O segundo álbum dos
gregos Paladine volta a enveredar por influências líricas de nomes aclamados
como Margareth Weis ou Tracy Hickman. E Entering The Abyss é um disco com uma abordagem grandiosa em termos de conceito e
evoluído em termos musicais. Por isso, quisemos saber mais sobre este projeto e
esta obra e falámos com o baixista Christ Stergianidis.
Olá, Christ! Obrigado pela disponibilidade e parabéns pelo novo álbum, Entering The Abyss. Em primeiro lugar, podem apresentar a
banda aos metalheads portugueses?
Saudações dos Paladine.
Muito obrigado por nos dares a oportunidade de compartilhar as nossas palavras
por meio das tuas páginas. Paladine é uma banda de heavy/power metal
da Grécia. Foi formada por mim em 2013 e, liricamente, é totalmente inspirada
na saga e nos romances de Dragonlance. O nosso primeiro álbum Finding
Solace foi lançado em 2017 pela No Remorse Records e lançaremos o nosso
segundo álbum Entering The Abyss a 26 de março, novamente pela No
Remorse Records.
Pode afirmar-se que este álbum é o culminar do vosso crescimento
ao longo dos anos. Concordam?
Claro, concordo.
Acho que o primeiro álbum foi um pouco experimental. Estávamos a tentar
descobrir a nossa identidade sonora e musical. O segundo é definitivamente mais
maduro, mais sólido e mostra aos nossos ouvintes que tipo de direção musical estamos
a seguir. Além disso, ganhamos mais experiência sobre o processo de fazer um
álbum. Acho que o novo álbum fala por si. Entering The Abyss é a prova
do nosso crescimento.
Por que Entering
The Abyss? Como surge este título e o que significa?
Entering The
Abyss descreve uma cena específica retirada do conceito do álbum e é a
parte mais épica da história. Portanto, é o título mais apropriado para o álbum
e também soa cativante.
Liricamente inspiraram-se
em autores aclamados como Margareth Weis ou Tracy Hickman. Alguma história por
eles escrita foi usada como inspiração para este álbum?
Cada música neste
álbum, assim como no anterior, é inspirada liricamente por esses dois grandes
autores. Por isso, especialmente em Entering The Abyss, narramos uma
história específica escrita por Margaret Weis e Tracy Hickman.
Portanto, Entering
The Abyss é um álbum conceptual. Podes descrever um pouco da sua
história?
Com prazer. Olha,
posso falar sobre o universo Dragonlance durante todo o dia (risos). Raistlin
Majere, o personagem principal da história, foi o maior mago que já viveu
neste mundo - era silencioso, mas também arrogante, muito poderoso,
inteligente, mas ao mesmo tempo era odiado pela sua ambição pelo mundo. Pretendia
possuir o maior poder que alguém jamais experimentou antes - isto é, tornar-se
um deus. Para isso, teve que matar o maior deus do mal, Takhisis, a
Rainha das Trevas, no Abismo e ocupar o seu lugar. Para entrar no Abismo, teve
que abrir o único portal que conduzia a ela usando os seus feitiços malignos e
o livre arbítrio de um sacerdote de coração puro. Assim, ele enganou Crysania,
a reverenciada filha de Paladine, para se apaixonar por ele e ajudá-lo a
abrir o portal. Os portões abriram-se, Raistlin entrou no Abismo e
derrotou a Rainha Dragão. Teve sucesso e tornou-se um deus. No entanto, numa linha
do tempo diferente, o seu irmão Caramon, conseguiu olhar para o futuro e
ver o seu irmão transformar-se num deus, mas, ao mesmo tempo, ele era a única
criatura viva devorando a sua própria cauda desde que o mundo se tornou um
deserto - não havia mais nenhuma vida. Assim, Caramon conseguiu regressar
no tempo e avisou o seu irmão para não realizar essa tarefa. Pela primeira vez,
Raistlin ouviu o seu irmão, entrou no Abismo, fechou os portões atrás
dele e envenenou a Rainha das Trevas. Mas Takhisis capturou-o, torturou-o
e finalmente matou-o. O seu sacrifício foi contado por todos no mundo. Chamaram-no
de herói. Alguns anos mais tarde, durante um teste de magia do seu filho, voltou
ao mundo na forma de um espírito. Fez isso porque devia à própria magia.
