Sommo Inquisitore -
Metal medieval! Forjado nas mais
obscuras profundezas da Itália contemporânea, mas carregado de histórias de
bruxas, inquisição, peste e cruzadas (bem, se virmos bem os tempos atuais não
são assim tão diferentes!). O projeto foi criado por Giuseppe Cialone (Rosae Crucis e TIR) que
construiu praticamente tudo sozinho, mas que depois teve a ajuda de Andrea
Mattei e Piero Arioni. Um projeto com uma autenticidade acima de qualquer
suspeita, como o prova o uso, em determinados momentos, do latim. Mas, para nos
falar destas aventuras falámos com o mentor Giuseppe Cialone.
Olá Giuseppe, obrigado pela
disponibilidade e parabéns pela estreia dos Sommo Inquisitore, Anno Mille. Em
primeiro lugar, podes apresentar a banda aos metalheads portugueses?
Olá, Pedro,
obrigado eu! Poderia simplesmente ver Sommo
Inquisitore como a "minha" banda e Anno Mille como o meu álbum a solo. Foi escrito (e primeiro gravado
como uma versão demo muito grosseira)
por mim. E mais tarde regravei corretamente com o meu amigo Andrea Mattei que também fez os
arranjos e tocou guitarra, baixo e teclado. A bateria foi gravada por Piero Arioni. Ele é o baterista com
quem sempre toco nas minhas outras bandas, pelo que fiquei muito feliz em
trabalhar com ele também nos Sommo
Inquisitore. Eu conheço Andrea desde
os tempos de escola, mas esta foi a primeira vez que finalmente gravamos um
álbum juntos. Andrea e Piero são membros essenciais da banda e quando chegar a altura
de tocar ao vivo estaremos a trabalhar com um guitarrista adicional e, claro,
com um baixista!
Podes contar-nos como começou esta
viagem dos Sommo Inquisitore?
Esta viagem começou
há 1 ano, em abril de 2020. Tive sempre essa vontade de fazer um álbum a solo e
no inicio comecei apenas por diversão. Escrevi todas as 8 músicas entre abril e
maio no meio da pandemia (e durante o primeiro confinamento aqui na Itália). Toquei
as minhas gravações para Andrea e ele imediatamente pareceu interessado em
trabalhar nelas. E foi assim que começamos.
Quais são as vossas principais
influências tanto musical quanto liricamente?
Bem, considera
que tenho 50 anos e que ouço metal
desde criança, nos anos 80. Portanto, musicalmente as minhas influências são
óbvias... Adoro bandas como Judas Priest,
King Diamond e Manowar mais do que qualquer outra. Há alguns anos atrás descobri os
Hell e apaixonei-me pela sua música.
E, claro, os sempre presentes Dath SS,
que são uma das minhas referências no que diz respeito aos tópicos e ao aspeto
visual. Mesmo que em termos de estilo musical haja uma grande diferença entre Sommo Inquisitore e Death SS. A inspiração e as influências
nas letras vêm do meu trabalho, dos meus interesses e paixões que incluem a
Idade Média, novelas e filmes de fantasia, jogos de papéis (Warhammer em particular) e todas essas
coisas de que gosto.
Como definirias Anno Mille para os nossos leitores
que não vos conhecem?
Na minha opinião,
diria que Anno Mille é um álbum
completo com muita atmosfera. É evocativo e, se fechares os olhos, pode levar-te
a determinados momentos, lugares e situações específicas. Eu acho que quem
gosta de metal épico e
"teatral" pode gostar deste disco.
A tua música é classificada como metal medieval. De onde veio a
inspiração para esta abordagem?
Como te estava a
dizer, a Idade Média é um período que me fascina, portanto essa definição
simplesmente descreve os tópicos cobertos pelo álbum como o obscurantismo, o
poder da Igreja etc.
Um dos aspetos mais intrigantes deste
teu novo projeto é o uso da língua latina. Na minha opinião, esta é a opção
mais adequada para um projeto como este. Mas de que forma é trabalhado esse
aspeto bem como a sua conjugação com as partes instrumentais?
Pareceu natural
usar o latim em algumas partes específicas do álbum, foi uma coisa muito
espontânea. Não planeei com antecedência usá-lo em alguns pontos e depois
tentar combiná-lo com a música. Simplesmente surgiu naturalmente enquanto
escrevia a música. Depois também pedi conselhos a um amigo que é arqueólogo e,
com certeza, sabe muito mais de latim que eu, portanto ajudou-me!
Para as letras também usas tópicos
medievais?
Sim, as mais
simbólicas como as cruzadas e a busca do Graal, a Inquisição e a caça às
bruxas, a peste etc.
Este é um projeto apenas para um álbum
ou tens ideias de continuar no futuro?
Com certeza Sommo Inquisitore não vai parar por
aqui. Já estamos a trabalhar num segundo álbum, novamente inspirado na Idade
Média, embora se concentre mais em diferentes eventos históricos e menos na
Igreja.
Como está a situação com as tuas outras
bandas? O que podemos esperar de Rosae Crucis e de Tir?
Com Rosae Crucis, estamos a trabalhar num
novo álbum há muito tempo. Mas como todos nós cinco temos trabalho, família
etc., às vezes não é fácil organizarmo-nos, portanto isso atrasa-nos. E por
causa das restrições devido ao Covid-19, não conseguimos encontrar-nos todos
juntos no local de ensaio há já algum tempo. Com o Sommo Inquisitore, as coisas acontecem mais rápido, pois sou eu que
faz a maior parte. Com o TIR, por
enquanto, a nossa colaboração está em stand
by.
Obrigado, Giuseppe. Queres enviar alguma
mensagem aos teus fãs ou acrescentar algo mais a esta entrevista?
Agradeço o tempo
que dedicaste a esta entrevista. Ouçam a música dos Sommo Inquisitore e verão a luz!
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