Após 23 anos nos Come Taste The
Band, e tendo vivido incríveis experiências com nomes como Joe Lynn Turner ou
Doogie White, Jo Henning Kaasin aproveitou a pausa na sua banda para procurar
injetar sangue novo na sua carreira. Mas não se enganem, porque apesar desta
sua nova banda trazer o seu nome, é uma banda a sério onde todos colaboram.
Pelo menos foi assim que nasceu Fired Up, primeiro registo
de Kaasin.
Olá, Jo! Obrigado
por esta oportunidade! Após 23 anos de sucesso em vários projetos, o que te
motivou a criar a banda Kaasin?
Foi ótimo trabalhar com Joe Lynn Turner e Doogie White no álbum e tour Reignition
dos Come Taste The
Band. Mas depois de 23
anos, a banda precisava de um descanso e foi colocada em stand by em
janeiro de 2020. Assim fiquei com tempo livre e ainda muitas ambições, estava
muito motivado para começar algo novo com outros músicos que não a malta da CTTB. Eu tinha a música, Runaway
Train e perguntei ao meu primo e agora baixista de KAASIN, Ståle Kaasin, se ele gostaria de formar uma
nova banda. Ele disse que sim e então perguntamos ao fabuloso cantor, Jan
Thore Grefstad, para fazer os vocais. Runaway Train foi um grande
sucesso para nós e foi o início de tudo.
Este projeto nasceu após o
lançamento do excelente Reignition dos Come Taste The Band?
Sim. E, de certa forma, podes dizer que Fired
Up é como um tipo de sucessor de Reignition, mas ao mesmo tempo
também é algo novo. Ainda é hard rock, mas talvez com sabores um pouco diferentes
e, claro, diferentes músicos. Estou orgulhoso de ambos os álbuns.
Foi esta a oportunidade que vislumbraste
para retomar a tua carreira?
Vejamos. Foi incrível trabalhar com Joe Lynn Turner e Doogie White e aprendi muito com eles. Joe
era como o meu mentor e disse que tinha aprendido tudo sobre o mundo da música
com Ritchie Blackmore e agora ele passou esse
conhecimento para mim. O que posso dizer!? É fantástico estar nessa situação. O
álbum que fizemos teve muito reconhecimento em todo o lado e foi um grande sucesso
para nós. Músicas como Tied
Down, Slave For Your Love e Not That Kind Of Man são ótimas
músicas. Portanto, com
aquele álbum no meu currículo, senti grande confiança em relação à minha forma
de tocar e compor quando começamos KAASIN e também conseguiu um contrato de gravação para o nosso álbum de estreia
Fired Up! Sei o que fiz e com quem trabalhei. Esse facto dá-me confiança!
Nos primeiros tempos quem
estava contigo? São os mesmos de hoje em dia?
Se te referes a CTTB, tínhamos um cantor, Vidar Heldal, o baixista Ståle Naas e eu na banda há 23 anos. Eles ainda estão na banda, mesmo que num hiato.
Ao longo destes 23 anos tivemos diferentes bateristas e teclistas, e, claro,
tivemos estrelas convidadas como Glenn Hughes, Graham Bonnet,
Jorn, Joe Lynn Turner e Doogie White a trabalhar connosco. E sim, eles
ainda são os mesmos (risos).
A respeito de Fired Up,
o teu primeiro lançamento como Kaasin, como funcionaram as coisas em relação à
metodologia de trabalho?
KAASIN é uma banda! Toda a gente traz algo para a mesa. Todos são compositores
e executantes. Acho que Jan Thore Grefstad é um dos melhores cantores com quem trabalhei e Benjamin Dehli é fantástico nos teclados. Ele
é muito criativo como escritor e músico, mas também como produtor. Ståle Kaasin é um baixista estrondoso e
também um escritor muito bom. Nós começamos a trabalhar em Fired Up em
janeiro de 2021 e reuníamo-nos uma vez por semana para escrever e organizar as
músicas. Ótima parceria. Em maio, terminamos de escrever, gravamos o álbum em
junho/julho e fizemos a mistura em agosto.
Portanto, a criação de Fired Up
foi um esforço coletivo da banda e não apenas teu?
Todo escreveram alguma coisa. É uma banda de
verdade, mesmo que seja liderada pelo meu nome. Também escrevemos algumas
músicas juntos, como a rápida faixa de abertura, We Are One e a pesadona
Wrong. The Smoking Gun escrevi sozinho. Benjamin Dehli trouxe os backingtracks
para Hidden e Chain Of Love. Ståle Kaasin fez o mesmo com Carry On
e Inside Out. A bela balada Shades Of Yesterday foi escrita por
mim, Grefstad e S. Kaasin. É um esforço da banda, sabes como é. Foi um trabalho
de amor.
Antes do álbum, lançaram dois singles
pela Streampeak Music. Qual foi a vossa intenção com estes lançamentos?
Queríamos ver como a nossa música era recebida
pelos fãs de hard rock antes de fez um álbum completo. As duas primeiras
canções, Runaway Train e Revelation resultaram muito bem e isso motivou-nos
a continuar a trabalhar com a banda. Também foi importante para mim,
pessoalmente, voltar com novas músicas rapidamente, após os CTTB terem entrado num hiato.
Esses dois singles surgem
agora incluídos neste álbum, mas como faixas bónus. Porquê?
Isso deve-se ao lado comercial das coisas com duas
editoras diferentes envolvidas. Conseguimos colocar as duas primeiras músicas
na versão em CD do álbum, mas não no Spotify, iTunes e assim por
diante.
Já fomos falando disso, mas nas
tuas palavras, como definirias Fired Up, especialmente em comparação
com os teus lançamentos anteriores?
KAASIN – Fired Up é um álbum hard rock misturado com sabores de blues,
prog e alguns elementos modernos. Eu acho e espero que todos que gostam
das grandes bandas de hard rock dos anos setenta e início dos oitenta irão
gostar de Fired Up. É diferente de Reignition dos CTTB no que diz respeito à forma
como foi produzido e como soa mais diversidade do que as versões anteriores.
Definitivamente, Kaasin é agora
a tua prioridade, mas manténs alguma atividade em alguma outra banda/projeto? E
quanto aos Come Taste The Band, após este período de interregno?
KAASIN é a minha prioridade no próximo ano, mas ainda consigo fazer outras coisas.
Toco guitarra com um grande cantor de blues norueguês, Audun Haukvik e irei trabalhar com ele nos
intervalos das outras coisas que faço com KAASIN. A CTTB ainda está em stand
by e de momento não há planos.
E quanto a palco? Tens alguma
coisa prevista?
Sim. Provavelmente começaremos a tocar ao vivo em
2022. Vamos ver as possibilidades em janeiro.
Obrigado, mais uma vez, Jo. Queres
acrescentar mais alguma coisa ou enviar alguma mensagem para os vossos fãs?
Obrigado a ti e aos teus leitores e seguidores.
Eu espero que ouçam Fired Up como um álbum. E espero que gostem! Long Live Rock n Roll!
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