Entrevista: Angel Martyr



Os Angel Martyr nasceram em 2010, assumindo-se como uma nova banda e não apenas a continuação dos Wraith’sing com um novo nome. Depois de uma demo e um EP, Black Book: Chaper One foi o primeiro capítulo mais a sério desta história de uma banda que transporta a bandeira do New Wave Of Italian Metal e a eleva bem alto. O segundo registo, Nothing Louder Than Silence, mostra-se mais coeso e apresenta momentos ainda mais épicos. E foi por isso que fomos conversar com o multi-instrumentista Tiziano Sbaragli.

 

Olá, Tiziano, obrigado pela disponibilidade e parabéns pelo teu novo álbum. Nothing Louder Than Silence foi lançado em fevereiro. Como têm sido as reações até agora?

Olá, Pedro! Obrigado pelo teu interesse e pelas tuas palavras! Bem, as reações a respeito do novo álbum são definitivamente positivas! Até ao momento só tenho visto críticas com classificações muito altas, ainda que, como não poderia deixar de ser, tenha havido algumas pequenas críticas! Mas também gostamos disso, são uma motivação para crescer e um bom ponto de partida para nos colocarmos algumas questões!

 

Voltando um pouco ao passado, qual é a ligação entre Angel Martyr e Wraith’Sing? A mesma banda com um nome diferente ou é mesmo uma nova banda?

É mais correto considerar Angel Martyr uma nova banda que nasceu das cinzas de Wraith'Sing! Eu e o Atreiu, o baixista dos Wraith’Sing, depois de alguns anos que passamos juntos, decidimos parar de tocar por volta de 2009, para recomeçar mais tarde em 2011, com algo diferente. Porém tínhamos pontos de vista e prioridades diferentes… por isso, os nossos caminhos dividiram-se duas vezes! Foi então que o Dario se juntou a mim nesta nova aventura, e decidimos chamar o novo projeto de Angel Martyr! É assim que as coisas são!

 

Mas, pararam todas as atividades da banda entre 2006 e 2010 ou não?

Incorreto... com os Wraith'Sing a nossa atividade durou de 2006 a 2011, com uma pequena pausa de um ano por volta de 2009! A partir de 2012, renomeamos a banda, pois toda a formação havia mudado e a intenção também era mudar o estilo!

 

Focando-nos em Nothing Louder That Silence, como foi o processo criativo para este novo álbum? Mudaste a tua metodologia de trabalho em relação à estreia?

Sinceramente acho que tudo evoluiu naturalmente! Quero dizer, a evolução faz parte da nossa vida! As novas canções são apenas o resultado de novas descobertas musicais, de boas bandas que vi tocar, etc... Tudo foi colocado na minha/nossa bagagem cultural e transformado em música! Certamente que passar alguns anos juntos fortalece o nosso sentimento musical e a experiência ajudou-nos a prestar mais atenção a muitos detalhes aos quais não demos muita importância no passado! Além disso, mais uma vez talvez graças à experiência, tenhamos definido melhor o nosso imaginário e argumentos para falar.

 

O que significa realmente Nothing Louder Than Silence?

O título é certamente enganador e até contraditório! Isso porque, como costuma acontecer nas nossas letras, o significado nunca é explícito. Nothing Louder Than Silence surge de uma reflexão sobre o sentimento de culpa e vergonha. Acredito que muitas pessoas, como resultado do seu sentimento de culpa ou vergonha, tiveram que lidar com a sua consciência e os seus silêncios. Nesse ponto, podemos aceitar a situação, embora desagradável, ou tentar ignorar ou reprimir esse sentimento. No entanto, tudo que tu reprimes, negligencias ou ignoras, mais cedo ou mais tarde retornará para te atormentar, emergindo das profundezas da mente e da consciência. Nesse sentido, criei um personagem que, acompanhando algumas situações que escaparam ao seu controle e depois de ignorar os primeiros alarmes, se viu preenchido com as mencionadas sensações! Tanto que já não podia ficar sozinho com os seus próprios silêncios. Nessas circunstâncias, acredito que o silêncio é o maior fardo que uma pessoa pode carregar aos ombros! Aproveito para incentivar os interessados ​​em ouvir o disco, lendo as letras de Black Twin Rising, Reckless Master e Nothing Louder Than Silence! Isso ocorre porque as três histórias estão intimamente conectadas e podem ser consideradas como um pequeno "conceito" dentro do álbum.

 

O booklet está fantástico. Quem foi o responsável ​​por todas as pinturas associadas a cada música?

Estou muito feliz que aprecies o trabalho do nosso artista favorito, E. I. Wild! A ideia das pinturas associadas surgiu de mim e do Dario. A intenção era criar uma espécie de fórmula combinando letras, imagens sugestivas e música…. Realmente espero que o tenhamos conseguido!

 

A situação de pandemia causou-vos alguns problemas e atrasos? Onde foram mais visíveis?

Sim, é verdade! O álbum estava pronto antes da primeira vaga de 2020 e decidimos esperar já que não teríamos possibilidade de o promover com espetáculos ao vivo... Percebemos logo que essa situação não teria fim em poucas semanas e então decidimos fazer o lançamento em 2021 com a esperança no coração de ter a oportunidade de tocar ao vivo! Vamos ver, mas não tenho nenhuma certeza a este respeito.

 

Neste álbum têm um novo membro, o baterista Niccolò Vanni. Desde quando está ele a bordo? Já teve oportunidade de cooperar no processo criativo?

Sim, teve! Ele compôs todas as linhas da bateria assim que eu lhe dei as ideias que tive para arranjar o novo material. Ele está a bordo desde 2018, quando Francesco Taddei deixou a banda por motivos pessoais. Acho que Niccolò Vanni nos deu um groove mais agressivo, já que durante vários anos tocou metal extremo com os Profanal. Também tocou heavy metal enquanto membro dos Axevyper, mas honestamente acho que com Angel Martyr, ele criou uma combinação final dos seus estilos de tocar. Não quero dizer que Niccolò é melhor do que Francesco, só estou a dizer que eles têm uma maneira diferente de arranjar as músicas!

 

Podemos considerar que os Angel Martyr são os precursores da chamada New Wave Of Italian Heavy Metal?

Não sei… Ou melhor, espero que sim! De qualquer forma, acho que não me cabe a mim dizer o que os Angel Martyr representam para a cena musical! Acho que isso é dever dos críticos e dos fãs.

 

Quais são os principais objetivos que gostarias de cumprir quando esta pandemia acabar?

Certamente ir para palco e recuperar os espetáculos que perdemos para esse coronavírus, e porque não, reunirmo-nos em estúdio para escrever novo material!

 

Muito obrigado, Tiziano. Queres enviar alguma mensagem para os vossos fãs?

Obrigado pelo vosso apoio e pelas belas palavras que escreveram nas redes sociais a respeito do novo álbum! Espero ver-vos a todos nos nossos espetáculos num futuro próximo!



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