A verdade é que Ignazio Nicastro se queria afastar do som
moderno dos Eversin e voltar a um som thrash metal tradicional. Foi assim que nasceram os
Xenos, aproveitando uma palavra grega que significa estranho. Porquê?
Essencialmente, porque o thrash dos Xenos, tendo uma base tradicional, é
adornada por inúmeros pormenores de outras ambiências. Estranho? Não, antes
excitante. E Por isso, estivemos à conversa com o baixista e vocalista italiano
a respeito deste projeto e do seu novo álbum.
Olá, Ignazio, tudo bem?
Muito bem, muito obrigado. Espero que
também estejas bem.
Obrigado pela
disponibilidade. Antes de mais, podes apresentar os Xenos aos metalheads portugueses?
Xenos nasceu no final
de 2018 quando comecei a sentir a necessidade de voltar a tocar thrash metal
na sua forma pura, sem contaminações ou outras tretas. Comecei o processo de
composição a trocar ideias com Giuseppe e Danilo durante alguns meses. Conhecemo-nos
porque tocamos juntos antes de formar a banda.
O que significa Xenos,
como nome de banda?
Xenos significa
“estranho” em grego e destaca os meus sentimentos por um mundo cheio de ódio, guerra,
indiferença, egoísmo e corrupção. Um mundo cheio de merda.
Xenos é um projeto novo.
Por isso, podes contar-nos como começou a vossa viagem como banda?
Bem, Xenos é uma banda muito
jovem, mesmo que os membros não sejam rostos novos na cena Metal. Tudo
começou no final de 2018. Resolvi voltar às minhas raízes musicais quando senti
a necessidade de me distanciar do som moderno dos Eversin, a minha banda
anterior. Adoro o Metal da velha escola e é isso que eu quero tocar. Pedi
ao Giuseppe para ouvir algumas demos e começamos a trocar ideias por e-mail,
e o mesmo aconteceu com o Danilo. Decidimos logo que Xenos não seriam um
simples projeto, mas uma verdadeira banda 100% Thrash Metal. Hoje posso
dizer com orgulho que foi a forma certa de caminhar, Xenos é uma banda
muito amada e está a crescer a cada dia. Tivemos e ainda estamos a ter respostas
incríveis aos nossos álbuns.
Vocês tocam um tipo de thrash
metal muito técnico e complexo. Que nomes ou movimentos
citarias como sendo as vossas principais influências?
Fontes importantes de inspiração são Slayer,
Megadeth, Annihilator, Testament, Coroner e Xentrix.
De que forma The Dawn Of
Ares mostra a vossa evolução como banda desde a estreia Filthgrinder? Mudaram
alguma coisa na vossa metodologia de trabalho?
Uhm, não acho que tenhamos
mudado a nossa metodologia, as diferenças que ouves são o resultado de uma
evolução musical natural. Somos uma banda de Thrash Metal, com certeza,
mas isso não significa que queremos ser uma banda estática. Estaremos sempre
ligados às nossas raízes, mas ao mesmo tempo somos uma banda que adora ir um
pouco mais além.
Dois álbuns em dois anos,
ou seja estão numa fase muito criativa. As músicas deste segundo álbum foram
compostas apenas após o lançamento do primeiro?
Foram compostos logo após o lançamento
de Filthgrinder. Começamos as composições para o Dawn Of Ares em
abril de 2020. Estamos num fantástico momento criativo, temos 9 novas faixas
prontas para o próximo álbum, nesta altura em versões demo, mas já tocam
muito bem.
De que forma a pandemia
afetou a criação deste novo álbum?
Ouvindo The Dawn Of Ares podes
claramente sentir todos os nossos sentimentos negativos sobre esta porra de
pandemia. O álbum é mais sombrio que o Filthgrinder e está cheio de
momentos muito obscuros.
E quanto a espetáculos? Têm
alguma coisa agendado para os próximos meses?
O nosso tour manager está a fazer
o melhor que pode para agendar alguns espectáculos para o final do ano, mas sinceramente
não sei se isso será possível. As coisas estão a ir bem, mas talvez seja muito
cedo para ter a certeza de algo. No dia 24 de julho um grande espetáculo com Coroner,
Pestilence e Destruction foi adiado apenas 5 dias antes da data. Podes
imaginar como nos sentimos?
E a tua outra banda,
Eversin. Tens alguma novidade para os fãs?
Nenhuma. Os Eversin estão a dormir
e não sei se eles irão acordar. Xenos é a minha prioridade.
Obrigado, Ignazio, mais
uma vez, foi uma honra fazer essa entrevista. Queres deixar alguma mensagem
para os vossos fãs ou acrescentar algo mais?
O prazer é meu, companheiro. Obrigado
pelo precioso apoio que estás a dar aos Xenos, todos nós o apreciamos.
Espero que possamos tocar em breve para o teu povo incrível, adoramos o teu país
e a multidão louca que tem. Thrash till death!
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