Entrevista: Sister

 


Vengeance Ignited é o mais recente disco dos sleaze-punk rockers suecos Sister e é apontado como o seu mais forte registo. Com novos membros e uma nova editora, surge quatro anos depois do seu antecessor e, também neste caso, a pandemia ajudou ao atraso. Embora não tenha sido a única responsável, como se depreende da conversa que mantivemos com o baterista Cari Crow.

 

Olá, Cari, como estás? Em primeiro lugar, deixa-me agradecer-te por esta oportunidade. Durante a última década, Sister foi sinónimo de intensas e memoráveis experiências ao vivo e ótimos álbuns. Portanto, o que nos podes dizer a respeito do vosso novo álbum?

Olá e obrigado por nos receberes. O novo álbum chama-se Vengeance Ignited. São dez faixas fortes onde diria que nós, como banda, encontramos o nosso som e desenvolvemos a nossa música e composição. Este álbum mantém a vibe original e crua dos Sister, mas é um natural passo à frente na direção certa.

 

É também uma espécie de celebração de mais de uma década carreira?

Eu não chamaria de celebração, mas sim, na verdade este álbum é lançado dez anos depois da nossa estreia (Hated, 2011). Tem sido uma viagem louca, mas estou orgulhoso do que temos realizado e onde estamos hoje, ainda fortes. Repara, muitas bandas se separaram e/ou desistiram, mas nós conseguimos manter-nos firmes.

 

Por que este hiato de quatro anos para o vosso álbum anterior? O que fizeram durante este tempo?

Em primeiro lugar, decidimos separar-nos da nossa editora, Metal Blade Records. Para encerrar um acordo em andamento e encontrar uma nova editora foi preciso tempo. Foi um grande risco para nós, mas sentimos que precisávamos de uma mudança. Durante este período o nosso guitarrista deixou a banda e começamos a procurar um novo elemento. Quando Phil se juntou à banda, decidimos separarmo-nos do nosso baixista e voltamos a ser banda incompleta. De qualquer forma nós começamos a escrever novas músicas e finalmente encontramos Fredrick no verão de 2019. Com todos os membros definidos, planeamos a gravação de um disco e uma tournée. A pandemia atingiu-nos a todos e atrasou tudo. Durante todo este período, eu e Jamie deixamos Estocolmo e fomos para o sul. Acho que tudo isso fez com que demorasse, mas estou feliz por termos feito isso e agora estamos num bom lugar.

 

A situação de pandemia acelerou ou atrasou todo o processo?

Atrasou. O álbum deveria ser lançado em novembro/dezembro de 2020, mas tivemos que adiar. Quase tudo em 2020 foi sobre planeamento de gravações em estúdio, produção de vídeos e cancelamento de espetáculos que tínhamos agendado.

 

E, mais uma vez, sem condescender, apresentam, provavelmente, o vosso álbum mais forte até agora. Sentem isso? Como se motivaram para tal?

Sim, realmente sinto isso. Algumas músicas já trabalhamos nelas há anos e algumas foram escritas antes da sessão de gravação. É uma boa mistura de músicas e gosto de todas. Toda a gente sente sempre que o disco atual é o melhor, mas sim, esse é o meu sentimento com Vengeance Ignited. Todas as faixas são poderosas à sua maneira.

 

Desta vez tentou algumas abordagens diferentes em comparação com os álbuns anteriores?

O processo de gravação deste álbum foi muito semelhante ao do álbum Stand Up, Forward, March de 2016. Trabalhamos com o mesmo produtor, mas num estúdio diferente. Claro, com novos membros na banda, as coisas são diferentes, mas também acho que isso é bom para nós. Faz-nos pensar fora da caixa e ser criativos, trabalhando com novas pessoas. Também usamos material mais diversificado desta vez. Algumas das canções foram escritas antes das sessões do SFM, em 2015 como Spitfire e Whispering Winds. Psycho Thrilling foi o primeiro riff que Phil nos mostrou e Scream For Pleasure foi uma ideia de última hora originária de Fredrick.

 

Para este novo álbum, associaram-se à Flick Agency. Como é que isso se proporcionou e que benefícios esperam obter?

A Flick é uma marca nova e moderna com sede em Estocolmo. É uma grande diferença trabalhar com um novo selo sueco em comparação com uma antiga etiqueta americana. Esta malta é moderna e tem um pensamento novo e até agora estamos felizes a trabalhar juntos.

 

Já lançaram alguns vídeos deste novo álbum? Há mais alguma coisa planeada para o futuro?

Por causa da pandemia e sem tournée, tivemos mais tempo para vídeos. Três vídeos performáticos e um lyricvídeo já foram disponibilizados antes do lançamento e agora estamos a planear o quarto vídeo a ser gravado nesta primavera.

 

Falando de futuro, como será para os Sister quando esta pandemia acabar?

Eu não acho que ninguém sabe como será o mundo depois disto passar. Espero realmente poder sair em tournée o mais rápido possível, porque mal podemos espere para subir ao palco e tocar as novas músicas ao vivo. Enquanto isso, estamos a esboçar novas ideias para o próximo álbum.

 

Muito obrigado, Cari! Queres enviar alguma mensagem para os vossos fãs em Portugal?

Obrigado, realmente espero que possamos visitar Portugal na próxima tour. Confira o nosso novo álbum Vengeance Ignited e obrigado pelo apoio!


Comentários

DISCO DA SEMANA #47 VN2000: Act III: Pareidolia Of Depravity (ADAMANTRA) (Inverse Records)

MÚSICA DA SEMANA #48 VN2000: My Asylum (PARAGON)(Massacre Records)

GRUPO DO MÊS #11 VN2000: Earth Drive (Raging Planet Records)