Com um nome que remonta à
histórica batalha de Morgarten, em 1315 quando os suíços derrotaram o
exército austríaco do Duque Leopoldo I, não admira que a componente bélica
esteja muito presente na música deste coletivo oriundo da parte suíça que fala
francês. Ainda assim, este segundo álbum, Cry Of The Lost, consegue
manter linhas melódicas bastante apelativas. Para conhecermos melhor esta obra
estivemos à conversa como vocalista, guitarrista e também responsável pelas
flautas, Pierric.
Olá, Pierric! Obrigado por esta
oportunidade. Em primeiro lugar, importas-te de apresentar a banda aos metalheads
portugueses?
Olá, Via Nocturna, obrigado pela
entrevista! Somos os Morgarten, uma banda suíça de folk/black metal
ativa desde 2005. Na banda somos 5 membros, os mesmos desde o início da banda: Cédric
(baixo/backing vocals), Maël (teclados), Joël (bateria), Ilann
(guitarra, backing vocals) e eu, Pierric (vocais, guitarra).
Em
junho lançaram o vosso tão esperado regresso. O que provocou esse tão lingo
intervalo entre Risen To Fight e Cry Of The
Lost?
Em geral gostamos de dedicar o nosso
tempo a compor, a cuidar dos detalhes até estarmos realmente satisfeitos com o
resultado! Já que Risen To Fight foi o nosso primeiro álbum, também quisemos
tentar promovê-lo o máximo possível fazendo espetáculos. Mas todos nós temos um
trabalho e uma família além da banda, portanto encontrar um equilíbrio em tudo
isso leva o seu tempo. Sem mencionar o CoVid que não nos deixou colocar à
frente das planificações.
No
entanto, durante este tempo, estiveram sempre ativos. O que fizeram exatamente?
Na verdade, como disse, queríamos
promover o Risen To Fight. Para isso tivemos a oportunidade de tocar principalmente
na Suíça, mas também na França, Alemanha, Bélgica, Itália e também nos Países
Baixos. Também tocamos com os Finntroll na Suíça, uma memória
inesquecível.
Todas
as músicas são novas ou aproveitaram alguma das vossas criações anteriores?
Todas elas são novas no sentido de que
nunca foram lançadas em nenhum outro lugar, mas várias canções foram escritas
alguns anos antes e já havíamos tocado algumas delas ao vivo várias vezes. The Last Breath, First Blood ou Meeting
The Almighty, por exemplo.
Desde
quando este álbum está a ser “cozinhado”?
A música mais antiga deste álbum foi
escrita em 2012, acho eu (risos). Isso foi há muito tempo... Mas começamos a
trabalhar no conceito do álbum no final de 2017, penso eu. Como disse, levamos
o nosso tempo...
Este
é o vosso primeiro lançamento com a Inner Wound Recordings. Quando e como os
vossos caminhos se cruzaram?
Na verdade, foi o nosso booker na Holanda, da Desert Rose Agency, que conhece muito bem o patrão da InnerWound Recordings. Foi ele quem nos colocou em contacto no verão de 2020 e parece que deu tudo certo!
Três
canções deste álbum foram lançadas como singles
antes do lançamento de Cry Of The Lost. Podemos dizer que são totalmente
representativas da globalidade do álbum?
De certa forma sim, porque acho que o
álbum é coerente e dá para reconhecer o nosso estilo em cada música. Mas, por
outro lado, depois de ouvir essas três músicas, descobrirás outras coisas. As
outras canções não são "os singles em menos bons". O álbum é
muito variado, vai desde canções folk alegres, a black melancólico,
death combativo, etc.
Este
álbum mostra a vossa evolução enquanto banda?
Eu penso que sim. Mesmo que permaneçamos
na linha do que foi feito com Risen To Fight, este novo álbum mostra a
maturidade que conquistamos ao longo dos anos em todos os aspetos.
As
gravações foram misturadas por Jens Bogren e masterizadas por Tony Lindgren,
mas para a bateria trabalharam com David Castillo. Porquê?
Na verdade, digamos que trabalhamos com
os Fascination Streets Studios. Primeiro, queríamos que Jens misturasse
o nosso álbum. Em segundo lugar, queríamos gravar a bateria lá e é
principalmente David quem faz a gravação. E para a masterização, pensamos que
ter um novo par de orelhas "frescas" a fazer seria bom. Foi uma boa
escolha!
Já
agora, onde são mais visíveis os seus toques?
Sem dúvida, o som que Jens fez é
simplesmente incrível! Ele encaixa-se nos nossos ambientes! Acho que
principalmente para os vocais e bateria podes ver o que ele trouxe, com muito
trabalho em transições vocais, reverbs, etc. Basicamente, ele criou um
grande equilíbrio entre os diferentes instrumentos, destacando subtilmente
certas partes quando necessário. Para a gravação de bateria, era preciso ver
mais para perceber o trabalho, com uma quantidade impressionante de microfones,
cada um colocado num lugar preciso do estúdio. E o resultado é muito dinâmico,
mas ainda quente e natural.
Obrigado,
mais uma vez, Pierric. Queres deixar alguma mensagem para os vossos fãs ou
acrescentar mais alguma coisa?
Gostaríamos de agradecer a todos que nos
apoiam, ouvindo a nossa música e compartilhando-a! Queremos também
(inevitavelmente) incentivar quem ainda não o fez, a conseguir uma cópia física
do álbum (digipack/vinil) porque há ilustrações da história que o álbum
conta que realmente valem a pena!!! Obrigado, também à Via Nocturna
pelas perguntas e esperamos muito ter a oportunidade de fazer em breve uma
viagem a Portugal!
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