiro totalmente preenchido com temas novos. Do coletivo faz parte, ainda, o vocalista português Flávio Lino que se tem imposto pela sua qualidade. Mas foi com a veterana dupla que Via Nocturna conversou a respeito do seu regresso às gravações.

 

 Olá! Obrigado pela disponibilidade! Novo álbum, quatro anos depois, mas se considerarmos que Judgement Day foi uma compilação, este é, então, o primeiro. Quais são os vossos sentimentos atualmente?

DOUG SAMPSON (DS): Tem sido ótimo, estou muito feliz com a resposta que teve e todo o feedback positivo que recebemos e sim, Judgement Day foi um álbum de compilação de algumas das diferentes faixas que fizemos com diferentes vocalistas ao longo dos anos

 

De que forma o lançamento desse álbum influenciou a banda a voltar a trabalhar com mais força?

DS: O lançamento do álbum deu a todos nós uma grande explosão de entusiasmo para preparar o novo material. Todos nós sentimos falta dos Airforce e a resposta que recebemos do álbum Judgement Day fez-nos sentir que tínhamos que voltar a uma tournée e escrever novas faixas. Fizemos o lançamento de 2 EPs The Black Box Recordings - Volumes 1 e 2, mas agora temos o Flávio Lino a cantar, o que acabou por completar a banda. Eu, Chop e Tony sempre mantivemos um contato muito próximo, por isso era inevitável que acabaríamos novamente por tocar juntos

 

Mas estiveram ativos entre 1987 e 2001. Por que nunca lançaram um álbum nesse período?

CHOP PITMAN (CP): Não lançamos nada, pois tivemos problemas em manter os vocalistas, foi quase como uma maldição para nós, por isso foi muito difícil assinar com alguma editora e limitamo-nos a guardar as gravações que tínhamos com todos os outros vocalistas e colocamos algumas das faixas no álbum Judgement Day.

 

E o que aconteceu em 2001 com a separação da banda?

CP: Bem, para ser honesto, perdemos alguns vocalistas ao longo da carreira da banda e o último foi Rolf Promel. Ele estava a ter problemas com mulheres, pelo que teve que sair da banda e então, nessa altura, decidimos que já chegava, que não podíamos procuramos um novo vocalista e decidimos fechar ou dar uma pausa. Embora eu tivesse mantido os Airforce a voar com outros membros.

 

Têm noção de que os vossos fãs antigos sentem falta da banda? E quanto à nova geração de fãs?

DS: Tenho a certeza de que os nossos fãs antigos sentiram a falta da banda, mas estão mais do que felizes com nosso regresso. Agora estamos a apelar a fãs de todas as idades, o que é fantástico.

 

Quando começaram a compor músicas para este álbum? Aproveitaram alguma dos vossos velhos tempos?

DS: Começamos a trabalhar no novo material assim que reformamos os Airforce, alguns dos quais tocamos ao vivo e alguns novos escritos especialmente para o álbum.

 

Foquemo-nos agora no novo álbum, com a estreia do português Flávio Lino. Onde o descobriram?

CP: Fui chamado por um amigo meu e ele perguntou-me se eu gostaria de ver essa banda tributo aos Iron Maiden e fui assistir. Quando ouvi o Flávio cantar pensei uau, esse homem seria perfeito para os Airforce. Depois do espetáculo falei com ele e perguntei-lhe se gostaria de cantar nos Airforce. Ele disse que sim, marcamos uma audição para um mês depois para que ele pudesse aprender as músicas. Ele voou para Londres, fui buscá-lo, fomos para o estúdio e depois de uma música sabia que era ele.

 

Mas, antes dele já trabalharam com o italiano Ivan Giannini e com outro ex-Maiden, Paul Mario Day. Por que não funcionou com eles?

DS: Ivan veio para a América connosco três vezes e é um grande vocalista, mas depois de se ter juntado aos Vision Divine, tornou-se difícil para ele permanecer nos Airforce. Paul Mario Day mora na Austrália, o que torna impossível o trabalho.

 

E também já houve a colaboração com o teu antigo parceiro dos Iron Maiden, Paul Di’Anno. Foi fácil convencê-lo a cooperar.

DS: Desde o início que Paul estava pronto para gravar. Foi ótimo trabalhar com ele novamente, algo que sempre esperei.

 

Musicalmente falando, mesmo considerando todo o tempo que passou, podemos continuar a afirmar que este álbum ainda representa as vossas raízes ou tentaram modernizar o vosso som?

DS: Este álbum é muito fiel às nossas raízes com um ângulo mais atualizado que fica evidente em algumas das músicas mais novas.

 

Projetos futuros para os Airforce?

CP: Sim, o novo álbum Strike Hard foi lançado pela Pitch Black Records e estávamos ansiosos para ir em tournée para o promover. Mas com essa pandemia, tudo ficou em standby. Esperamos fazer uma tournée novamente em 2021. Também temos um álbum ao vivo pronto para ser lançado no próximo ano (ao vivo na Polónia). Além disso, também estamos a trabalhar num outro álbum de estúdio. De momento, administramo-nos a nós mesmos, mas também estamos à procura de um bom gerente, caso surja alguém. Esperamos ver-vos a todos em breve.





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