Cinco anos foi quanto demorou a preparar o
terceiro álbum dos Liquid Steel. E percebe-se porquê. O quinteto de
Innsbruck quis fazer o trabalho bem feito e, a partir da sua base tradicional
de NWOBHM, onde
mantém os elementos já típicos da sua sonoridade, resolveu ir adicionando
alguns novos apontamentos. Fabio Carta, vocalista, contou-nos tudo sobre
este lançamento.
Olá, Fabio, obrigado pela disponibilidade e parabéns pelo novo Mountain Of Madness. Em primeiro lugar, podes apresentar a
banda aos metalheads portugueses?
Olá, Daniel, olá Via Nocturna. Em primeiro
lugar, obrigado pela entrevista. Esta é a nossa primeira entrevista para uma zine
de metal portuguesa. Somos os Liquid Steel, banda de heavy metal
da Áustria. Gostamos de manter o nosso metal tradicional, na veia dos
nossos grandes heróis dos anos 80 e adicionar o nosso próprio caráter. Mountains
Of Madness é o nosso terceiro álbum completo. Adoramos tocar ao vivo e até
agora já tocamos em palcos nacionais e internacionais.
Mountain Of Madness foi lançado há
mais de um mês. Como têm sido as reações, até agora?
Principalmente boas, o que é um alívio. Nunca sabes
como as pessoas vão reagir a um novo álbum, portanto estamos muito satisfeitos.
Felizmente, não dependemos das vendas de álbuns, mas é sempre bom receber uma boa
crítica, sabes como é.
Podes contar-nos de que
forma esta jornada como banda começou?
O nosso guitarrista Julle, o seu irmão Pippo, que era o
nosso ex-baterista e eu conhecíamo-nos e queríamos formar uma banda para fazer
barulho. Éramos basicamente uma banda de covers e também tocávamos as
músicas estranhas que escrevíamos. Em 2012 lançamos a nossa demo de três
faixas Scream, onde Martin e Ferdl já tocaram. Martin e eu já nos conhecíamos
antes e o Ferdl tocou numa banda da qual eu também fiz parte, durante algum
tempo. Monte juntou-se em 2013 e um ano depois lançamos o nosso primeiro álbum Fire
In The Sky.
Mountain of Madness é um nome muito
curioso. Qual é a mensagem que estão a tentar fazer passar?
O título é retirado de um romance de H.P. Lovecraft
com o mesmo nome, At The Mountains Madness. É um romance de ficção
científica/terror sobre a exploração da Antártica na década de 1930. O livro
evocou uma certa atmosfera em mim e como todos nós moramos nas montanhas, achei
que o título se encaixaria muito bem no nome do álbum e na música.
Na tua opinião, este
álbum reflete a vossa evolução como banda?
Ah, com certeza. Acho que podes ouvir a progressão de
álbum para álbum. Estamos muito orgulhosos de cada disco que fizemos. Acho que
conseguimos reunir um pouco mais das nossas forças no novo álbum. Além disso, Jay
Hundert, o nosso produtor fez um trabalho excelente. Desta vez foi ótimo
trabalhar com ele e tudo deu certo. Temos muita sorte em trabalhar com pessoas
de quem gostamos e que nos apoiam de todas as maneiras possíveis.
Como definirias Mountain of Madness
para os leitores que não vos conhecem?
Acho que é sempre difícil definir música. Acho que
poderias chamá-lo de metal clássico com um toque de epic e um
pouco de rock n'roll. Não seguimos regras quando escrevemos as nossas
músicas, no final as mais fortes vão para o álbum. Estou convencido de que este
é o nosso álbum mais forte. Além disso, se gostam do movimento NWOTHM,
experimentem.
Um tema como Alpine Warrior fala
de que?
Estamos muito satisfeitos com o resultado. Não era
para estar no álbum e trabalhamos muito nisso. É uma música sobre uma múmia
glaciar chamada Ötzi do Neolítico (3.200 a.C.). Ela foi encontrada perto da
fronteira austro-italiana e a sua vida fascinou-me desde então. A letra vem de Sharon
Talbot, que escreveu um poema sobre o homem do gelo e a voz épica que conta
a história é Mike Young, que conheço de onde moro.
Em Thunder And Lightning,
têm um convidado a tocar mellotron. O que procuraram atingir com a sua
inclusão?
Thunder And Lightning é uma música sobre as cruzadas.
Usamos o mellotron para resumir o coro do exército em marcha. Cem mil
homens a cair sobre Jerusalém. Tentei escrever da perspetiva de um soldado, o
que o levou a ir para a guerra e sitiar uma cidade estrangeira?
O art-work é uma
verdadeira obra-prima. Quem foi o responsável?
Obrigado! Também estamos muito felizes com ele. Quem o
fez foi Emanuel Pichler, o mesmo que também desenhou todas as artes dos singles
e dos nossos álbuns anteriores. Ele pensa muito sobre isso e surge com essas
ótimas ideias. Não poderíamos estar mais felizes.
Traveller
In Time, Victim Of The Night e Heavy Metal Fire foram os três primeiros
singles. Consideras que são representativos do álbum?
Claro que sim, mas por outro lado, na verdade, poderíamos
ter escolhido qualquer outra faixa. Não sou um grande fã de singles,
gosto de ouvir álbuns como um todo, mas na verdade quase que tens que fazer
isso hoje em dia.
Para além destes três, há
mais algum planeado?
Sim, haverá um lyric-vídeo da música Phoenix
que será lançado em breve.
Como se proporcionou a
ligação entre vocês e a Metalizer Records?
Conhecemo-nos, conversamos, bebemos e assinamos. Essa
é a versão resumida. Bernie é uma ótima pessoa e um verdadeiro metaleiro
obstinado. Temos sorte de ter uma grande editora por trás de nós. Recebemos
todo o apoio de que precisamos e é como “estar em casa”.
Quais são os vossos planos
ao vivo para o futuro próximo?
Temos algumas coisas em pipeline e mal podemos
esperar para sair outra vez. Parece que neste verão poderemos voltar a tocar.
Alguns pequenos festivais, como o Innrock, já estão planeados - vamos
cruzar os dedos.
Obrigado, Fabio. Queres
enviar alguma mensagem para os vossos fãs?
Muito obrigado, pessoal pela oportunidade de nos
apresentarmos aos fãs portugueses de metal. Estamos muito satisfeitos
com todo o apoio que recebemos e, obviamente, adoraríamos ir ao teu belo país e
tomar alguns vinhos contigo. Muito Obrigado!
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