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Brasil já são quatro álbuns como Kiko Shred, mas desta vez, Rebellion, o quarto e mais recente disco do guitarrista
brasileiro, chega à Europa, naquele que é o seu primeiro lançamento no velho
continente. Por isso, a mudança para um nome que acentua a ideia do coletivo em
detrimento do guitarrista. A assinatura está a cargo da Pure Steel Records,
responsável pela distribuição deste produto por todo o mundo. Um produto que
traz a chancela de qualidade desse renomado e experiente guitarrista que falou
com Via Nocturna a respeito desta sua nova proposta.
Olá, Kiko, tudo bem? O teu quarto álbum está cá fora. Como
foi fazer um disco em plena situação pandémica?
Olá, Pedro e Via Nocturna!
Tudo bem! Um prazer poder conversar convosco! Fazer um disco durante a pandemia
não foi fácil! Mas posso dizer que foi muito bom para expressar todos os
sentimentos do momento. Nós precisávamos expressarmo-nos e a música é a nossa
maneira de o fazer.
Portanto, este disco
pode ser considerado como um filho da pandemia?
Não, acho que afirmar isso é um pouco exagero. Foi feito
durante a pandemia, mas eu comecei a compor algumas músicas antes disso, portanto,
o álbum seria feito com ou sem pandemia. Claro que a situação influenciou, mas
não somos o tipo de banda que escreve apenas sobre um único tema.
E de que forma segue a
tua linha estilística apresentada nos anteriores trabalhos?
O estilo musical transita entre o heavy metal, o hard
rock, o power metal e também um pouco do prog metal. Talvez
possa ser classificado como power metal, porém as letras não seguem o
cliché de "dragões, espadas, castelos, etc…”. Apesar de ter linhas de
teclado escritas por mim, não faço orquestrações, o teclado nas músicas atua
mais como uma guitarra base. As harmonias possuem elementos da música clássica
e barroca, mas também tenho uma forte influência do blues nas minhas
frases de guitarra.
Os teus discos
anteriores foram assinados como Kiko Shred. Desta vez surge Kiko Shred’s
Rebellion. É indicativo de alguma alteração em termos de coletivo?
Sim! No Brasil ainda saiu como Kiko Shred, mas como
este é praticamente o primeiro álbum lançado na Europa, decidimos que
precisávamos diferenciar o álbum de um disco instrumental de guitarrista logo
no título, por isso optamos por Kiko Shred's Rebellion.
Voltas a trabalhar com
uma banda completa, como aliás, já tinha acontecido em Royal Art, mas com
um novo vocalista. Desde quando está o Ed Gadlin na banda?
Eu trabalhei sempre com banda completa, todos os instrumentos
foram sempre tocados por músicos, exceto alguns teclados que eu escrevo em midi
e depois passo para os timbres que quero. Sobre Ed Galdin, entrou no
meio das gravações, acho que no final do primeiro semestre de 2020.
Começaste a tocar
guitarra há mais de 20 anos. Na altura, quem foi o responsável, digamos assim,
por teres optado por este instrumento?
Comecei a tocar porque gostava de Rock. No início dos
anos 90 o Rock era muito popular no Brasil, tocava em telenovelas,
aberturas de programas de televisão, etc… Mas os guitarristas que me fizeram
entrar de cabeça no estudo da guitarra foram os guitar heroes como Malmsteen,
Steve Vai, Satriani, Michael Angelo e um pouco mais tarde,
Michael Romeo dos Symphony X. Ao mesmo tempo sempre fui fascinado
por blues e rock n' roll clássico. Isso forjou o meu estilo.
Agora, passados todos
estes anos e com uma carreira recheada, quem podes indicar como sendo os
guitarristas da atualidade que mais admiras ou mais te inspiram?
Acho que musicalmente falando, o meu estilo já está formado.
O que me inspira mais é a atitude de alguns músicos que lutam pela sua música e
arte. Vou citar os meus compatriotas que se estão a destacar por esse mundo fora.
Admiro muito Bill Hudson como guitarrista e também a sua atitude, admiro
muito a Prika das Nervosa pela sua precisão na guitarra rítmica e
também pela atitude de reformular a sua banda, viajar, compor e gravar um disco
em plena pandemia e já emendar uma longa tournée. Quero dizer, sabemos
que é difícil e nos últimos tempos piorou com a situação pandémica, mas se o
músico ficar parado sem produzir, apenas a reclamar das dificuldades nada acontece!
Ou vocês acham que foi fácil para guitarristas como B.B. King, Buddy
Guy, Muddy Waters??
Sendo um álbum de um
guitarrista, este não é um álbum exclusivamente de guitarras. Foi estudada esta
abordagem mais coletiva e com espaço para todos?
Sim, foi esse o objetivo! Eu gravo tantos vídeos só de
guitarra para promover as minhas aulas, o meu curso online e os meus
equipamentos, que decidi que o álbum teria que ser diferente disso! Eu nunca negligenciaria
ou diminuiria a participação da guitarra, obviamente, mas quis compor o Rebellion
para alcançar um público diferente. Não é um álbum para ser apreciado
exclusivamente por guitarristas.
Agora com as restrições
a serem levantadas, já há planos para levares Rebellion para palco?
O que está a ser preparado?
Estamos a voltar aos ensaios e a conversar sobre alguns espetáculos.
Quero muito tocar essas músicas novamente ao vivo, uma vez que logo após o concerto
de lançamento (janeiro de 2021, quando a pandemia melhorou ligeiramente no
Brasil) tudo fechou novamente e suspendemos as atividades. Agora não vejo a
hora de voltar aos palcos com Kiko Shred's Rebellion.
Muito obrigado, Kiko!
Queres acrescentar algo mais ao que foi abordado?
Gostaria de agradecer mais uma vez, dizer que o CD Rebellion esta disponível na loja da Pure Steel Records. E também convidar os guitarristas que queiram estudar guitarra, especialmente as técnicas da guitarra Rock/Metal para se matricularem no meu curso, o Rock & Metal Techniques através do meu site.
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