Entrevista: Durbin

Conhecido pela sua participação no programa American Idol onde conseguiu inserir o heavy metal, James Durbin é um vocalista americano que tem tido uma carreira em nome próprio, para além de uma passagem pelos lendários Quiet Riot. E depois de três álbuns assinando James Durbin, The Beast Awakens é o primeiro apenas como Durbin. Fomos tentar perceber o que mudou nesta conversa com o simpático e poderoso vocalista.

  

Olá, James, obrigado pela disponibilidade e parabéns pela estreia, The Beast Awakens. Em primeiro lugar, podes apresentar a banda aos metalheads portugueses?

Obrigado pelo convite. Bem, primeiro, meu nome é James Durbin e eu sou DURBIN. Trato 100% da composição e dos textos. Eu sou o vocalista e guitarrista ritmo. O line-up de músicos apresentados em The Beast Awakens inclui Barry Sparks no baixo, assim como Mike Vanderhule na bateria.

 

Desde 2011 até 2020, tiveste a banda James Durbin. O que mudou? Apenas o nome ou mais alguma coisa?

Tivemos a ideia de ter James Durbin como banda, a seguir à minha participação no American Idol, mas enfrentamos alguns obstáculos com essa ideia, portanto foi abandonada. Parei de me preocupar tanto em ter uma banda definida. A primeira versão da minha banda realmente durou apenas um ou dois anos. Alguns foram escolhidos para outras viagens, outros aposentaram-se das tournées, outros juntaram-se às famílias. Em 2015, comecei do zero com uma formação completamente nova de músicos que eu não conhecia antes e com quem nunca toquei anteriormente. Gravamos o meu terceiro álbum a solo Riot On Sunset que foi lançado em 2016, seguido de uma tournée, antes que as oportunidades me levassem noutra direção. Desde então, a maioria dos meus espetáculos de James Durbin têm sido acústicos a solo ou contar histórias. Gosto desta configuração, a intimidade dela, a oportunidade de me ligar com os meus fãs. Também me deu a oportunidade de me desafiar em palco. Não é necessariamente mais fácil tocar com uma banda completa, mas acho que tocar sozinho com apenas uma guitarra e um microfone é um verdadeiro desafio para muitas pessoas, mas é algo que eu dou boas-vindas a qualquer dia.

 

Entre 2017 e 2019, foste o vocalista do lendário grupo Quiet Riot. Como viveste essa experiência? O que aprendeste?

Continuando o que eu estava a dizer na resposta da última pergunta... Depois da minha tournée Riot On Sunset, tive a oportunidade de fazer parte de um espetáculo residente em Las Vegas, Nevada. Logo depois de ter assinado o meu contrato para me comprometer com esse espetáculo, recebi um telefonema do falecido grande Frankie Banali que estava interessado em me levar para a frente da banda. Infelizmente, nessa altura já tinha assumido o meu compromisso e seguimos caminhos separados. Enquanto estive lá, encontrei um velho conhecido chamado Alex Grossi. Durante esse tempo, tornamo-nos próximos, descobrimos que tínhamos gostos semelhantes de composição musical e começamos a colaborar. Entre nós, rapidamente tínhamos co-escrito cerca de 20 músicas. Após o término da temporada do espectáculo em Vegas, planeamos entrar em estúdio para gravar o nosso EP Maps To The Hollywood Scars Vol. 1. Enquanto estávamos em estúdio, Frankie enviou um instrumental não usado do álbum que eles estavam a gravar na altura com um cantor diferente. Durante a nossa pausa para o jantar naquela noite, escrevi a letra da música, fiz um rápido take vocal seguido por Alex, que fez um rápido solo de guitarra e mandamos de volta para Frankie. Essa música viria a ser o primeiro single do álbum Road Rage e seu primeiro videoclipe em 29 anos. Acho que tinha 28 anos na altura. Tenho muitas lembranças bonitas dessa época. Fizemos muitos espetáculos ótimos; alguns eram enormes, outros não, mas alguns dos menores eram os mais divertidos. Todas aquelas horas em palco, sabendo que era onde o falecido grande Kevin Dubrow tinha estado, ajudou-me a ser um melhor frontman e tentar o meu melhor para fazer uma conexão com cada multidão, sem exceções. Eu queria reconectar as pessoas com as suas memórias de ouvir Metal Health pela primeira vez. Eu queria cantá-la com a intensidade e a intenção de Kevin fez. Estou grato por essa oportunidade, o que ela me ensinou e continua a ensinar.

