Entrevista: Three Of Me

 


Projeto composto por gente com experiência no meio, os Three Of Me apostam, todavia, numa vertente diferente do que os seus elementos têm vindo a fazer. A banda que carrega essa curiosidade de apenas ter atuado uma vez – logo a seguir surgiu o confinamento e tudo parou – lança Black Dog, um álbum que, simultaneamente é e não é fruto da pandemia, como nos explica numa interessante conversa o mentor, vocalista e guitarrista Ricardo Dourado.

 

Viva Ricardo, obrigado por despenderes algum tempo com Via Nocturna. Os Three Of Me são um jovem projeto, mas, neste curto espaço de tempo, como tem sido a vossa existência?

Antes de mais, muito obrigado à Via Nocturna pelo convite para esta conversa. Bem, apesar deste curto tempo de existência como banda, Three Of Me já se tinha germinado como uma ideia que queria pôr em prática há já algum tempo em paralelo com o meu outro projeto musical (Second Lash), mas só decidi realmente avançar com a solidificação do projeto no final de 2019. O foco principal era a gravação deste nosso primeiro álbum Black Dog. Apesar disso, acabamos por não resistir ao bichinho do palco e juntamo-nos a LHABYA para fazer a nossa estreia em Braga no início de 2020. Tínhamos mais umas datas marcadas, mas acabaram por ser completamente postas de lado com a pandemia e focamo-nos exclusivamente no nosso álbum.

 

Como e de onde nasceu esta ideia de se juntarem neste projeto?

Sempre quis ter um projeto em que pudesse dar espaço à criatividade no que toca a linha vocais e Three Of Me surge para preencher essa vontade que foi aumentando ao longo dos anos. Como segundo membro, surge o meu irmão, Miguel Dourado, que sempre me acompanhou em tudo o que foram projetos musicais e é um pilar constante em quem me posso apoiar e com quem posso sempre contar. Depois disso, decidi convidar o TJ Abreu, um amigo e músico de excelência que conheci quando partilhamos palco no Hard Club, na apresentação do álbum de The Insane Slave, onde atuou com Red Line e por fim, surge o Gaspar Ribeiro, um baterista incrível que tinha acabado de começar a trabalhar comigo em Second Lash e convidei como músico de sessão para primeiro trabalhar no álbum e depois nos acompanhar ao vivo.

 

Que nomes ou movimentos mais vos influenciam? De onde vem a inspiração para os vossos temas?

Como conseguem perceber a partir do álbum, existe um conjunto de influências enormes de Grunge desde Alice in Chains, Soundgarden, Stone Temple Pilots e Post Grunge\Rock Alternativo como Alter Bridge, Sevendust, Godsmack, Breaking Benjamin e até um rock mais ligeiro/bluesy de Richie Kotzen. Tudo bandas e vozes com as quais cresci e sempre adorei. Quanto à inspiração, é o que sentir no momento em que pego na guitarra.

 

Já tinham tido outras experiências musicais anteriormente? Ou ainda mantém outros projetos em simultâneo?

Temos. Second Lash, Red Line, Wrath Sins, Equaleft e In Vein. Quem pertence a quem, deixo essa descoberta ao encargo do leitor para conhecer ou redescobrir bandas do panorama musical português.

 

Algum significado para um nome como Three Of Me? Como surgiu?

Three Of Me surge pela representação base dos três moods de composição em que me enquadro em regra geral. Em cada um deles revejo um pedaço de mim e do que sinto quando componho: seja aquela raiva dura, suja e direta que se ouve em Killswitch, o sentimento melódico e introspetivo da Invisible ou a complexidade progressiva da Captivity e Garden Of Sounds.

 

De que forma, nas vossas próprias palavras, definiriam a sonoridade presente em Black Dog?

Apesar de cada música ter como core o Rock, este é representado nas suas variantes, o que torna a meu ver o Black Dog um disco interessante que transporta o ouvinte por diversas vertentes e sentidos.

 

Este Black Dog é fruto da pandemia ou não?

Não e Sim. Não, porque foi planeado e composto antes de sequer se ouvir falar em pandemia e sim, porque acabou por ser lançado no meio de um confinamento. Essa decisão foi tomada principalmente porque nesta fase mais complicada quisemos dar às pessoas algo novo para ouvir, para ajudar, para aliviar, para libertar um pouco a mente desta prisão invisível que nos tem atormentado, arrasado com diferentes áreas económicas e com um impacto enorme na cultura.

 

Invisible e Killswitch foram as escolhas para vídeos. Porque estas opções?

Temos Killswitch e Captivity como lyric video e a Invisible como videoclip. As escolhas recaem no que falei anteriormente em relação a mostrarmos um pouco as diferentes sonoridades deste projeto.

 

Há previsões para mais algum vídeo?

Há, teremos notícias em breve sobre a nossa próxima experiência videográfica.

 

De que forma é feito o trabalho de composição na banda?

Para este primeiro álbum, toda a composição foi feita por mim numa fase de pré-produção. Posteriormente, tanto o Miguel como o TJ deram os seus inputs nas linhas de baixo e guitarra solo e já em estúdio, no The Skull Room Studio, tive a contribuição do Gaspar na composição das linhas de bateria. Para um trabalho seguinte, a abordagem de composição deverá ser um pouco diferente de forma a evoluirmos como banda e continuar a manter as coisas frescas.

 

A estreia em palco foi há pouco mais de um ano. Depois surgiu a pandemia. Que memórias guardam desse espetáculo em Braga e de que forma se estão a preparar para quando puderem voltar aos palcos

O nosso primeiro (e único) concerto como banda, uma estreia que nunca havemos de esquecer. Excelente hospitalidade do Barhaus, grande companheirismo dos grandes LHABYA e principalmente pelo calor do público que tivemos que curtiram imenso connosco. Já agora, aproveito para mencionar que se nunca viram LHABYA, têm neste momento disponível no Youtube e página do Hard Rock a atuação do Live Stream que fizeram no Hard Rock Caffé Porto, malta impecável e grande banda. Quanto à preparação para um retorno aos palcos, já temos datas marcadas para o final deste ano, de forma a apresentarmos o nosso Black Dog um pouco por todo o país. Mais novidades em breve sobre esse tema.

 

A terminar, mais uma vez obrigado Ricardo e dou-te oportunidade de acrescentar algo mais ao que já foi abordado nesta entrevista?

Muito obrigado pela oportunidade Pedro e Via Nocturna.  Deixamos aqui uma mensagem para toda a malta - se quiserem saber mais e estar a par do nosso trabalho, juntem-se a nós em:

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