Entrevista: Nekromant


Viver numa área com montanhas impregnadas de misticismo e lendas é um bom augúrio para fazer um disco de metal. Acontece isso com o power trio sueco Nekromant que se entrega a todo esse misticismo no seu novo registo Temple Of Hall. Por isso fomos falar com o baixista e vocalista Mattias Ottosson a este respeito.

 

Olá, Mattias! Obrigado por esta oportunidade! Em primeiro lugar, podes apresentar a banda aos metalheads portugueses?

Olá! Somos um trio de heavy metal da Suécia que tem trabalhado juntos nos últimos 7 anos. Estamos profundamente enraizados nos clássicos como Black Sabbath, Judas Priest, Manowar e assim por diante, portanto, se esse é o vosso campo, estão no lugar certo.

 

A banda nasceu como Serpent. Por que mudaram o nome para os atuais Nekromant?

Isso mesmo. Bem, havia várias bandas chamadas Serpent que causaram um problema de disponibilidade. A banda não era realmente uma banda quando escolhemos esse nome, éramos basicamente apenas eu e Adam, a tocar músicas e a beber rum em casa. Sempre soubemos que teríamos que mudar isso. Não é ideal mudar o nome da banda após o primeiro álbum, mas não tínhamos escolha. Portanto, aí está!

 

Influências dos Black Sabbath ou Pentagram podem ser ouvidas no vosso som. O misticismo e o ocultismo também estão presentes nas vossas letras?

Com certeza. Acho que o heavy metal é o mais adequado para esses temas; tem um ajuste natural. No entanto, raramente usamos os tópicos convencionais de ocultismo nas letras, é mais baseado nas minhas perceções de lendas e folclore locais. As nossas letras não são uma proclamação de fé, são visões mais inventadas com ligações soltas com lendas e folclore locais. As letras não deveriam contar uma história, deveriam transmitir um sentimento.

 

Temple Of Hall é vosso novo álbum, o sucessor de The Nekromant Lives. De que forma este novo álbum é representativo do vosso crescimento e evolução como banda?

Este álbum está mais perto do cerne do que queremos fazer. As nossas bases são praticamente as mesmas, mas temo-nos movido musicalmente desde que começamos. Eu acho que é natural para uma banda, cada vez ficas mais entrosado. Este álbum está mais inclinado para o heavy metal clássico com o qual todos nós crescemos e isso deixa-me muito feliz. Sempre fomos uma banda que trazia as nossas inspirações nas mangas, mas acho que dessa vez é mais visível. Em suma, o nosso crescimento e evolução não são algo premeditado e bem pensado, apenas reproduzimos o que parece significativo para nós.

 

Entre esses dois lançamentos, houve uma pandemia. De que forma isso afetou a criação do novo álbum ou mesmo as vossas atividades musicais?

Bem, como toda a gente, tivemos vários espetáculos cancelados e tal. Tudo ficou em standby durante um período e assim por diante, já deves ter ouvido isso antes. No entanto, a criação do álbum não foi afetada de forma alguma. Os tópicos deste álbum não têm nada a ver com o mundo real. No mínimo, tivemos mais tempo para escrever e produzir o álbum, do que tínhamos planeado fazer. Nós, como todo o mundo, esperamos que esta merda acabe rápido.

 

Este álbum é dedicado à vossa cidade natal. Porquê?

Não realmente à nossa cidade natal, mas a duas montanhas que estão localizadas nos arredores da cidade. Esses lugares são fortemente impregnados de lendas e folclore locais, portanto parecia muito natural colocá-los num cenário de metal. Todos nós três temos, de maneiras diferentes, fortes laços com o lugar onde crescemos, logo pareceu-me adequado explorar esse assunto num álbum.

 

Mas, músicas com títulos como Olorin’s Song ou Vaenir Dreams levam-nos a algo mais mitológico. Esse campo também é explorado pela banda?

Bem, todas as letras deste álbum são mitologicamente orientadas, mas de maneiras diferentes. As nossas letras nos álbuns anteriores foram mais observações da sociedade, portanto foi muito divertido fazer um álbum com tópicos que me deixaram feliz ao invés de zangado! No entanto, não me limito a escrever apenas sobre um ou outro, quem sabe sobre o que será o próximo álbum. Veremos!

 

Deste álbum, já foram laçados dois singles. Por que escolheram essas músicas? São totalmente representativos do álbum?

Eu acho que sim. Quer dizer, considerando se podes representar um álbum inteiro com duas músicas. The Woods é um banger acelerado, sem barreiras e Behind The Veil Of Eyes é uma música mais profunda, mais longa e mais fria. Esses dois aspetos, juntamente com alguns outros, foram sempre a base dos Nekromant.

 

Têm alguma tour planeada para os próximos tempos?

Com certeza! Temos uma tournée planeada para novembro de 2022, com datas na Dinamarca e na Alemanha. Ansioso por isso! Por favor, sigam a nossa página no Facebook para mais detalhes e ficaremos mais perto.

 

Obrigado, mais uma vez, Mattias. Queres acrescentar mais alguma coisa ou enviar uma mensagem para os vossos fãs?

Obrigado pela leitura e certifiquem-se de nos seguir online. Acho que temos uma boa oportunidade de ir a Portugal num futuro próximo, vamos mantê-los informados! Keep hammering! Saúde.


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