Oathbreaker (BONEYARD)
(2021, Wormholedeath
Records)
Oathbreaker foi, inicialmente, lançado de forma independente em 2020. Mas, em boa hora a editora italiana Wormholedeath Records descobriu este álbum de estreia dos canadianos e promoveu a sua distribuição numa mais larga escala, já este ano. E percebe-se o porque do interesse neste álbum. Oathbreaker é coeso, equilibrado, sem fillers e com as músicas a tomarem diferentes direções. Assim a soar a clássicos, nomeadamente, Iron Maiden, mas com uma vocalista feminina a adotar uma abordagem muito sing along. E uma vocalista com um timbre que se afasta da maioria dos registos das vocalistas femininas de heavy metal, o que se saúda. E, quando ela não canta, as linhas melódicas e o trabalho de guitarra mostra-se bastante interessante, com saliência para o trabalho em harmonia dual. [82%]
Boundless I Am Free (FEANOR)
(2021, Massacre Records)
Pouco passa do quarto de hora, mas é mais um conjunto de soberbas canções do coletivo argentino Feanor. Tudo começou com Boundless I Am Free, tema que Gustavo Acosta escreveu em memória do seu pai. E foi o lendário Ross The Boss quem gravou as guitarras. Deste tema foi feita uma versão acústica – lindíssima, por sinal – com o piano a ser executado por Julio Awad e o violino por Diana Boncheva Kirilova. Outro tema com contributo, se não de peso, pelo menos de história familiar, é I Have A Fever, com Eric Marullo nos vocais. Eric é filho de outro lendário nome dos Manowar – Eric Adams. O EP fecha com um instrumental de toque flamenco, The Scorpion Stings In Am. Poderá questionar-se a necessidade, a oportunidade ou interesse deste EP. Mas não se poderá nunca questionar nem beliscar a sua elevada qualidade. [90%]
A History Of Nomadic Behavior (EYEHATEGOD)
(2021,
Century Media Records)
Os Eyehategod estão afastados de lançamentos originais desde o trabalho homónimo, datado de 2014. E a espera da banda de Nova Orleães, praticante de sludge/doom metal, não foi muito benéfica a atender pelo que apresentam neste novo e relativamente amorfo álbum, A History Of Nomadic Behavior. Alguns riffs um pouco menos habituais, aliás pormenor que sempre os caraterizou, podem ser encontrados aqui e ali, num registo que assentando as suas bases numa vertente mais agressiva acaba por encontrar espaço para outras ambiências mais orientadas para o rock e até para o blues. Problema neste novo álbum: um vocalista cada vez mais irritante e mais monocórdico, fazendo precisamente o mesmo do início ao fim, riffs pouco inspirados e canções que rapidamente se esquecem. Mesmo com um baixo com um trabalho dinâmico e consistente, tudo em seu redor vai colapsando. Por isso, sete anos depois esperar-se-ia muito mais, sendo que este novo trabalho apenas pode interessar aos seus die-hard fans. [68%]
It’s All In Your Head (THE END A.D.)
(2021,
Fastball Records)
Se Badlands, disco onde se apresentava a poderosa vocalista Ami Friend, catapultou os The End A. D. para um novo patamar, o novo trabalho da banda de Filadélfia, um EP de 5 temas batizado de It’s All In Your Head, mostra uma banda com a mesma atitude, a mesma agressividade, mas mais esclarecida. O punk, o metal e o hardcore que sempre por ali andaram, continuam a andar, embora alguns temas sejam tão pequenos que nem dá para aquecer. Mas isso não impede toda essa descarga de poder e sujidade que agora tanto se atira aos Pantera como aos Raging Against The Machine. Parece que o mais difícil está feito: encontrar o seu caminho, definir a sua forma de criar agressividade sónica. E estes cinco temas acabam por ser um bom indicativo. [72%]
Where Humanity Ends (FIERCE CULT)
(2021,
SAOL)
O grupo espanhol de death metal Fierce Cult emergiu das cinzas dos The Seed e, estando na estrada desde 2007, encontraram uma missão - uma missão para canalizar a sua raiva, a sua frustração com a sociedade moderna e os seus padrões problemáticos, para unir as pessoas e para fazê-los fazer mosh. E a sua integridade está garantida, já que a banda vem lançando sucessos underground desde a sua fundação. O novo álbum de estúdio, Where Humanity Ends, eleva o som agressivo dos dois álbuns anteriores dos The Seed a um nível mais técnico. Foi feito em circunstâncias difíceis que exigiu níveis quase desumanos de resistência da banda. E isso nota-se: o álbum destila raiva coletiva, insurreição e danos emocionais. A secção rítmica, trabalha como uma máquina de precisão agressiva e sombria, citando grandes nomes como Pantera, Meshuggah e Behemoth. Com partes iguais técnicas e brutais, Where Humanity Ends é um poderoso ataque de 12 faixas que promete causar muitas baixas. [67%]
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