Entrevista: Ereb Altor


Aguardado com muita expetativa, o novo trabalho dos Ereb Altor está quase cá fora. O EP de 4 temas de meados deste ano, Eldens Boning, já deu uma ideia do que virá em Vargtimann, até porque foram captados nas mesmas sessões de gravação. Por isso, contem com um disco muito sombrio, atmosférico e até algo experimental, mas ainda assim pleno de força. Fomos, mais uma vez, conversar com o vocalista e guitarrista Mats que nos fala desta nova e épica proposta que é Vargtimman.

                                                                                                                                

Olá, Mats! Espero que tu, a tua família e a banda estejam bem nestes tempos estranhos! O novo álbum está quase a ser lançado, pergunto-te, por isso, como foi o vosso método de composição de um álbum no meio de uma pandemia?

Olá, passamos muito tempo a trabalhar no novo material por causa da pandemia. Todos os espetáculos ao vivo foram adiados, portanto não tínhamos muito que fazer. Na verdade, eu comecei a escrever o álbum no final de 2019 e continuei durante 2020. Quando senti que tinha acabado a composição, produzimos e gravamos 12 músicas. Achamos que era um pouco longo para ser um álbum, pelo que decidimos lançar antes 4 canções, o EP Eldens Boning. Por outras palavras, Vargtimman e Eldens Boning foram gravados nas mesmas sessões.

 

E há uma edição especial que inclui o EP Eldens Boning. Sendo que, originalmente, este EP tinha sido lançado apenas no formato digital, este acaba por ser um bónus para os vossos fãs? Quem teve essa ideia?

Como mencionei, o EP foi gravado ao mesmo tempo que o álbum. Simplesmente gravamos muitas músicas. O EP será lançado em CD também numa caixa de 2 CDs com Vargtimman. Inicialmente, era para ser como um bónus para os fãs obstinados apenas em vinil. Mas a Hammerheart Records achou que devíamos incluí-lo agora na caixa do 2CD.

 

À semelhança do que fizemos na última vez que conversamos, podes, por favor, explicar o título do álbum - Vargtimann?

Vargtimman é uma antiga expressão sueca, é a última hora na vida de uma pessoa. A hora antes do amanhecer quando a maioria das pessoas morre e as forças espirituais são as mais fortes. Pode ser uma hora sem dormir com o tempo de reflexões da vida passada que está a chegar ao fim.

 

Existe algum conceito neste álbum? Mais uma vez ligado com a mitologia e a história da Suécia e das Terras Nórdicas?

Não há um conceito como se fosse uma longa história que continua ao longo de todo o álbum. Porém, todas as canções têm alguma conexão com a nossa herança na Suécia, inspirada em mitos, velhas histórias e lendas, por exemplo.

 

Já foi dito que esta é, provavelmente, a vossa coleção de canções mais emocionante já lançada. Houve uma procura por isso ou simplesmente aconteceu?

Posso ter uma ideia para começar, mas aprendi que não posso planear muito quando começo a escrever um álbum. Muitas vezes sou guiado pelos meus sentimentos que tenho no momento. Para mim, este é um álbum bem dark, não tão forte quanto Järtecken, mas mais sombrio e atmosférico na minha opinião.

 

Assim, a ideia que tiveste quando começaste a escrever Järtecken (torná-lo furioso e selvagem) foi abandonada desta vez?

Como disse, na realidade não planeei muito com antecedência quando se tratou de Vargtimman. Simplesmente, deixei a inspiração guiar-me. Portanto, a ideia de o deixar ser furioso e selvagem como que foi abandonada.

 

O primeiro single foi Vargtimann. Por que escolheste essa música? Achas que representa muito bem o álbum como um todo?

Eu pessoalmente gosto muito dessa música; contém muitos dos elementos do som Ereb Altor. E acredito que reflete o álbum como um todo de uma boa maneira.

 

Quase a completar uma carreira de duas décadas, onde ainda encontras inspiração para continuar a criar músicas tão boas?

Pode soar como um cliché, mas encontro inspiração em todos os lugares, até nas menores coisas. Pode ser algo que li, algum lugar histórico que visito ou apenas a natureza. E, claro, música em geral, mas especialmente a velha música folk escandinava.

 

Se eu te pedir para colocar este novo álbum na vossa vasta discografia, em que época se encaixaria melhor? Ou, pelo contrário, poderá ser visto como o prenúncio de uma nova era para os Ereb Altor?

Talvez Vargtimman esteja mais perto de Ulfven do que Järtecken, mas é mais maduro, mais escuro, mais atmosférico e um pouco mais experimental. Poderá ser o primeiro passo para uma nova era, com certeza.

 

O artwork da capa está incrível! Quem foi o responsável? Conseguiu captar todos os sentimentos do álbum?

Tómarúm av Christine Linde fez a capa. Capta a essência da faixa-título. A morte em pessoa a levar o velho na sua viagem final para a terra dos mortos. Acho que ela fez um excelente trabalho e adoro o tipo de vibração de Theodor Kittelsen que ela conseguiu criar.

 

Mesmo com todas as incertezas, têm alguma tournée planeada?

Sim, estamos a planear a nossa primeira tournée como banda principal na Europa em setembro de 2022 e também faremos alguns festivais no próximo ano, é claro. Planos antigos foram adiados, mas esperamos que tudo aconteça no próximo ano, se a pandemia permitir.

 

Obrigado, mais uma vez, Mats. Queres acrescentar mais alguma coisa ou enviar uma mensagem para os vossos fãs?

Um grande elogio a todos os nossos fãs e ao mundo do metal em geral, esperamos vê-los novamente no próximo ano! Mantenham a chama acesa e fiquem seguros!


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