Night Of The Blade – The Night Before (TOKYO BLADE)
(2021,
High Roller Records)
A banda que inicialmente se chamou, White Diamond, depois Killer e depois Genghis Kahn, finalmente assentou em Tokyo Blade e foi com esse nome que, a partir de 1983, fez história no que diz respeito à NWOBHM. Apesar de algumas paragens pelo meio, os britânicos continuam no ativo tendo, inclusive, lançado o álbum Dark Revolution no ano passado. Night Of The Blade – The Night Before foi uma compilação originalmente lançada em 1997, pela High Vaultage que juntava 10 temas da carreira com Alan Marsh nos vocais e adicionava mais seis faixas bónus intituladas como Have A Nice Day. A nova reedição levada a cabo pela High Roller e incluída na sua política de dar nova vida a grandes álbuns do passado, resume-se à primeira parte. E a verdade é que não tendo atingido um enorme sucesso comercial, os Tokyo Blade são superiores a muitas das bandas do estilo que por aí andaram e andam. Por isso, esta é uma boa oportunidade para se começar a dar mais atenção a um nome capaz de criar empolgantes temas de metal tradicional. Como este lançamento o confirma. [85%]
Los Años Del Silencio (ECO)
(2021,
Duque Promociones)
Em Espanha, o ano de 2007 fica marcado pelo lançamento desse disco por muitos considerado de revelação que se chamou Réplica e que representava a estreia dos Eco. Muitos anos se passaram e por isso, Los Años Del Silencio é o há muito aguardado regresso de Roberto Espinosa aos lançamentos. As suas estruturas são únicas, misturando clássico hard rock com os elementos mais modernos do metal. Mas o que mais se salienta neste conjunto de temas cantados em castelhano são as soberbas linhas melódicas criadas, a qualidade do vocalista e a exuberância do trabalho de guitarra, nomeadamente ao nível dos solos. Los Años Del Silencio é um disco poderoso, mas que também sabe ser doce como o prova na espetacular balada Lagrimas que o encerra. No que toca a nustros hermanos, este trata-se de um dos regressos mais esperados do ano, que acaba por se revelar uma montanha-russa de emoções num disco com uma sonoridade inconfundível e inesquecível. [90%]
Aurora (SECRET CHORD)
(2021,
Sleaszy Rider Records)
O trabalho de evolução é significativo para estes Secret Chord! A banda que vem de Poiares dedicou-se e consegui criar um disco marcante. A sua abordagem é similar ao que muitas bandas da atualidade fazem na sua vertente de um metal com toques de modernidade e alternativo, onde os vocais femininos (muito bem trabalhados, refira-se) são cruzados por pontuais guturais, introduzidos com critério. Todavia, os Secret Chord mostram alguns argumentos que os diferenciam: a influência arábica é notória em diversos momentos, as texturas de piano são sublimes, o trabalho coral está forte e há melodias bem desenvolvidas. E neste particular destaque para Never Again e Demon Angels, verdadeiras pérolas que farão a delícia de qualquer metalhead que aprecie melodias bem construídas. E no que toca a estas coisas de ter senhoras a liderar, aí está mais um nome a ter em conta no metal nacional. [82%]
Crime Of Passion (BELLE MORTE)
(2021,
Wormholedeath Records)
Inspirado pelo romance The Collector de John Fowles, Crime Of Passion é o nome do álbum dos bielorrussos Belle Morte. Depois do EP Game On, de 2018, a banda trabalhou durante dois anos no desenvolvimento destes temas, conseguindo criar um disco coeso e com vibrações mais obscuras que o EP. A história é intensa e caminha rumo a um final trágico, mas é no aspeto musical onde mais se nota a evolução dos Belle Morte. A junção de elementos djent, progressivos e até black metal, fazem da composição de Crime Of Passion, ter arranjos mais complexos e elaborados. O melhor exemplo surge em Beauty Meant To Kill onde a ausência de guitarra não é notada face ao poder imprimido pelas poderosas partes sinfónicas juntas com instrumentação eletrónica e percussão. Já em If Only You Knew surgem os elementos prog e djent; e em My Little Demon e Beauty And The Beast mostra-se o trabalho de guitarra mais pesado e sofisticado. Em Crime Of Passion, cada elemento revela diferentes nuances de forma a tornar este álbum em algo consistente e nada banal – ao género de uma ópera rock onde cada elemento tem uma presença forte e determinante no resultado final. [85%]
Nodus Tollens – Act 1: Oblivion (SULLEN)
(2021,
Independente)
Os
proggers nacionais Sullen lançaram o seu segundo álbum intitulado
Nodus Tollens – Act 1: Oblivion. Nodus Tollens é um neologismo de
John Koening usado para definir o sentimento de insegurança que algumas
pessoas sentem quando descobrem que as suas vidas não já não têm sentido. O
que, na realidade pode retratar a visão de algumas pessoas, mas afasta-se da
visão deste novo álbum. Aqui, os Sullen marcam uma clara evolução sonora
desde a estreia (Anti-Human, 2015), com um trajeto aprofundado no prog
e na sua riqueza, cumulativamente à implementação de naturezas sombrias. As
diversas camadas sobrepõem-se criando cenários exploratórios de alguma complexidade
e fortemente desafiadores, com sucessivas mudanças de tempo e de ritmo. Isso
faz de Nodus Tollens – Act 1: Oblivion uma força coletiva de múltiplas
personalidades entrelaçadas e impulsionadas por uma busca comum por novas
possibilidades musicais. [73%]
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