Entrevista: Thanateros


Tem sido um pouco atribulada a existência dos Thanateros, de tal forma que Insomnia surge 10 anos após Liber Lux. O mentor do projeto alemão, o vocalista Ben Richter, explica-nos tudo, no momento que a banda regressa ao ativo e lança uma nova versão do seu último álbum. Uma nova versão que vem acompanhada de quatro temas bónus que são versões instrumentais de temas já presentes no álbum. Uma prenda para os fãs antes do próximo álbum, já em preparação, mas atrasado devido à pandemia.

 

Olá, Ben, como vais? Podes apresentar os Thanateros aos rockers e metalheads portugueses?

Olá, está tudo bem, obrigado - além do facto de que provavelmente todo mundo está a ficar cada vez mais irritado com o Covid 19... Ok, somos a banda alemã Goth-Folk-Rock/Dark-Metal Thanateros e recentemente lançamos o nosso novo álbum Insomnia como edição especial. Os Thanateros foram iniciados em 1999 por mim mesmo como um projeto a solo. Naquela altura, estava a cantar na banda alemã de metal gótico EverEve, mas deixei-os para me concentrar em Thanateros e montei uma primeira formação em 2000. Após o lançamento do primeiro álbum The First Rite em 2001, apoiamos os In Extremo numa tour de várias semanas, seguida por um grande número de espetáculos e festivais em 2002. E assim estabelecemos o nosso nome como parte da cena metal e gótica alemã. Nos anos seguintes, até 2009, lançamos quatro CDs, fizemos uma tournée pela Alemanha e Áustria e tocamos em muitos festivais e espetáculos principais. Em 2009, terminei com a banda que fiz renascer em 2019.

 

Insomnia foi originalmente lançado em 2019 pela Calygram Records. Quando entraste na Echozone e quando e por que surgiu a ideia deste lançamento como uma edição especial?

Quando recomeçámos os Thanateros, também começamos a procurar uma nova editora. Tivemos algumas ofertas para o lançamento de Insomnia, mas nenhuma delas foi realmente interessante para nós, por isso lançamos o CD por conta própria. Com o álbum, tentamos novamente encontrar uma editora e mais uma vez recebemos algumas novas ofertas. O contacto com o Jörg da Echozone aconteceu no primeiro semestre de 2020. Foi tão agradável e a oferta dele tão convincente que fechamos o negócio. Como o próximo lançamento não está planeado para antes do outono de 2021, pensamos em lançar Insomnia novamente, agora juntos, para preencher este hiato. Foi aí que surgiu o covid e todos os espetáculos para apresentar e promover o nosso CD Insomnia foram cancelados. Ou seja, tivemos outro motivo para lançar o álbum novamente.

 

Precisamente, começando por esta edição especial, podes explicar aos vossos fãs em que consiste?

Para nós não faria sentido limitarmo-nos a lançar o álbum original novamente, por isso decidimos criar uma Edição Especial. Além das faixas originais de Insomnia, contém quatro faixas bónus que são versões instrumentais de algumas músicas de Insomnia.

 

Para quem não conhece a banda, podes descrever um pouco da sua sonoridade e o que se ouve em Insomnia?

Quando formei os Thanateros, queria criar um som que combinasse Metal, a atmosfera sombria e sinistra do Gothic-Rock e do Celtic Folk. E no primeiro capítulo de Thanateros usamos instrumentos tradicionais como violino, bhodhran, flautas e whistles. Quando fiz renascer a banda, em 2019, essa influência do folk celta já não fazia parte das minhas ideias, embora eu ainda quisesse ter um violino na formação. Assim, em Insomnia, os elementos do folk irlandês são colocados em segundo plano. Por outro lado, enfatizamos o aspeto atmosférico do nosso som. Isso significa que nos concentramos nos sintetizadores e teclados muito mais do que antes. Portanto, se gostam de guitarras pesadas e bateria e baixo tipo metal em combinação com uma atmosfera obscura e densa e melodias fortes que são suportadas pelo violino, o nosso álbum Insomnia pode ser uma boa escolha...

 

E é isso que torna os Thanateros verdadeiramente inacreditáveis: a maneira como misturam dark rock/metal e gótico com influências celtas. Com é que ela aparece e de onde vem a inspiração?

