Entrevista: Art Of Illusion



Tem edição no final deste mês um dos títulos que, provavelmente, no final do ano constará em muitas listas dos melhores do ano. O álbum chama-se X Marks The Spot e traz a assinatura dos Art Of Illusion. E como em tudo na vida é sempre bom nunca esquecer de onde viemos, o duo composto por Anders Rydholm e Lars Säfsund foi, precisamente, buscar o nome do seu novo projeto às bandas que os guindaram a outros patamares: Work Of Art e Grand Illusion. Exatamente o duo sueco que se juntou para nos falar desta obra incrível.

 

Viva! Antes de mais, espero que tudo esteja bem com vocês, família e amigos nestes tempos de crise. X Marks The Spot é o álbum de estreia deste vosso novo projeto. Quando sentiram o clique para começar os Art Of Illusion?

Olá! Estamos bem, obrigado por perguntares. Tempos estranhos e a Suécia está agora no mais duro confinamento desde o estouro da pandemia. Começamos a trabalhar neste álbum em 2015 e o fomos indo lentamente, trabalhando música a música, já que ambos estamos muito ocupados a trabalhar com muitas outras coisas. Importante não é ter pressa, mas sim fazer músicas que nós próprios gostemos

 

Que metodologia de trabalho seguiram para este novo projeto?

Basicamente, o mesmo para todas as músicas. Anders escreveu as músicas e fez um arranjo básico e depois mandou as ideias para Lars, para que ele pudesse adicionar os seus vocais. Após os vocais, adicionamos solos de guitarra e mais coisas extras. A bateria foi gravada no final do projeto.

 

O nome do projeto aparece, precisamente, a partir dos nomes das duas bandas a que pertencem/pertenceram. Isso significa que, de certa forma, há uma continuação estilística?

Não tenho certeza se entendi a pergunta, mas o nome é uma homenagem ao nosso passado e às nossas antigas bandas. Musicalmente é um tributo ao passado e algo novo. Não queremos que soe como uma cópia das nossas bandas antigas, mas em vez disso, tentamos fazer algo que soe novo e fresco. Mas é sempre difícil fazer algo completamente novo. O passado está sempre lá, tanto na composição quanto na maneira como se organiza a música e como soamos.

 

De qualquer forma, Lars, ainda és membro dos Work Of Art?

Ainda somos uma banda, mesmo sem gravar nada no momento. Tenho feito muitas coisas diferentes desde o nosso último álbum. Principalmente, tenho trabalhado como cantor de sessão.

 

Nesses projetos em que estiveste envolvido nos últimos tempos, podemos incluir a participação no Eurovision Song Contest e a dobragem para filmes da Disney. Acredito que sejam projetos emocionantes que permitem o teu desenvolvimento...

Sim, adoro fazer coisas diferentes em géneros diferentes. Em Art Of Illusion, fiz mais turnos do que em outros projetos. Até algumas notas de ópera em A Culinary Detour. Quando se trata da Eurovisão e outros espectáculos de backing vocal, tenho que sintonizar a minha voz e estilo de canto para combinar com o vocalista e a música específica. Acho que sou um pouco como um camaleão. Tenho a capacidade de me misturar, se isso é o que quero. E as coisas da Disney são pura diversão. Muitas vezes rimos muito no estúdio quando dou a minha voz a diferentes personagens ou animais. Adoro isso.

 

Quanto a ti Anders, como estão os Grand Illusion e Code. E em que outros projetos estiveste envolvido nos últimos anos?

O vocalista dos Code, Sherwood Ball, faleceu há 5 anos, pelo que por motivos óbvios, não haverá mais Code. Os Grand Illusion estão em pausa desde 2012 e não sei se haverá algo mais com eles no futuro. Desde aí, produzi alguns álbuns com o cantor japonês Demon Kakka e também escrevi alguns temas para TV (animação) e game music para e com o mesmo artista.

 

Daquilo que já ouvi deste álbum, a melodia é um dos seus maiores aspetos. Era este, de facto, o vosso objetivo principal?

É muito importante para nós que a música tenha melodias memoráveis ​​realmente boas e fortes, portanto, durante o processo de composição, concentramo-nos sempre nas melodias. Geralmente, as canções AOR têm ganchos/refrões em tons menores, mas na nossa música muitos dos refrões estão em tons maiores, para ter um sentimento edificante positivo. A melodia é tudo e também é importante que a letra se adapte à emoção da melodia.

 

E também são percetíveis alguns arranjos incríveis. Como conseguiram músicas tão evolutivas e desafiadoras?

Ambos gostamos de música com bons arranjos e com muitas melodias e secções, para que a música cresça e soe interessante. Deve ser fácil para ser cantada, mas também deve ser interessante em cada audição. Gosto de músicas onde se encontram coisas novas a cada nova audição. É divertido e desafiador trabalhar dessa maneira e tentar ser criativo e garantir que a música não seja estática. Algumas ideias estiveram lá desde que a música foi escrita e algumas músicas mudaram de estrutura e arranjo ao longo do trajeto. É muito importante ouvir as ideias uns dos outros, para que o foco esteja na música e não nos nossos egos.

 

Este álbum é o resultado apenas do trabalho de vocês os dois ou tiveram alguma ajuda extra?

Anders toca baixo, teclado e guitarra base. Lars canta todos os vocais, além de tocar teclado. Trouxemos alguns músicos extras para ajudar. Solos de guitarra de: Muris Varajic, Kristian Larsen, Jay Graydon e Pelle Holmberg. Daniel Rydholm toca guitarra ritmo em duas canções. Bateria de Frank Nilsson. Steel guitar pelo músico de sessão de Nashville, Frank Paoletta e Per Svensson ajuda nos backing vocals em algumas faixas.

 

Ou seja, existem outros membros a colaborar convosco. São membros com quem tenham colaborado anteriormente?

Queres dizer membros das nossas antigas bandas? Per Svensson dos Grand Illusion, é o único membro “antigo” que aparece neste álbum, fazendo backing vocals em algumas músicas.

 

O que marca, exactamente o X no vosso álbum? Como definiriam a música que os fãs ouvirão em breve?

É sempre difícil descrever a música. Principalmente a nossa. Música melódica e cativante com um toque diferente e grandes arranjos pode ser uma descrição. Compartilhamos muitos heróis e fundamentos musicais em comum e acho que isso também pode ser ouvido na nossa música. Por exemplo: nós os dois compartilhamos um grande respeito pelos Queen e Freddie Mercury e acho que se pode ouvir isso em várias músicas, tanto nas melodias quanto nos vocais de Lars. Todos esses pontos comuns simplificam a forma como ouvimos e interpretamos a música.

 

Mais uma vez, muito obrigado pelo vosso tempo! Querem deixar alguma mensagem para os vossos fãs?

Obrigado Pedro. Esperamos que a comunidade AOR nos dê a oportunidade de ouvir o nosso álbum. Não apenas uma música, mas todo o álbum, já que é bastante diverso e também tem muita dinâmica nas músicas. Estamos muito orgulhosos destas músicas. Informem-nos do que pensam, escrevendo uma linha.


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