 

Por falar em experiências, ainda te lembras da tua presença no American Idol em 2011? Ficaste em 4º, não foi? Foi um passo importante na tua evolução como cantor?

Lembro-me da minha passagem pelo American Idol como se fosse ontem e estás correto, fiquei classificado em 4º lugar. Eu não seria o cantor, artista ou performer que sou hoje se não fossem as minhas experiências no American Idol. Imagina que tens a oportunidade de aprender com os melhores do negócio e a oportunidade de atuar com os melhores do mercado. Nenhuma parte de estar naquele espetáculo é garantida. Eu sabia que não tinha nada perto da melhor voz ou controle vocal em comparação com os outros artistas dessa temporada, mas sabia que as minhas performances me poderiam ajudar a destacar. Também encontrei o meu espaço e pude mostrar o meu amor pelo Heavy Metal clássico, abrindo novos caminhos com You Got Another Thing Thing Comin' dos Judas Priest e Heavy Metal de Sammy Hagar, sem falar de trazer Zakk Wylde para a música de Hagar. Não consigo deixar de pensar em algo do meu tempo no Idol todos os dias da minha vida.

 

Como definiria este álbum para os leitores que não te conhecem?

Durbin - The Beast Awakens é uma nova aventura na velha estrada do Heavy Metal Clássico com influências modernas.

 

Neste álbum contas com vários convidados nos vocais e guitarras. Por que os escolheste e qual foi o seu papel no resultado final?

O álbum apresenta uma equipe heterogénea de convidados especiais, incluindo o vocalista Chris Jericho (Fozzy, AEW) e o guitarrista Phil Demmel (Vio-lence, ex Machine Head), ambos incluídos no primeiro single do álbum Kings Before You. Também são apresentados ao longo do álbum os guitarristas Nick Gallant, Jon Yadon Jr e Marc Putnam. Adicionais estilistas de áudio incluem o produtor do álbum Ellison, Paul Grimm, Jeremy Locke, Ryan Heggum e Earl Salindo.

 

O nome desta estreia é The Beast Awakens. Por que escolheste este título? Há aqui a procura de transmitir alguma mensagem?

O tema-título do álbum foi inspirado num artigo que li sobre o renomado lutador japonês, Jushin Thunder Liger. O artigo concentrava-se no seu alter ego maligno Kirin Liger. Quando um oponente retirou a sua máscara sagrada, em vez de humilhar o homem “escondido” sob a máscara, eles libertaram o demónio que a máscara continha. Achei isso lindamente simbólico. Felizmente, aconteceu eu estar a escrever e a gravar uma demo ao mesmo tempo. A música foi escrita e gravada no mesmo dia. Desde aí, soube que esse seria o título do álbum.

 

Concluindo, este é o álbum que sempre sonhaste lançar?

É o tipo de álbum que eu queria fazer há muito tempo. Simplesmente nunca estive tão inspirado ou suficientemente habilidoso para fazer isso sozinho antes. Tudo o que fazemos leva-nos a tudo o que vamos fazer. Às vezes é muito difícil confiar no tempo, mas lembrem-se de que se contarem ao universo o que desejam receber e acreditarem com todo o vosso ser, essas coisas virão até vocês. Pode demorar. Às vezes parece que aquilo em que se acredita está a vir na nossa direção, mas é apenas um teste para ver o quanto realmente se deseja isso. Aprenderão tudo o que precisam aprender com o tempo e estarão prontos para quando finalmente chegar.

 

Como se proporcionou este contrato multi-álbum com a Frontiers Music?

Após os 3 álbuns dos quais fiz parte, bem como a minha saída da banda mencionada, a Frontiers Music contactou-me para continuar a fazer e lançar músicas juntos. Eles acreditam em cantores principais com grandes vozes e estou honrado em ser considerado entre todos eles. É uma combinação feita de Metal!

 

Obrigado, James. Quer enviar alguma mensagem para os teus fãs?

Obrigado aos meus fãs portugueses que estão comigo desde a minha época no American Idol, bem como àqueles que acabaram de entrar para a família. Sinceramente espero que gostem deste álbum The Beast Awakens. Por favor, fiquem atentos para mais música que está para vir. Espero em breve poder apresentar isso para vocês. Siga-me no Instagram @JamesDurbinOfficial e obrigado Pedro, pela entrevista maravilhosa. Estou ansioso para ter a oportunidade de fazer isso contigo novamente.

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