Reviews: The Virus Project, Wizards Of Hazards, Arcana, Nihilrage, Lord Of The Lost


We Are The Virus (THE VIRUS PROJECT)

(2020, Roll The Bones Records)

Björn Goobeβ (Harkon, vocais), Olaf Reimann (Ra’s Dawn, vocais), Markus Siegemund (Tombstone, bateria), Frank Stellmacher (Ghosther, baixo) e Gregor Vogt (Greydon Fields, guitarras) resolveram aproveitar a paragem causada pela pandemia e em confinamento, criaram um novo projeto com o adequado e atualizado nome de The Virus Project, com o objetivo de angariar fundos para ajudar a cena local de Essen e da área do Ruhr. Desse trabalho em isolamento nasceram 4 temas que surgem compilados no EP We Are The Virus, lançado pela Roll The Bones Records, propriedade do guitarrista. E é bom de verificar que esse confinamento não retirou a criatividade a este conjunto de músicos germânicos. Nem criatividade nem força, porque o seu teutonic metal carregado de harmonias no trabalho de guitarra promete ser mais letal que o próprio corona vírus. [80%]




End Of Time (WIZARDS OF HAZARDS)

(2020, Inverse Records)

Da Finlândia chegam os Wizards Of Hazards, um coletivo que tem a mesma paixão por instrumentos vintage e por música heavy. A banda nasceu em 1989 como Black Wizard, tendo mudado o nome em 2014. E os lançamentos apenas surgiram com o novo nome e apenas este ano. Inicialmente um EP de três temas, de forma independente, Blind Leads The Blind e agora o álbum End Of Time, inspirado nas sonoridades analógicas dos anos 70 e com uma boa dose de doom associado. Em termos de letras, o coletivo atira-se a fenómenos sobrenaturais e a velhas crenças e lendas. Os oito temas que compõem End Of Time, no seu registo tradicionalista, mostram-se de uma audição agradável, sendo particularmente destinado a fãs de Black Sabbath, Candlemass, Reverend Bizarre e Spiritus Mortis. [80%]




Letters From Lost Souls – Act I: The World One Forms (ARCANA)

(2020, Independente)

Os Arcana trazem uma miríade de sons desde um forte prog rock até delicados ganchos pop, entregando aos ouvintes um conjunto de experiências inovadoras. Em cerca de 22 minutos distribuídos por 4 faixas (incluindo uma introdução), Rogan McAndrews, o cérebro por trás do projeto canadiano, apresenta ficção científica, mitologia e o estudo da ação do homem face à adversidade. Um EP que segue as histórias de Damian e as relações com a sua esposa Hope e a filha Cassidy. Muita influência Ayreon, como se percebe, mas também com aproximações a projetos progressivos mais dados a outros experimentalismos como Coheed And Cambria e Porcupine Tree. [75%]




Eternal (NIHILRAGE)

(2020, Independente)

Ligeiramente menos de 20 minutos divididos entre quatro temas e uma curta introdução serve para apresentar ao mundo os Nihilrage, banda de Navarra (Espanha) praticante de death metal e com origem noutra banda local, os Norothin. Um death metal da escola Cannibal Corpse/Bloodbath, sem concessões, mas onde também é possível descortinar algumas tendências progressivas (de Opeth) ou até pontualmente melódicas (Amon Amarth). E este primeiro EP, Eternal, é uma das poucas boa notícias que a pandemia nos trouxe. Isto porque foi durante o confinamento que o guitarrista ritmo Alejandro Moreno teve todo o tempo disponível para produzir, gravar, misturar e masterizar este EP, onde se podem encontrar temas como os diversificados Merciless War e Born Of Weakness, a elaborada Human Waste e a musculada Eternal Condemnation. [70%]





Fears (Anniversary Edition 2020)
(LORD OF THE LOST)

(2020, Out Of Line Music)

Já se passaram dez anos desde que uns desconhecidos Lord Of The Lost mudavam a face do gothic metal/industrial metal/dark rock alemão e europeu. O álbum Fears, lançado originalmente em 2010, recebeu, na altura (e continua a receber) rasgados elogios pela sua forma arrojada e inovadora de abordar o estilo e desde logo se percebeu que ali existia potencial para um crescimento criativo e musical, como, de facto, veio a acontecer. E a verdade é que temas que se tornaram ícones do gótico como Dry The Rain; outros que marcaram pelas linhas melódicas como Break Your Heart ou The Measure Of All Things e outros pela capacidade de introduzir peso como Last Words ou Never Forgive ficaram na memória. Como ficaram Nothing Words Can Say (numa linha Moonspell), Sooner Or Later (só com piano e voz) e, a terminar, toda a excelência de Till Death Do Us Part. A propósito desta primeira década passada desde o lançamento original do disco, a sua editora, a Out Of Line Music, procede a uma reedição de aniversário. E de tal forma este é um disco emblemático que bastou uma semana após a reedição para esta entrar nas tabelas alemãs. Esta nova roupagem que a editora germânica confere a este álbum inclui CD digipak com seis temas bónus. [87%]

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