Fascination (WALTER EGAN)
(2021, Red Steel
Music)
Walter
Egan, músico norte-americano, lança Fascination,
um disco composto por 13 canções inspiradas na sua história partilhada com a
lendária super groupie Pamela Des Barres. Fascination é um
disco equilibrado e diversificado e até tem bons momentos. O rock
carregado de distorção em Lovers, a agradável melodia de The Fruit Of
Fascination, o surf rock de Yesterday, Forever & Today e
o country roll de Fading Love. Mas Fascination estica-se
em demasia e este é mais um exemplo de um álbum que deveria ter acabado mais
cedo. É pena porque as três últimas faixas estão tão afastadas da qualidade das
restantes que só servem para preencher tempo. O que ficou para trás, dentro das
suas influências sulistas/americana/roots, e mesmo não se podendo
considerar como hinos memoráveis, é audacioso e interessante. Mas aquele erro
final compromete a avaliação global. [71%]
Will Of The Gods Is Great Power (SCALD)
(2021,
High Roller Records)
Originalmente
lançado em 1997 pela MetalAgen e apenas em cassete, Will Of The Gods
Is Great Power, dos russos Scald, rapidamente se tornou uma obra de
culto, sendo atualmente considerado um disco verdadeiramente clássico. E ainda
mais lendário se torna se soubermos que o carismático vocalista Agyl
faleceu nesse mesmo ano tendo a banda cessado funções. A realidade é que os Scald
regressariam fugazmente em 2013 lançando um split com os Pocc e,
de forma aparente, definitivamente em 2019 com o lançamento, já este ano, de um
EP pela High Roller Records. Eventualmente com a assinatura com esta label
surgiu mais uma oportunidade de reeditar essa pérola escondida do epic doom
metal que foi Will Of The Gods Is Great Power e que, na realidade,
já se trata da oitava (!!) reedição, se considerarmos todos os formatos. A sua
sonoridade é muito crua, o que na opinião do baixista Velingor, é
precisamente isso que torna este álbum tão especial e atmosférico. E talvez
também por isso é que estes Scald ainda hoje são mais comparados aos Bathory
do que propriamente ao som clássico dos Candlemass. [81%]
On A Moonlit Night (VANDOR)
(2021,
Scarlet Records)
Estava
bom de ver que a estreia homónima dos Vandor lhes iria permitir, em
breve, chegar, se não a uma grande editora, pelo menos a uma média. E dois anos
depois de Vandor, aí estão eles com mais uma elegante descarga de power
metal e com um lançamento pela Scarlet Records. Dois anos depois e
com um novo frontman, depois da saída de Uno Rosengren, agora com
Vide Bjerde a dividir o microfone (e que belo desempenho tem!) e as seis
cordas e com a bateria a ser entregue a dois nomes: o antigo Robin Risander
e a nova Lova Krysell. Musicalmente, On A Moonlit Night não diverge
muito de Vandor, embora se possa considerar que aquela deliciosa
ingenuidade da estreia tenha desaparecido. Todavia, não desapareceu a sua
capacidade de criar boas malhas onde o power metal se cruza com
algum hard rock e até algum prog rock, com destacadas melodias e
os teclados sempre presentes. Mas, relevante mesmo é o excelente trabalho
vocal. Já referimos que Vide Bjerde tem um desempenho fantástico, mas
também há muito trabalho e competência nas linhas e arranjos vocais criados,
sendo o maior exemplo o início à capella desse épico de 18 minutos que é
The Sword To End All Wars. Já agora, outros temas que ficam na memória são
as belas baladas Future To Behold e On A Moonlit Night e o hino
que sucede à curta introdução, Mountains Of Avagale, com fases
verdadeiramente demolidoras. [82%]
Bombenhagel (SODOM)
(2021,
Steamhammer/SPV)
Os
Sodom, verdadeira instituição do thrash metal alemão e europeu,
já nos habituaram a ir entretendo os seus fãs com lançamentos menores entre os
principais registos. E após o sucesso do seu último longa-duração, Genesis
XIX, e como forma de não deixar arrefecer os ânimos, eis que surge mais um
EP. Nada de relevante, portanto, mas a nota de dois temas novos – Coup de
Grace e Pestiferous Posse – mais duas malhas claramente à
Sodom, mais curta e direta a primeira, mais longa e trabalhada a segunda. E
quem vem a acompanhar? Nada mais, nada menos que esse intemporal hino que foi Bombenhagel,
originalmente incluída no álbum Persecution Mania de 1987 (o seu segundo
registo) e agora recuperada para as novas técnicas de gravação e produção e
executada com o atual e poderoso line-up. Claro que um EP de três temas
serve apenas, como anteriormente dissemos, para entreter. Mas será que, mais
uma vez, se trata de um aperitivo para o prato principal a servir em breve? [79%]
Embrace The Obsession (HORRIPILANT)
(2020,
BlackSeed Productions)
Os
Horripiland são um trio de Valência nascido em 2017 e praticante do que
eles apelidam de evil death metal. Falsified Spirits foi a
primeira amostra e surgiu em 2019. Um ano depois, é lançado o primeiro trabalho
com cariz profissional, o EP Embrace The Obsession, em formato cassette
pela Unholy Domain Records e em CD e digital pela BlackSeed
Productions. O seu death metal está forjado nos grandes nomes dos
anos 80, como os primórdios de Sepultura, Morbid Angel, Possessed
ou Sadistic Intent mostrando-se, por isso, competentemente sujo e
orgânico. Embora não sejam composições extraordinariamente rápidas, é de salientar
a dinâmica da bateria, os solos cortantes e gélidos e o trabalho riffalhado
da guitarra de David Ochando, muitas vezes a conseguir criar momentos
harmónicos. [73%]
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