Oh, obrigado! Quando comecei os Thanateros, era um grande fã da Escócia e da Irlanda (e ainda sou!) e adorava aquele Celtic-Folk. E era minha intenção misturar a música que eu estava a tocar, Dark-Metal e Goth-Rock, com Irish-Folk. Para os primeiros CDs, perguntamos a alguns músicos folk irlandeses que conhecia se poderiam tocar os seus instrumentos tradicionais nas nossas gravações. Procuramos um violinista e depois até mesmo um flautista para entrar na equipa. Após o intervalo de quase 10 anos e a reencarnação de Thanateros, em 2019, o folclore irlandês já não era um aspeto das minhas ideias e imaginações sobre a música que eu queria criar e por isso ficou em segundo plano. Mesmo assim, eu quis um violino para completar novamente a formação. E dessa forma foi feita a conexão com o primeiro capítulo da nossa história.

 

De qualquer forma, o primeiro lançamento do Insomnia aparece 10 anos após Liber Lux. O que aconteceu com este intervalo tão longo? Paraste as atividades?

Após o lançamento do nosso terceiro álbum Into The Otherworld, alguns membros deixaram a banda porque as expetativas que tínhamos não foram atendidas. Ao mesmo tempo, mudei-me de Berlim para a Baviera e procurei novos membros para continuar com os Thanateros. Em 2009 lançamos Liber Lux, mas por motivos pessoais e alguns problemas com a nova formação eu terminei a banda. Naquela altura, foi realmente o fim e nunca mais pensei em reativar os Thanateros. Em 2012 lancei um álbum a solo no qual cantei em alemão. Porque precisava de uma quebra depois de Thanateros. Também mudei o estilo de música que poderia ser descrito como algum tipo de Indi-Pop ou Cantautor Alemão. Mas percebi que, na verdade, preciso de guitarras pesadas e pelo menos um pouco de Rock. E assim, em 2015 comecei a banda de metal alemão Phosphor que lançou dois CDs (Raum/Zeit e Weltenbrand).

 

O que esteve na origem do teu regresso? A banda de hoje é a mesma da sua primeira existência?

Durante o trabalho num terceiro álbum de Phosphor, em 2018, percebi que as músicas não se encaixam no conceito de Phosphor. Queria voltar a cantar em inglês, queria um estilo mais gótico e um violinista no line-up. E então, depois de longas noites e dias a pensar em tudo, de dúvidas e esperanças e de conversas com minha esposa e com Chris - o guitarrista de Phosphor – decidimos os dois reativar os Thanateros. O line-up é absolutamente novo. Como mencionei, houve alguns problemas no último álbum em 2009 e alguns dos músicos vieram de toda a Europa - um facto que tornou as coisas muito difíceis de controlar. Portanto, quando Chris e eu decidimos recomeçar com os Thanateros, procuramos por novos músicos. E agora estamos felizes por ter Chrys no baixo, Christof no violino e Markus na bateria!

 

O coronavírus interrompeu as atividades do novo álbum, como sabemos. Qual é a situação atual a esse respeito?

Oh, sim - originalmente, queríamos começar a produção em novembro do ano passado, mas tivemos que a adiar várias vezes - realmente irritante! E o facto de o nosso produtor ser da Inglaterra não torna as coisas mais fáceis... Ao que parece, o abrandamento do confinamento na Grã-Bretanha permite que se viaje novamente a partir de meados de maio. Se isso acontecer, vamos finalmente iniciar a nossa produção a partir de meados de maio. E se tudo funcionar bem, sem mais atrasos, lançaremos o novo CD no outono de 2021. Cruzem os dedos!

 

Será produzido por Simon Rippin, não é? Já tiveste a oportunidade de conversar com ele sobre o novo álbum?

Oh, sim. Isso foi muito bom. Na verdade, Simon é conhecido como o ex-baterista dos Fields of the Nephilim e toca bateria nos The Eden House e em outras bandas. Mas, há já alguns anos que ele está focado na produção de CDs e porque o conheço há muito tempo - em 2009 ele era um dos membros dos Thanateros e tocou bateria no nosso álbum Liber Lux – simplesmente lhe perguntamos se estava interessado na produção do nosso novo CD. E, felizmente, agora ele está a bordo. Claro, estamos regularmente em contacto. Ele já tem a pré-produção das novas músicas. E estamos a discutir todos os problemas de som e tentamos resolver o máximo que pudermos para que possamos começar assim que nos for permitido!

 

Muito obrigado, Ben! Queres endereçar alguma mensagem para os vossos fãs?

Olá, pessoal! Espero que tenhamos despertado um pouco o vosso interesse – portanto, deem uma olhadela em Thanateros (www.thanateros.net ou www.facebook.com/thanateros.music). Muito obrigado por lerem esta entrevista até o final amargo (risos)... e stay metal, rock, gótico - o que preferirem!


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