Entrevista: Darkness

 


Enquanto o sucessor de First Class Violence não chega, os Darkness aproveitaram o período de pandemia para dar aos seus fãs algo especial. Over And Out é um trabalho com temas novos e antigos, versões ao vivo, versões acústicas e a colaboração de antigos membros da banda. Mas também há três temas novos, que deixam bem evidente a evolução dos alemães ao longo do tempo, tornando-se mais sofisticados mas sem perder a intransigência. Três temas que, para já não se sabe se farão parte do próximo álbum de originais, previsto para o outono de 2021 (assim a pandemia o permita) e para onde já há ideias a ser trabalhadas como nos confidenciou o guitarrista e vocalista Arnd.

 

Olá Arnd, tudo bem? Espero que esteja tudo bem contigo e com os Darkness! Over And Out, o vosso novo lançamento, é algo especial para os Darkness, certo? O que motivou o seu lançamento?

Olá Pedro, até agora estamos bem, tirando o facto de muitos espetáculos terem sido adiados ou cancelados. Este ano teríamos ido à Rússia, Suécia e EUA pela primeira vez e é muito triste não termos podido fazer esses espetáculos. Mas obrigado, espero que também estejas bem. Com Over And Out queríamos enviar um sinal de que ainda estamos aqui. É para ser uma pequena amostra do próximo álbum. Queríamos conectar o antigo, o presente e o futuro com o CD. Nos últimos cinco anos os Darkness desenvolveram-se muito. A música já não é o thrash estrondoso que tocávamos nos anos oitenta. Hoje em dia não temos medo de melodias e é mais sofisticado, embora ainda seja intransigente, rápido e brutal.

 

Este é um lançamento que mistura algumas coisas antigas e novas. Começando pelas antigas, que material recuperam para este lançamento?

As canções mais antigas são Armageddon e Faded Pictures. Uma música mais antiga, mas já da nova era dos Darkness, é uma versão ao vivo de Tinkerbell Must Die, gravada num espetáculo no Japão.

 

E foi divertido terem dois ex-Darkness - Bruno e Pierre – a cantar em duas músicas… Como viveram esse reencontro?

Estivemos sempre em contacto com Bruno e Pierre. Os dois já tinham participado no vídeo de Tinkerbell Must Die. Ambos são pessoas fantásticos e é sempre um prazer encontrá-los. Vemo-nos quando os Darkness tocam por perto ou em ocasiões especiais, como nos espetáculos de aniversário ou como agora, para a gravação de Faded Pictures. Afinal, Faded Pictures é uma música dos primeiros dias que tocávamos juntos há muitos anos. Foi simplesmente uma questão de honra juntar Pierre e Bruno.

 

Precisamente esse tema que surge numa versão unplugged. Como se sentiram nessa experiência? É algo que costumam fazer ou não?

Bem, eu gosto de tocar com a minha guitarra acústica, embora raramente seja necessário com os Darkness. Tocar uma versão unplugged de uma música thrash é certamente algo especial, acho eu. A ideia surgiu-me e pensei: "Que se lixe! Nós somos os Darkness; nós fazemos este tipo de coisas”. No início, os outros ficaram um pouco céticos, mas acho que podemos estar muito felizes com o resultado. É uma interpretação válida da qual temos muito orgulho. Desde o início que sabíamos as pessoas iriam adorar ou odiar, mas como eu disse: somos os Darkness. Gostamos de polarizar.

 

Depois há uma nova versão de Armageddon. Sentiram que essa música merecia uma nova abordagem e uma nova vida?

Honestamente?! - Não! Mas essa é minha opinião pessoal. Armageddon é sempre uma boa música ao vivo, especialmente quando queres "devastar" um clube, mas eu pessoalmente... bem, deixa-me colocar isto de maneira gentil: não é minha música favorita. Como já disse, queremos que o CD preencha a lacuna entre o antigo e o novo e Armageddon, como uma música da primeira hora dos Darkness simplesmente tinha que fazer parte das gravações.

 

Por que escolheram uma música dos Skid Row para fazer uma versão?

Sempre quisemos gravar uma versão, mas somos cinco elementos e temos nove opiniões (risos)! Não foi fácil concordar com uma música. Todos deram algumas sugestões e finalmente concordamos. Basicamente bastante democrático. Tenho que admitir que não tinha Slave To The Grind em mente. Mas a música surpreendeu-me imediatamente, já é arrogante e agitada desde o início. É por isso que a escolhemos.

 

Este lançamento também é importante para apresentar o novo baixista, Ben. Desde quando está ele na banda e quão envolvido ele esteve no processo criativo?

Ben juntou-se à banda na primavera de 2019. Antes disso, ele esteve sempre na estrada connosco como roadie. Ele é uma ótima pessoa e um bom baixista e é forte no palco. Quando Dirk teve de sair por motivos de saúde, ficou claro que a escolha só poderia recair sobre ele. Ben esteve envolvido no processo criativo desde o início. Para músicas novas, costumo dar demos que depois trabalhamos nos ensaios. Ben organizou a maioria das suas linhas sozinho.

 

Para finalizar, para quando um novo longa-duração? Essas novas músicas serão incluídas nele?

Estamos a planear um novo álbum para o final de 2021. Isso também depende um pouco de como as coisas evoluírem com a pandemia. Mas já existe algum material e muitas ideias. Se tudo correr bem, haverá um novo álbum no outono de 2021. Mas isto ainda não é uma promessa. Não sei se as três novas músicas de Over And Out estarão nele. Vamos surpreender!

 

Muito obrigado e mantenham-se com saúde…

Obrigado pela honra de fazer esta entrevista contigo, Pedro. Espero que essa merda com a pandemia acabe rapidamente e que possamos tocar em Portugal. Obrigado a todos os Metalheads que foram leais a nós todos esses anos. Cuidem-se!


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