Os lendários e multiplatinados Foghat
comemoram 50 anos de carreira. E a melhor forma de comemorar é com um álbum ao
vivo captado na pequena e intimista sala, mas fortemente equipada para estas
coisas, Daryl’s House Clube em Pawling, Nova Iorque. Bryan
Basset, foi o membro escolhido para connosco falar a respeito deste lançamento.
Olá, Bryan! Em primeiro lugar, deixem-me dizer que é uma verdadeira honra
fazer esta entrevista com estes rockers lendários e multiplatinados. 50 anos de banda! É notável! Qual foi/é o
vosso segredo para esta longevidade?
Na
verdade, acho que existem duas razões. Todos nós ainda adoramos tocar os nossos
instrumentos e todos nós gostamos de fazer música juntos. Para mim,
pessoalmente ainda sinto a mesma emoção ao ligar uma guitarra elétrica a um amplificador
Marshall que usei quando era jovem e
estava a começar. Ao longo dos anos, tornamo-nos como uma família e reunirmo-nos
para fazer música para os nossos fãs é algo que todos nós gostamos mesmo de
fazer.
É por isso que o vosso novo álbum 8 Days On The Road será lançado?
Sim,
esse é certamente um dos motivos. Sendo o 50º aniversário para nós, queríamos
lançar algo para os nossos fãs aproveitarem. No final da nossa última tournée, apresentamo-nos no Daryl’s
House Club, que está equipado com um estúdio de gravação de última geração,
e decidimos aproveitar essa oportunidade e gravar o nosso espetáculo ao vivo. De
vez em quando fazemos uma gravação ao vivo e é bom olhar para trás e ver como
estávamos a tocar e o que estávamos a fazer num determinado ponto da nossa
carreira e também dá aos nossos fãs que nos viram ao longo do no ano passado ou
nos dois últimos, um registo do espetáculo que viram.
É engraçado porque outros nomes escolhem os locais maiores para comemorar,
mas vocês escolheram um local pequeno e intimista. Porquê?
Essa é
uma boa pergunta. Várias circunstâncias convergiram. Primeiro foi o fim da tournée do nosso 50º aniversário e nós
muito raramente tocamos em locais pequenos. Este em particular foi equipado com
recursos de gravação e vídeo, portanto achamos que era a oportunidade perfeita de
capturar uma performance única num pequeno
local. Tenho a certeza que faríamos uma grande gravação em concerto em algum
momento, mas esta parecia uma oportunidade única.
A ideia de gravar este espetáculo em particular foi preparada antes ou
depois do mesmo ter ocorrido?
Acho
que quando percebemos que o clube Daryl’s House Club estava tão bem
equipado para capturar uma performance
ao vivo, decidimos fazer a gravação um ou dois dias antes de lá chegarmos. Claro
que tivemos que rever o áudio e o vídeo para verificar a qualidade após a
apresentação do concerto. Uma vez que decidimos que era uma boa representação da
nossa banda, decidimos seguir em frente com isso.
Neste concerto, apresentam os vossos maiores e mais lendários sucessos. Todos
devem ser importantes, mas pergunto se há alguma história engraçada em torno de
algumas destas músicas?
A
maioria destes sucessos foi gravada nos anos 70, antes de eu entrar para a banda.
Roger tem muitas histórias interessantes e engraçadas a respeito das suas
experiências de gravação. Há uma música incluída nesta gravação, Play That Funky Music, que gravei em
1975 quando era um membro dos Wild
Cherry e o engraçado sobre essa música é que nós eramos, como a letra
indica, uma banda de rock a lutar para
mudar o nosso som para um estilo funky
mais dançante. Na realidade, alguém nos disse isso num clube... ‘é melhor
começarem a tocar música funky, garoto
branco’ basicamente insinuando que se quiséssemos continuar a trabalhar, era melhor
começarmos a tocar um pouco mais de música atual. Decidimos adicioná-la ao
nosso set, apenas por diversão, já
que as pessoas ainda gostam de ouvir essa música.
E a vossa carreira? Será fácil escolher o ponto mais alto ou mais baixo? Ou
mesmo alguma situação estranha que tenham vivido em estúdio ou em tournée?
Eu
cresci em Pittsburgh, Pensilvânia e certamente um dos maiores momentos para mim
foi ter os meus pais presentes num espetáculo onde eu estava a tocar na arena
cívica da nossa cidade. Abandonei a faculdade para procurar a minha carreira
musical e mesmo que os meus pais tenham pensado que era uma escolha duvidosa,
apoiaram-me muito, portanto, foi bom para eles verem-me ter sucesso. Quanto aos
pontos baixos como jovem músico, vivi em construções abandonadas, dormia em
salas de ensaio com dinheiro apenas o suficiente para uma refeição por dia...
mas devo dizer que adorei cada minuto. Olhando para trás, são ótimas lembranças
e histórias para contar aos meus filhos.
Nos piores momentos, podemos incluir as perdas de Dave Peverett, Rod Price
e, mais recentemente, Craig MacGregor. Este álbum também é uma homenagem e tributo
a eles, correto?
Conhecer
Dave Peverett mudou o curso da minha
vida tanto pessoal como musicalmente. Não tenho certeza do que estaria a fazer
se não o tivesse conhecido. Provavelmente ainda a trabalhar como engenheiro de
estúdio e a tocar em alguma banda local ou outra. Não teria conhecido a minha
esposa, que conheci na Califórnia, durante a tournée com Dave, não teria os meus filhos, não teria conhecido
Roger. Apenas uma ocorrência de mudança de vida. Eu penso nele em quase todos
os espectáculos que tocamos. Tocar a música escrita e tocada por Rod Price tem sido um grande desafio
para mim como guitarrista e esforço-me para apresentar o seu livro de canções
com precisão e continuar a tradição e som dos Foghat. Certamente sinto falta de me apresentar com o meu irmão
Craig, nunca é fácil perder um bom amigo. Uma banda que existe há 50 anos,
certamente passa por muitas mudanças ao longo dos anos. Somos uma família de
músicos e respeitamos as canções e o som e a tradição dos Foghat e espero transportar isso no futuro.
50 anos de rock and roll é uma
vida inteira. Mas, a questão tem que ser colocada: estão prontos para mais?
Para quando um novo álbum de estúdio?
Sim,
estamos prontos. Acabei de receber uma nova consola de gravação e planeamos começar
a escrever e gravar um novo álbum de estúdio em breve. Quando a temporada de tournées terminar, iremos para o nosso
estúdio na Flórida Central, Boogie Motel
South e iniciaremos o processo. À medida que a gravação for avançando,
iremos manter os nossos fãs atualizados em foghat.com.
Obrigado, Bryan, foi uma verdadeira honra e prazer. Queres enviar alguma mensagem
para os vossos fãs portugueses ou acrescentar mais alguma coisa?
Foi um
verdadeiro prazer falar contigo. Gostaria de dizer que eu adoraria passar algum
tempo no teu belo país. Também espero que os músicos de todo o mundo voltem a
fazer o que amam… tocar música para as pessoas. A música ao vivo é boa para a
alma. Tudo de bom.
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