Reviews: Darwin, Grande Royale, Adamantis, Stranger Vision, Schysma


Unplugged (DARWIN)

(2021, Independente)

Quem conhece o trabalho de DarWin sabe bem que este é um projeto altamente inovador e composto por gente criativa e com capacidade técnica assinalável. Pois bem, depois de dois álbuns de excelente nível, DarWin quis dar um passo em frente e assina uma nova obra, desta vez com um conjunto de temas nas suas versões mais alternativas. Retirados de Origin Of Species e A Frozen War, Unplugged junta oito temas que apresentam uma visão completamente diferente. A componente sinfónica que já estava bem presente nos álbuns citados, é salientada ao máximo com uma forte aposta em versões orquestrais de alguns dos temas com a assinatura da The Chamber Orchestra Of London e do The Reykjavik Quartet. Outros temas apresentam-se em formato acústico e ainda fica a surpresa final de Another Year num registo à capella. No fundo, visões diferentes de um conjunto de temas que serão sempre grandes temas, surjam com que roupagem seja. [89%]



Carry On (GRANDE ROYALE)

(2021, The Sign Records)

Os Grande Royale estão de regresso com o seu quinto álbum Carry On via The Sign Records. Carry On é um conjunto de 11 aditivados temas de garage rock ‘n’ roll sujo, direto, cru e áspero. Sem perguntar nada antes, o coletivo dispara em todos os sentidos as suas curtas descargas de adrenalina e mostra uma atitude descomprometida de um back-to-basics acentuado, registando uma postura diferente em relação ao lado mais experimental presente no álbum anterior. Por isso não se deve esperar de Carry On, canções muito evoluídas nem desempenhos técnicos evoluídos. Esperem isso sim, entrega, atitude, força de vontade de fazer saltar os fãs, mais do que os fazer pensar. Ainda assim, o material aqui presente é catchy o suficiente, sendo de destacar o tema-título, realmente uma pérola no meio de tanta turbulência. [72%]



Far Flung Realm (ADAMANTIS)

(2021, Cruz Del Sur Music)

Originalmente, Far Flung Realm, primeiro álbum dos Adamantis foi lançado em 2020, de forma independente. E, desde logo, causou um grande furor nos circuitos americanos do metal. E percebe-se porque – Far Flung Realm nasce nos EUA (os Adamantis são de Massachusetts), mas transporta muita da alma do power metal europeu, essencialmente nas suas linhas melódicas, na capacidade de criar harmonias e na sua vertente épica muito presente ao nível dos coros e das melodias, por exemplo. E tanto furor fez que, um mês após este lançamento independente, a editora Cruz Del Sur Music quis assinar com a banda. Assim o fez e surge agora o lançamento do mesmo álbum, já com o selo da editora italiana, mas aparentemente sem nenhuma alteração significativa. Far Flung Realm é aconselhado a fãs de bandas como Gamma Ray, Blind Guardian e Stratovarius e conta com a colaboração, no tema The Oracle’s Prophecy da vocalista Elisa C. Martin (Dark Moor). [84%]



Poetica (STRANGER VISION)

(2021, Pride & Joy Music)

Stranger Vision é mais um nome a surgir do multifacetado panorama metálico italiano. Um jovem coletivo que rapidamente começou a trabalhar no seu primeiro álbum intitulado Poetica e que, de facto, a espaços mostra a sua veia poética. Em termos gerais, poder-se-á afirmar que os Stranger Vision navegam em ondas do power metal europeu com alguma contemporaneidade. O instrumental é forte e rico, as melodias são apelativas, embora raramente cheguem a ser memoráveis, a dinâmica é interessante. No fundo, segue algumas das regras que as bandas de Tommy ReinXeed Johansson (nomeadamente ReinXeed, Majestica e Golden Resurrection) seguiram ou têm seguido. E, de facto, Poetica tem alguns temas que são fantásticos, de onde destacaríamos a bela balada Memories Of You, bem como Over And Over e Defying Gravity. Estranhamente, Hero Of The New World apresenta uma abordagem thrash que a colocaria, facilmente, em qualquer álbum dos Metallica, sendo que o álbum fecha com uma versão mais intimista de Soul Redemption. [83%]



Schysma (SCHYSMA)

(2021, Wormholedeath Records)

Sete anos depois, surge o novo registo dos milaneses Schysma, banda fundada em 2012 pela teclista Martina Bellini, e que já conta com a teatral Eliana Sanna nos vocais e com Fabrizio Gaffuri no baixo. Aliás, foi precisamente este o responsável pela introdução de elementos nu-metal no som dos Schysma, uma solução que não se revelou de todo acertada. A componente vocal está extremamente bem trabalhada e a banda procura injetar elementos de criatividade, mas alguma confusão instrumental e, principalmente, a má gestão dos elementos eletrónicos, associada a esses elementos nu-metal retiram alguma efetividade a Schysma. Ainda assim, este é um disco com elementos interessantes a descobrir, sendo que teatralidade demonstrada é o vetor mais importante a salientar. [76%]

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