Reviews: Squealer, Kira, The Devouring Void, Annexation, Riverside

 

Insanity (SQUEALER)

(2020, Pride & Joy Music)

Os Squealer, uma das mais originais bandas de power/thrash metal da Alemanha, regressa aos discos com o seu 10º álbum intitulado Insanity. E, como sempre, o quinteto mostra bem a sua versatilidade e capacidade de criar temas intrincados. Mas prova, ainda, como num momento consegue ser extremamente pesada e agressiva, para no momento seguinte conseguir ser super melódica. Na prática, isso representa que power ballads como Black Rain (o melhor momento do disco onde sobressaem coros polifónicos) andam de mão-em-mão com hinos thrash metal como Into Flames, Hunter Of Myself ou My Journey; ou belos e dinâmicos temas como Salvation e Low-Flying Brains se cruzam com momentos de poder intrínseco como Bad Tasting Sin e Insanity. [74%]



Peccatum Et Blasphemia (KIRA)

(2020, Ossuary Records)

Ancient Lies, de 2017, mostrou uns Kira diretos, com temas curtos e influências hardcore. Três anos se passaram e a banda polaca evolui consideravelmente, aumentou o tempo dos temas e melhorou o desenvolvimento dos mesmos. De tal forma que há uma faixa com mais de 8 minutos (One Gram Of Your Soul) e outra com mais de sete (Lord Of Hallucinations). E são, de facto, os melhores momentos de um Peccatum Et Blasphemia, mais orientado para o death e black metal (onde também não faltam alguns apontamentos doom) e, claramente, mais maléfico, pecaminoso e blasfemo que a sua estreia. Os amantes de nomes como Morbid Angel e Mayhem deverão dar uma oportunidade a este álbum. [70%]



City Of Devora (THE DEVOURING VOID)

(2020, Independente)

É bem verdade que o que nos move é a música, mas quando a esta surge associado uma obra gráfica com a beleza da capa deste City Of Devora dos The Devouring Void (cortesia de James Hutton), até a vontade de dedicar mais atenção à obra aumenta exponencialmente. O novo trabalho dos alentejanos traz 20 minutos de black/death metal divididos por 4 temas compostos e gravados por Nuno Verdades e com letras e vocalizações a cargo de Sérgio Ramos, aka Nakouna dos Godofe Keios. Continua a narrativa (até na componente musical e estrutural) do EP de estreia All Devouring Void e a trama ocorre em Devora, cidade versão obscura de Évora, de onde o projeto é originário. Frio e contundente, o som dos The Devouring Void é sombrio e abafado e, aqui e ali, nomeadamente ao nível dos leads de guitarra, parece tocar o post-metal/post-rock, tudo isto criado sobre uma matriz pouco convencional. [75%]



Inherent Brutality (ANNEXATION)

(2020, Iron Shield Records)

Se o objetivo dos Annexation, banda de Berlim, quando se formaram em 2015 por ação de Lizard Gonzales, aka Uncle Crocodile, era criar doses maciças, pesadas, rápidas e agressivas de thrash metal, então foram muito bem-sucedidos neste seu álbum de estreia Inherent Brutality. Nos 38 minutos distribuídos por 11 faixas, a frequência da brutalidade sobrepõe-se a tudo e o mesmo registo é acompanhado pela estrutura lírica. Por isso, o seu thrash está muito próximo da fronteira do metal mais extremo e por isso bem se pode dizer que quem partir para audição deste Inherent Brutality deve ir bem preparado, porque este é um disco de thrash metal que, de facto, não é para fracos. [70%]



Lost ‘n’ Found – Live In Tillburg (RIVERSIDE)

(2020, InsideOut Music)

Love, Fear And The Time Machine, sexto álbum de originais dos Riverside tinha sido lançado em 2015 e a banda polaca fez, na altura, uma incrível tour europeia. Na altura ainda estava presente o membro fundador Piotr Grudzinski, que viria a falecer em 2016. Um dos espetáculos mais moráveis dessa tour aconteceu em Tillburg, uma cidade do sul da Holanda. Esse espetáculo foi gravado e esteve, durante estes anos, apenas disponível numa edição limitada para o clube de fãs. Claro que toda a envolvente, melancolia, melodia e musicalidade dos Riverside é explanada de forma intensa em palco e, portanto, era natural que viesse a acontecer uma edição mais alargada, até como homenagem a Piotr, naquela que acabaria por ser a sua última tour. Ora, o disco aí está, como homenagem, como peça de colecionador e, acima de tudo, como forma de promover a enorme capacidade musical dos Riverside. [90%]

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