Finalmente, a sua alma descansou.
Este novo álbum foi
lançado quatro anos após a vossa estreia. De que forma usaram esse tempo?
Os últimos quatro
anos foram muito criativos para nós. Inicialmente, promovemos o nosso primeiro
álbum e fizemos alguns espetáculos ao vivo. Depois disso, começamos a compor
novo material para o nosso próximo álbum. Todo o processo correu conforme o
planeado e estamos muito contentes com isso.
Além disso, durante esse tempo, a vossa formação sofreu algumas
alterações. Quem é novo na banda e como foi a sua adaptação?
Sim, estás certo.
Cada membro da banda possui as suas caraterísticas pessoais únicas, que nem
sempre se alinham com as caraterísticas da banda, em termos musicais e/ou
outros. Portanto, no interesse da banda, a formação passou por algumas
mudanças. Em primeiro lugar, Sotiris Paraskevas juntou-se à formação
como guitarrista solo/ritmo e depois John Kats como segundo guitarrista
solo/ritmo. Por último, mas não menos importante, demos as boas-vindas a Mpampis
Tsolakis, um baterista muito experiente, por trás do kit. Imediatamente
abraçamos todos os novos membros como nossos irmãos. Além disso, a sua
contribuição para o novo álbum foi tremenda.
Como decorreram os trabalhos com Thimios Krikos? Como definirias
essa experiência?
Em primeiro
lugar, Thimios Krikos é um grande amigo meu. Além de trabalharmos juntos
na produção e mistura do álbum, nós conhecemo-nos há muitos anos.
Colaborar com este homem é um prazer. É um profissional que contribui com o seu
toque pessoal e exprime a sua opinião sobre o que deve e/ou não deve ser feito.
Ele também é muito amigável, mas ao mesmo tempo muito determinado a conseguir
um bom resultado. Tínhamos total confiança nele. Sem dúvida, eu atesto por ele
e definitivamente recomendá-lo-ia a qualquer banda ou artista que esteja a pensar
em colaborar com ele.
Fizeram algum vídeo para promover este álbum?
Claro, fizemos alguns
vídeos para promover o novo álbum. Dois lyric-videos já foram
publicados. O primeiro é o tema título e foi publicado há cerca de um mês. O
segundo é para a faixa Sacrifice Of A Hero e foi lançado no dia 14 de
março. Além disso, mais dois vídeos (um lyric video e um áudio oficial)
estão programados para serem publicados após o lançamento do álbum. Finalmente,
estamos programados para gravar um videoclipe adequado em setembro, porque as
restrições do COVID-19 não permitem uma data anterior.
Quais os vossos principais objetivos para quando esta pandemia acabar?
Claro, o nosso
principal objetivo é fazer alguns espetáculos ao vivo. Mais alguma coisa? Mal
podemos esperar para apresentar o nosso novo álbum aos nossos fãs ao vivo em palco.
Mas até aquele momento, continuaremos a prepara-nos e a ensaiar.
Obrigado, Chryst. Queres enviar alguma mensagem para os vossos fãs?
Muito obrigado por
tudo. Gostaria de dizer a todos os teus leitores que sejam pacientes. Acredito
que os tempos sombrios do COVID-19 acabarão em breve e o mundo voltará ao
normal. Estejam prontos e deem o melhor para apoiar as bandas em espetáculos ao
vivo, pois elas merecem ser reconhecidas e sofreram muito com esta situação. Mantenham-se
seguros e mantenham a chama acesa... Obrigado!
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