Reviews: Mariusz Duda, Chris St. John, Chainerection, Sweet Oblivion Feat. Geoff Tate, Metator


Claustrophobic Universe (MARIUSZ DUDA)

(2021, GlassVille Records)

Uma viagem ao desconhecido. Assim se descreve o que transporta a música de Mariusz Duda neste seu trabalho a solo, Claustrophobicc Universe. O baixista, vocalista e guitarrista que ajudou a nascer esse nome emblemático do prog rock/metal polaco, os Riverside, aventura-se num trabalho que deve ser desafiador porque ultrapassa tudo o que tem feito na sua banda, mas... está longe de ser interessante. E deverá estar longe de granjear unanimidade quanto à necessidade de um disco assim. Em Claustrophobic Universe somos assaltados por uma dose assoberbada de maquinaria e sintetizadores e, embora algumas linhas de piano sobressaiam entre tanta eletrónica, não são suficientes para que, no final, subsista a pergunta: onde ficaram as canções? [68%]



I’m Dreaming (CHRIS ST. JOHN)

(2021, Independente)

O que é que a lei e a música têm em comum? Para o advogado, juiz e delegado do Ministério Público, Chris St. John, tem tudo. O americano esteve sempre ligado à música, mas desta vez arranjou a coragem para colocar num registo as suas criações neste I’m Dreaming. A base é americana/country, onde as guitarras acústicas são preponderantes. Em 15 temas (claramente um exagero o que origina que a ponta final do disco se vá arrastando), inclui-se um pequeno interlúdio orquestral, aproximações ao soul e ao folk e o uso de cordas. I’m Dreaming é um disco de recorte simples e sem grandes inovações, onde o desempenho de um conjunto de músicos de sessão ajuda a erguer a um patamar com mais elegância, mas onde também é notório que Chris St. John não é um cantor. [70%]



Alternative High (CHAINERECTION)

(2021, Off Records)

Os Chainerection prestam homenagem a esses grandes pioneiros do passado, mas com uma atitude própria e séria. Alternative High traz 12 músicas embaladas com riffs explosivos, solos fuzzed escaldantes, linhas de baixo estrondosas e bateria super sólida. Eletrizante e cheio de atitude e entrega, às vezes, o ataque rocker carregado de velocidade suaviza ligeiramente para deixar entrar um pouco daquele doce groove and roll. E enquanto se ouve este novo álbum dos finlandeses, sente-se o suor a começar a escorrer pelas costas e podem sentir-se aliviados porque, finalmente, o perigo está de volta no rock. Os Chainerection não se preocupam com modas, porque o rock ‘n’ roll não é, nunca foi e nem deverá ser de modas; mas trabalham no sentido de fornecer aos seus ouvintes algo puro, duro e sem preconceitos. [74%]

 


Relentless (SWEET OBLIVION FEAT. GEOFF TATE)

(2021, Frontiers Music)

Sweet Oblivion é mais um projeto criado por Serafino Perugino, presidente e A&R da Frontiers Music. E é mais um projeto que, apesar de apostar em nomes sonantes, nunca chega a ser empolgante. Aldo Lonobile é, outra vez, o homem encarregue das composições e já são tantos os projetos onde o guitarrista está envolvido que o filão de inspiração, naturalmente falha. Desta vez volta a falhar na criação de um Relentless sem chama, sem rasgo, sem conseguir criar impacto, com os temas todos formatados e sem capacidade de mostrar um único momento que se destaque. O que ainda vai valendo é a capacidade técnica dos músicos e o belo timbre de Geoff Tate, que mesmo estando a milhas das maravilhas que fez nos Queensrÿche, ainda assim é suficiente para ser o melhor que este disco tem para oferecer. [75%]



Akocedakor (METATOR)

(2021, Blood Fire Death Records)

Há algumas coisas para referir a respeito deste lançamento que a Blood Fire Death nos apresenta. Primeiro, os Metator, duo catalão, nasceu em 2004 como Akocedakor e assim se mantiveram até 2010, altura em que desaparecem. O regresso acontece em 2015 já com o nome atual e quatro anos depois lançam, em formato digital o seu primeiro álbum batizando-o com o nome que tinham anteriormente. A chegada à Blood Fire Death leva a que este álbum seja reeditado, embora, na prática, seja a primeira edição física. Akocedakor é, acima de tudo, um manual de violência e agressividade musical. E nem a espanholada em guitarra clássica em The Unexpected Beauty Of Deformity, nem a versão de Bomber dos Motörhead, evitam ou reduzem essa premissa. Com riffs densos e pesados acompanhados por uma completamente tresloucada e descontrolada agonia vocal, Akocedakor é pura agressão. Aconselhado apenas a ouvidos mais treinados para estas coisas! [61%]

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