Entrevista: Isatha



Foi longa a espera do novo álbum dos Isatha. Erdei Regék, a estreia, tinha sido lançada em 2013 e até este novo álbum From Here To Beyond apenas o EP Tavaszi Szél tinha sido lançado. Mudanças de formação e muita atividade ao vivo estiveram na origem deste longo intervalo, mas esse tempo foi compensado com um novo álbum com uma maior enfâse na componente mais extrema. Para conhecermos melhor este coletivo húngaro fomos conversar com o baterista Attila Hekele.

 

Olá, Attila, tudo bem? Obrigado pela disponibilidade. Antes de mais, quem são os Isatha? Podes apresentar a banda aos metalheads portugueses?

Olá, está tudo bem e obrigado pela oportunidade! Isatha é uma banda de folk metal extremo de Budapeste, no coração da Hungria. Extremo, porque, na nossa música, usamos riffs death metal, batidas explosivas e harsh vocals. E folk, porque usamos folk tradicional húngaro ou melodias folclóricas basicamente na flauta e na voz. A banda foi fundada em 2010 e lançou o primeiro álbum intitulado Erdei Regék (Tales From The Forest) em 2013 contendo nove canções. Em 2018, lançamos o nosso EP Tavaszi Szél, que foi o precursor do segundo álbum From Here To Beyond, lançado em janeiro de 2021.

 

O que significa Isatha, como nome de banda?

Isatha é uma palavra húngara antiga que significa "antepassado". Se vires a capa do nosso novo álbum e o EP antes, podes vê-la como o pai da natureza que controla os elementos.

 

Isatha não é um projeto totalmente novo. Ainda assim, podes contar-nos como começou a vossa jornada como banda?

Logo nos primeiros tempos Isatha teve a ideia de tocar música folk com influências alemãs, usando violino, vocais femininos e harsh vocals. A ideia principal mudou rapidamente e voltamo-nos para a música folk húngara. Como temos 8 membros quase desde o início, não foi fácil criar músicas que todos gostassem. A formação também mudou algumas vezes, até encontrarmos uma formação com a qual podemos trabalhar. Mas o que tornou isso difícil, também o tornou incrível, porque cada músico que foi membro dos Isatha tem uma parte no trajeto para encontrar o nosso estilo. E a maioria deles permaneceu amigo também.

 

Que nomes ou movimentos citarias como sendo as vossas principais influências?

Na verdade, temos tantas influências quanto os membros da banda. Por exemplo, as principais influências de Dóra são Moonsorrow e Finntroll e a música folk tradicional, Lianna também é amante de música folk. Péter é na verdade um omnívoro, mas quando se trata de Isatha, ele inspira-se principalmente no mundo musical de Ensiferum; Gábor é um elemento nascido e criado na melodia; as influências de Szabolcs vão de Nightwish ao início de Thy Catafalque, Igorrr, Shining (Nor); Ádám é inspirado no folk e no metal neoclássico; Dani e eu somos pessoas do metal extremo. Portanto, temos muitas influências e tentamos criar algo único usando-as.

 

Desde o Erdei Regék de 2013, apenas lançaram um EP. O que aconteceu com os Isatha nos últimos oito anos?

Sim, é verdade. Tivemos vários espectáculos e muitas mudanças na formação, o que atrasou o processo de composição, e sim, não foi a coisa mais fácil de fazer, lançar um novo álbum. Por outro lado, construímos muitos relacionamentos ao longo dos anos por meio de espectáculos, não apenas na Hungria, mas também no estrangeiro.

 

Ou seja, estiveram bastante ativos, certo? O que têm feito?

Sim, estivemos. Como mencionado, o nosso trabalho foi prejudicado por várias mudanças de membros, mas recentemente encontramos a nossa nova formação estável. Tocamos regularmente em clubes de Budapeste, pequenos festivais e várias vezes fomos convidados para tocar no Rockmaraton, o maior festival de rock/metal da Hungria. Fora da Hungria, tivemos a oportunidade de tocar várias vezes em clubes da Roménia e, durante a nossa primeira tournée em 2018, finalmente tocamos na Chéquia e também na Croácia. Mal fizemos um espetáculo em 2020, mas a situação agora está melhor, portanto esperamos poder tocar novamente noutros países também.

 

Todas as músicas incluídas em From Here To Beyond são novas ou foram buscar algumas criações anteriores?

As canções do álbum foram escritas nos últimos sete anos por membros atuais e antigos, portanto, o álbum contém canções mais antigas e mais recentes. Esta é a razão pela qual batizamos o álbum de From Here To Beyond, ele simboliza a nossa longa jornada na música.

 

De que forma o From Here To Beyond mostra a vossa evolução como banda?

Pelo que posso ver, a banda também evoluiu tecnicamente e em termos de habilidades de composição. O que ainda vale a pena destacar é que ao longo dos anos formou-se um line-up, que inclui pessoas com uma gama relativamente ampla de gostos, mas o ponto absolutamente comum é que queremos abordar esse género com a caixa de ferramentas do metal extremo.

 

Uma das coisas que mudou nos últimos oito anos foi o uso do inglês. Por que escolheram essa via?

Achamos que seria bom se mais pessoas também pudessem entender as nossas letras noutros países. Apesar de termos usado principalmente o inglês no nosso novo álbum, também mantivemos a língua húngara, porque ainda gostamos de mostrar a nossa língua materna. O nosso plano é manter os dois idiomas no próximo álbum.

 

Outra mudança foi o incremento de algumas partes extremas. Foi planeado ou simplesmente aconteceu assim?

Eu não diria que foi explicitamente planeado. Prefiro dizer que todos têm uma necessidade interna disso. Essa tendência continua no caso das nossas canções compostas desde então, que tentamos tocar ao vivo o mais rápido possível.

 

E quanto a espetáculos? Têm alguma coisa agendado para os próximos meses?

Alguns espectáculos estão planeados para o outono, mas até agora apenas uma data em novembro está agendada para uma performance. Mas temos alguns convites para outros países, uma viagem adiada que gostaríamos de remarcar após a situação de pandemia. Portanto, apenas aguardamos a oportunidade de cruzar a fronteira novamente, mas não podemos esperar.

 

Obrigado, Attila, mais uma vez, foi uma honra fazer esta entrevista. Queres deixar alguma mensagem para os vossos fãs ou acrescentar algo mais?

Muito obrigado a todos pelo vosso amor e apoio e esperamos ver-vos nos nossos espetáculos ao vivo!



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