The Future Looks Bright (KENS DOJO)
(2021, Key
Music)
[Lançamento: 14/junho/2021]
Temos acompanhado a carreira de Ken
Ingwersen no projeto Wonderworld, mas o guitarrista norueguês já
trazia, desde o ano 2010, um outro projeto que tem estado parado. Trata-se de Kens
Dojo cuja estreia foi Reincarnation e que agora foi recuperado e
revitalizado, muito por culpa da pandemia. Em isolamento, Ken começou a trabalhar
em algumas músicas, aproveitou outras mais antigas, pediu a diferentes
vocalistas que as cantassem e, juntamente com dois instrumentais, nasce The
Future Looks Bright. Um álbum que foi criado por um guitarrista, mas não é
um álbum de guitarras, pelo menos não é um álbum exclusivamente de
guitarras. Porque mesmo levando em linha de conta a qualidade dos riffs
e solos apresentados e tendo incluído dois instrumentais, este é um disco que
dá total ênfase à canção em detrimento da exibição desmesurada das qualidades
individuais. E nesse sentido, The Future Looks Bright é um disco muito
bom. Pelo menos na sua primeira metade, onde iremos encontrar momentos
deliciosos, com Ken a criar um conjunto de malhas assentes num hard
rock moderno e bem desenvolvido. Por isso não será estranho a inclusão de
alguns elementos prog em I Wait For Nothing, Raining Down
e Just An Illusion. Como não será inocente a inclusão de um break
com algum experimentalismo em Raining Down, nem o aumento de peso com
vocais mais agressivos em Just An Illusion. Melodicamente, este é,
também, um disco muito competente, com destaque imediato para Gone.
Outros dos pontos fortes foi a escolha dos vocalistas. Cada tema tem um
diferente, mas isso não afeta minimamente a coesão. Pelo contrário, reforça a
diversidade e, ainda por cima, todos têm desempenhos assinaláveis. Referimos os
momentos deliciosos da primeira metade. A segunda é um pouco mais comedida,
embora seja lá que vamos encontrar os dois incríveis instrumentais: Longhaired
Blues, num registo, como o próprio título deixa antever, bluesy; e Cuarenta
Dias, temática que assenta bem nos períodos que temos vivido no último ano
a meio, que surge numa forma de tributo a Gary Moore, respeitando a
tradição criativa do saudoso músico irlandês. Uma referência final para o tema
título assente em bases eletroacústicas e, curiosamente, o que mais se aproxima
da matriz Wonderworld. Diversificado, com bastante variabilidade, um
conjunto de grandes prestações vocais, elegantes solos de guitarra e sentido
ritmo-melódico ao nível dos arranjos, The Future Looks Bright mostra,
ele próprio, um futuro risonho para Ken Ingwersen, mesmo que,
provavelmente, tenhamos que esperar outra década para um novo trabalho deste
projeto. [88%]
Highlights
Raining Down,
Touch The Sky, Gone, Longhaired Blues, Cuarenta Dias
1. I Wait For Nothing (ft. Åge
Sten Nilsen)
2. Raining Down (ft. Rasmus
Andersen)
3. Touch The Sky (ft. Brandon
Baumann)
4. Gone (ft. Chesney Hawkes)
5. Just An Illusion (ft. Truls
Haugen)
6. Never Forget (ft. Andrew
Freeman)
7. Longhaired Blues
8. The Future Looks Bright (ft.
Ray Van D)
9. Sun Goes Down (ft. Scott
Foster Harris)
10. Cuarenta Dias
Line-up
Ken Inwersen –
guitarras, baixo, teclados, backing vocals
Convidados
Sturla Nøstvik, Bjørn
Olav Lauvdal, Tom Fossheim – bateria
Åge Sten Nilsen, Rasmus Andersen, Brandon Baumann,
Chesney Hawkes, Truls Haugen, Andrew Freeman, Ray van D., Scott Foster Harris –
vocais
Dag Selboskar - teclados
Internet
Edição
Key Music
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